sexta-feira, 18 de outubro de 2013

ENTREVISTA DE RICARDO OLIVEIRA AO NOTÍCIAS SEM CENSURA



CT – Ricardo, depois de me teres dado a primeira entrevista que apenas foi divulgada no NSC um grupo que eu mantenho no FB foste pressionado por alguém ligado ao Processo?
RO – Fui pelo Dias André, pela Felicia, pelo advogado, pela Catalina.
CT – Como é que foi, encontraste-te com eles?
RO – Sim encontrei, vieram-me buscar lá eu estava, vieram ter comigo, armaram uma grande barraca em frente aos meus colegas a chamarem-me mentiroso, aldrabão, porco…
CT – Foram ao mesmo tempo ou foram em situações diferentes? A Felicia…
RO – Foram duas vezes. Depois veio o inspector da PJ mais o amigo. Veio…
CT – Da primeira vez foi a Felicia Cabrita?
RO – Foi, foi. E a segunda vez foi o Dias André é que me veio buscar ao gueto mais o amigo dele, levou-me para a casa da Felicia, nessa casa estava a Catalina, estava a Felicia e estava o Dias André mais o amigo dele.
CT – O que é que eles queriam que tu dissesses?
RO – Eles perguntaram-me porque é que eu estou a mentir agora e que sabiam que tu me tinhas pago dinheiro para eu agora estar a falar isto. Eu não, eu disse que era a verdade. Eh pá e que , que a gente já chega de tanta mentira, e pá já chega disto, isto é mentira isto tem que acabar.
CT – Eles sabem que é mentira?
RO – Sabem, então não sabem?
CT – No âmbito deste Processo foste levado a acusar alguma pessoa?
RO – Fui.
CT – Quem?
RO – Foi o Carlos Cruz, que foi o inspector Alcino da PJ e o Ferro Rodrigues mais o Paulo Pedroso que foi a Drª. Catalina.
CT – A Drª. Catalina é que te pediu para acusares o Paulo Pedroso e o Ferro Rodrigues?
RO – Sim.
CT – Ela explicou-te porque é que tinhas de acusar essas pessoas?
RO – Não mas acho que eles eram inimigos ou não sei, ou não se davam ou que não tinham posto ela no posto que ela queria ou uma merda assim! Não sei, não sei.
CT – E o Alcino?
RO – O Alcino foi, eu cheguei á PJ e ele perguntou-me se eu nunca tinha estado com o Carlos Cruz, eu disse que não, ele disse: “não mas é mentira, eu sei que tu estavas lá, porque é que não dizes? Eu sei”: Depois ele como disse que sabia que eu estava lá não é? Eu pronto, eu disse que sim.
CT – Limitaste-te a confirmar então?
RO – Claro, então? Eu tinha-lhe dito que não a primeira vez não é? Eu disse: Não, não eu nunca estive com ele e ele próprio me disse: “Ah, mas eu sei que estiveste lá”.
Eu então, já que ele afirmou isso, eu disse: “ah está bem, se tu sabes!”. Se a própria Policia Judiciária sabe e nem eu sei que estive lá! Pronto então pronto! Então vá, vamos.
CT – Ricardo, na génese deste Processo tu és um dos mais velhos. Uma das testemunhas mais velhas?
RO – Sou, sou, sou o mais velho.
CT – Conhecias as outras testemunhas?
RO – Conhecia.
CT – Como é que as conhecias?
RO – O Lavaredas conheci assim da vida, que a gente andava… Pá quando ele estava no colégio eu já estava cá fora mas agente encontrava-se sempre. A gente andava a roubar juntos, a gente… pronto a gente tinha os clientes quase juntos pronto e a gente encontrou-se. Quando o Bibi foi preso eu e o Lavaredas tivemos a ideia pronto, de montar um escândalozinho!
CT – Aí a ideia de montar o escândalo do processo foi vossa, tua e do Lavaredas?
RO – Foi.
CT – Foram vocês que foram buscar depois as outras testemunhas?
RO – Foi, foi.
CT – Então tu… estão todos a mentir?
RO – Todos, todos.
CT – Tens a certeza disso?
RO – Tenho, tenho. Absoluta.
CT – Absoluta! A história de Elvas é…
RO – Não, isso é tudo mentira.
CT – E o prédio nas Forças Armadas?
RO – É pá eu acho que é mentira. Eu nunca lá fui não é? E o Lavaredas também nunca lá foi. Aquilo é tudo treta.
CT – Tu falavas com o Lavaredas sobre isso, não falavas?
RO – Claro. É pá a gente contou uma história e inventamos uns sítios não é? Isso era assim.
CT – Chegaste a estar com o Ricardo Nexo, outra testemunha deste processo?
RO – A estar como?
CT – A estar com ele no âmbito…
RO – Sim, sim, sim.
CT – Nessas conversas com o Ricardo Nexo falavam do processo?
RO – Ah sim. Ele não disse com a boca toda o que é que tinha mentido. Disse pronto, que tinha feito como eu, mandava para o ar! A gente dizia três, quatro nomes e eles apanhavam não é? Era assim chefe.
CT – Foi fácil mentir á Policia Judiciária neste processo?
RO – Foi. Então é fácil. A policia está lá é para ser enganada.
CT – Diz-me uma coisa: Estás arrependido daquilo que fizeste?
RO – Estou, isso estou. Estou pela vida das pessoas. Eu antes, eu não tinha muita consciência quando era mais novo, no inico do processo. Agora sim, as pessoas tem filhos, destruíram a vida toda, não tem nada quase por, por cinco ou seis putos conseguiram destruir a vida a essas pessoas, é pá que não tinham nada a ver meu! A gente fez isto um bocado por…
CT – O Carlos Silvino na entrevista diz que alguns de vocês foram agredidos nos interrogatórios na Policia Judiciária. É verdade?
RO – Ah! Não era bem agressão não é? Mas era agressão psicológica, não era bater.
CT – Essa agressão psicológica passava porquê? Se não falassem acontecia alguma coisa, era?
RO – Sim, estávamos fodidos ou se não contássemos a verdade a gente é que ia pagar, que ia preso, não sei o quê! A gente, nos primeiros interrogatórios se tu fores ler a gente diz toda a verdade, não é? A gente diz que fomos abusados por cinco ou seis pessoas dentro do colégio e eles colaram o Carlos Cruz, colaram isto, mandavam, pá mandavam para o ar. Pá mesmo no álbum de fotos se a gente ficasse com umas dúvidazinha estás a ver? Era a gente pôr mais um no saco, está a ver? A gente não sabia o nome e eles apontavam: “Ah este chama-se assim”. Está bem e a gente já sabia.
CT – E então acusavam, não é?
RO – Claro.
CT – O nome do Carlos Cruz é referido pelo Bibi e por algumas testemunhas como sendo frequentador da Casa Pia há mais de 20 anos. Isso é verdade?
RO – Ah?
CT – Diz-se que o Carlos Cruz frequentava e que o nome do Carlos Cruz era referenciado na Casa Pia há mais de 20 anos. Isso é verdade?
RO – Não, eu nunca ouvi, e eu fiquei lá na Casa Pia, eu fui dos alunos que fiquei lá mais tempo e nunca ouvi e se ouvisse-mos era dos concursos porque havia miúdos da Casa Pia que íamos aos concursos da RTP e da SIC. Está a ver daquela cena dos jogos que havia na RTP ao sábado, lembras de um Cyborg? A gente era convidados para assistir ao programa para fazer plateia. O homem nunca foi falado na Casa Pia como pedófilo ou como gostava de miúdos. Eu nunca ouvi e tenho a certeza que do meu colégio e do meu tempo nunca ninguém ouviu.
CT – O Pedro Namora tem algum contacto contigo no processo?
RO – Tem, tem.
CT – Qual?
RO – É pá ele contactou-me, disse que gostava muito de mim, que eu tinha uma grande coragem, que eu tinha que os matar a todos. Tinha de matar tu, tinha que matar o Carlos Cruz para dar força ao processo e o caralho, vocês destruíram a minha vida e eu ainda entrei um bocadinho nesse filme, estás a ver? Ainda entrei um bocadinho. Mas pronto, isso, isso, isso é tão mentira que depois eu caguei para isso.
CT – Além dos cinquenta mil euros que receberam de indeminização do Estado alguém te ofereceu mais dinheiro?
RO – Sim, trinta e cinco mil euros, mas isso ofereceram ás outras testemunhas também. Disseram que se a gente aguenta-se até ao fim do processo, até são 3 de Setembro não é? Que a gente, a gente ainda tinha a ganhar trinta e cinco mil euros.
CT – Se aguentassem, ou seja se mantivessem as versões?
RO – Sim.
CT – Havia alguma condição? Era não falarem com ninguém é isso?
RO – Era não falarem contigo?
CT – Não falarem comigo?
RO – Sim.
CT – Se falassem perdiam esses trinta e cinco mil euros é?
RO – Claro, se dessemos alguma entrevista a ti, por isso…
CT – Esses trinta e cinco mil euros como houve os Recursos alguém vos disse depois alguma coisa?
RO – Não.
CT – Nunca mais falaram nesse dinheiro?
RO – Até eles nos prometeram uma viagem de barco no final do processo e até hoje… barcos há muitos mas eu não estou lá dentro!
CT – A determinada altura Ricardo, a determinada altura eles percebem que tu és meu amigo no facebook?
RO – Sim.
CT – O que é que aconteceu quando eles souberam que tu me tinhas pedido amizade?
RO - Toda agente virou-me as costas, o meu advogado disse que eu tinha de falar com o meu outro advogado e eu só tinha ele. Pá e viraram-me as costas, disseram que eu era um vendido, que eu era um cabrão, um porco, como tu leste a mensagem da felicia no Hotmail. Ó pá não, pronto…
CT – Disseram-te alguma coisa? Na altura tu ainda não me tinhas dado a entrevista!
RO – Disseram que se não falasse contigo, eu sou uma das testemunhas que tinha direito aos trinta e cinco mil euros que a Casa Pia ia-nos dar.
CT – Portanto voltaram-te a lembrar a história dos trinta e cinco mil euros, é isso?
RO – Sim, sim, mas depois eu tomei a decisão de falar contigo porque já estou farto da mentira já.
CT – Chega.
RO – Já chega.



Carlos Tomás


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