sábado, 14 de dezembro de 2013

PARA QUANDO UM REI-MESTRE-FILÓSOFO-POLÍTICO, QUE CONDUZA A HUMANIDADE INTEIRA?...

Para quando um ser humano Rei, que lidere a Humanidade, que dê um sentido à vida de todos e cada um de nós, que nos diga ou ensine a saber quem somos e donde viemos e para onde vamos?

Para quando um ser humano Mestre, que conheça e saiba tratar o "interior" de todos e cada um de nós, de qualquer ser humano?

Para quando um ser humano Filósofo que seja clarividente, com quem todos e cada um de nós se identifique e que a todos e cada um de nós dê um sentido para a existência e que valha a pena seguir e que vejamos como inevitável seguir?

Para quando um Político cuja integridade nos conforte, a todos e cada um de nós e a quem valha a pena delegar o poder de nos conduzir, na certeza de que haverá sempre, Liberdade, Justiça e que todos e cada um de nós poderá ser Igual a Si Próprio.

Para quando um Rei-Mestre-Filósofo-Político que leva a que todos os seres humanos, que todos e cada um de nós, sinta a Irmandade Humana na sua condição e destino na Existência, sem divisões entre si e sempre na partilha comum da sua Verdadeira e Plena Humanidade?

Para quando um tal Ser Humano que nos faça a Todos e Cada Um de Nós sentir que nada pode ser contra a Humanidade Inteira, mas sim a Humanidade Inteira a labutar pela sua Plena Integração na Existência, à qual se poderá sempre e apenas agradecer a bênção da Existência?

Para quando um tal Verdadeiro Ser Humano, que rasgue as Trevas e traga a Luz a Toda a Humanidade, a Todos e Cada Um de Nós, que nos conduza Espiritualmente e também Temporalmente?

Para quando?

Sim!

Para quando?

domingo, 8 de dezembro de 2013

NÃO SE VISLUMBRA UM ÚNICO ESTADISTA...

Todas as pessoas precisam de comer...

O combate à fome é, pois, o primeiro desígnio político...

Assegurada a comida para todos, há que garantir que todos tenham direito à saúde e à educação...

Este é o segundo desígnio político...

Depois, é preciso dar um sentido à vida, que não seja apenas material ou de consumo...

Este é o terceiro desígnio político...

Quem são os políticos actuais que falam - ou, sequer, tenham - este último desígnio?...

Quem é esta "malta"?

Passos, Cavaco, esquerda, direita, centro, ninguém fala deste último desígnio...

Todos pensam em ter apenas mais e mais acesso a bens de consumo...

Ou seja, todos são capitalistas...

É tempo de haver políticos espirituais, que interpretem tal desígnio num regime em que os "economistas" não podem passar de conselheiros "económicos" - e nada mais -, a não ser que tenham um desígnio espiritual...

E quando falo de desígnio espiritual não falo de uma qualquer religião, mas sim "daquele" desígnio que tem por fim deixar que as almas cumpram a sua missão, que sejam livres para tal, com respeito, SEMPRE, pelo corpos que as contêm...

Onde estão tais estadistas?

Infelizmente, não se vislumbra um único...


- Victor Rosa de Freitas -

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

GOVERNAÇÃO/LEGISLAÇÃO SACRIFICIAL





PORTUGUESAS E PORTUGUESES, CONCIDADÃOS!


O Presidente da República Portuguesa, num regime Republicano Constitucional, em 2013, em Portugal, país europeu, com 900 anos de história, 39 anos pós 25 de Abril 74, deste Abril ferido por um 25 Novembro 75, cobarde, traidor, mentiroso e vil, acusou perante o tribunal constitucional que o  Governo Português, bárbaro e ilegítimo, e já ilegal quer submeter ao sacrifício de expiação, através de um imposto tirano, como o refere em termos conceptuais o Papa Francisco, os eméritos de Portugal (os denominados reformados, mas reformado uma ova, um insulto miserável), retomando práticas milenárias de execráveis  sacrifícios e de magia negra.

 Através de ritos sacrificiais nos tempos bíblicos  procurava dar-se uma nova alma ao pecador, esteve nesta linha a criminosa Inquisição, ou nas práticas de magia negra para expulsar demónios, como a seguir se refere:

" Significado  de  sacrificial: referente  ao sacrifício  ou  à  oferta  feita à divindade; sacrifical;
Sacrifical referente a sacrifício, expiatório.

 Sacrifício Expiatório Bíblico:

“Sacrifício de expiação pelo pecado (Lv 4.32 a 35). O sacrifício expiatório era um holocausto, diferente dos outros sacrifícios, em que as vitimas eram oferecidas pelos pecados cometidos inadvertidamente, ou por ignorância - mas se a falta era praticada voluntariamente, merecia o transgressor ser cortado da comunhão.

Era a ‘expiação do pecado por meio de uma vida dada em substituição’ (Lv 5.17 a 19 - 15.2,9,19, etc. - Nm 6.11). os sacrifícios expiatórios eram (1) oferecidos pelo sumo sacerdote, quando ele tinha cometido qualquer ofensa, de que a nação pudesse sofrer - (2) ou quando toda a nação tinha inadvertidamente pecado - (3) e também o eram por indivíduos que tivessem pecado por ignorância (Lv 4.32 a 35) - (4) e muito especialmente havia desses sacrifícios no grande dia da expiação.

O sumo sacerdote, quando se tratava do primeiro ou do último caso, punha a sua mão sobre a cabeça da vítima, confessando o seu pecado.

No segundo caso eram os anciãos que punham a mão sobre a vítima - ou punham-na sobre a pessoa que trazia a oferta, se era o terceiro caso.

As cerimónias do grande dia da expiação eram realmente muito significativas: (vede Nm 29.7 a 11 - e Lv 16.20, 26 a 33).

O bode emissário, levando consigo os pecados do povo, e o segundo bode que era sacrificado, prefiguravam de um modo especial a obra de Jesus Cristo.

 Os sacrifícios expiatórios eram, também, oferecidos em certas ocasiões, para purificação de pessoas que se tinham contaminado (Lv 9.22 - 14.19 a 31 - 15.2, 14,15,25 a 30 - Nm 6.2 a 12). No N.T. fala-se de Jesus Cristo, como tendo ele sido a vítima de expiação (Rm 8.3 - 2 Co 5.21 - Hb 1.3 - 9.28). ( fonte bíblia on line)

E,perante tamanha crueldade, tirania, nos termos que o Papa Francisco denuncia, e, pessoalmente,  já o tenho feito dezenas de vezes desde 2008, querem burgueses bem pensantes e melhor colocados no tabuleiro dos interesses económicos totalitário que a Inter sindical mantenha os por eles designados como gado, para subirem aos altos fornos da cibernética e das finanças cantando bem-aventuranças aos tiranos.

Oh estupores! Como é possível ser tamanha a virose de piolhos que ataca as vossas sinapses, se até o PAPA reconhece que este caldo de tortura desencadeará violência.

Como podeis pedir à Inter Sindical, ao PCP, e ao se lixe a Troika, que segundo o Jornalista Marcelino são a mesma gente  que faça de todos cordeiros pascais, como se alguém fosse dono de alguém, isto  a acontecer seria ditatorial e contrário à Constituição da República que  esses burguesotes dizem para eles cumprirem, e,aqui, está  engano dessa gente.

Perante a destruição de Portugal e a governação sacrificial compete aos Patriotas salvar a Pátria até com sacrifício da sua própria vida ....., e a todas as mulheres e homens humanos porem cobro a esta  governação sacrificial por ser contrária à constituição, aos  direitos humanos e ao estado de direito, pelo que deve ser feita a acusação criminal contra os que praticam uma governação sacrificial por via da tirania cibernética e financeira, como o Papa Francisco acaba de denunciar.

Portugueses  a Pátria, a Humanidade reclamam a nossa presença no PAÇO, em BELÉM, no PALÁCIO RATON PARA EXIGIR O FIM DESTA GOVERNAÇÃO SACRIFICIAL  ILEGÍTIMA, ILEGAL, SELVAGEM, BARBARA, DOS TEMPOS BÍBLICOS, OU DO SUBMUNDO DA MAGIA NEGRA.

Sejamos claros, falemos com coragem e verdade: A nossa situação é mesmo de expiação sacrificial nos precisos termos que o Presidente da República refere e o PAPA: logo sr. Presidente aja, e portugueses ajamos também:

 Pela nossa Pátria, pela sua independência, pelo Futuro e por nós: tu, eu, os nossos filhos, os nossos pais e as gerações de jovens actuais e as vindoiras.etc.

CONCIDADÃOS AO PAÇO!

andrade da silva



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

COISAS DE POUCA IMPORTÂNCIA - CRÓNICA DE FRANCIS BABAROCA




Este texto é um exercício literatoterápico e só por acaso, ou por engano, pode ser verdade.

Pouco a pouco vão tirando tudo, ameaçando que se refilarmos, ainda nos tiram mais e depois volta tudo ao mesmo.
Não pensem , aqueles que a pouco e pouco vão tirando tudo ao pobre povo, a dignidade, a liberdade, o trabalho, o pão, os parcos haveres , a própria vida.
Que todos temos capacidade de comer e calar, de nos suicidarmos, do Aguenta Aguenta!
Um dia destes, Deus queira que não! Mas afigura-se-me, talvez muito em breve, os ladrões Alemães e outros estrangeiros, mais os seus lacaios Vasconcelos nacionais, vão ter de se confrontar com a justíssima indignação que estão a semear. Não venham depois os cartilheiros da lei e da ordem, impor o impossível, porque ninguém tem o dever de obedecer a quem não tem o mínimo direito de mandar, roubar, seja sob que pretexto for. Quando o povo se der conta, que os grandes proprietários estão a passar os “seus” bens, muitos deles usurpados legal e honestamente, para ofshores, protegidos pela banca e pelo governo, que na prática actual são, aqui para nós, uma e a mesma coisa,para que quando os ladrões legais, vierem penhorar os bens existentes, através dos solicitadores dos neo/nipo/nazis /fascistas triláteros, Bilderberguers, iluminatis e quejandos, mandatados por papeis timbrados pelo ódio a quem trabalha,( os tais 5% que controlam toda a riqueza do planeta) sejam apenas os bens que restam ao povo, a servir de penhor á pior de todas as MÁFIAS do mundo, - A DONA BANCA -
E Tu que pobre vives e só te lamentas e nunca perguntas quem te condenou, se portanto assistes calas e consentes, mereces ser condenado cá por quem te condenou.
Se estão a contar com tropa? Talvez se …

Francis Babaroca

11/11/2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

UM PAÍS DE PEDÓFILOS



No dia 30 de Dezembro de 2003 foi conhecida a acusação do processo da alegada rede de pedofilia que operava na Casa Pia de Lisboa. Ou seja, a partir daquela data o inquérito judicial foi tornado público e todos os jornalistas passaram a poder aceder aos documentos e confirmar quais as provas que existiam, efectivamente, contra os arguidos. E aquilo que se encontrou foi, para mim, uma desilusão. Ao contrário do que eu desejava, tudo o que escrevera sobre a falta de provas até então era verdade. Ou seja, não havia no processo uma única prova material contra os arguidos. Toda a acusação foi construída com base nos depoimentos de três dezenas de indivíduos, maiores de idade, sendo que apenas um grupo muito restrito, composto por oito jovens, acusavam os 10 arguidos que o Ministério Público queria levar a julgamento como fazendo parte da alegada rede de pedofilia, a saber: Carlos Cruz, Carlos Silvino, Ferreira Diniz, Gertrudes Nunes, Francisco Alves, Herman José, Hugo Marçal, Jorge Ritto, Manuel Abrantes e Paulo Pedroso (na fase de instrução Francisco Alves, Herman e Pedroso saltaram fora do processo e não se sentaram no banco dos réus).

E OS OUTROS?

Mas a verdade é que havia muitos nomes no processo, acusados das mesmas práticas que aquela dezena de arguidos, muitos deles indiciados precisamente pelas mesmas testemunhas que levaram à condenação dos actuais presos, mas que nunca foram interrogados nem pela PJ, nem pelo Ministério Público. E havia uma carta anónima, que ficou no processo principal – apesar de existir um anexo apenas para as cartas anónimas – a envolver Jorge Sampaio, o então Presidente da República, no processo. Se existiam dúvidas de que alguma coisa estava mal na investigação, elas começaram a tornar-se certezas. Tanto mais que a acusação toda é um mero exercício de “copy/paste”, assim como seria, meses mais tarde, a decisão de instrução.
Mas a existência da carta anónima a denunciar Jorge Sampaio, e não só, provocou um “terramoto” no País e a sua divulgação, feita por mim, no Jornal de Notícias, levou mesmo a que o Presidente da República fizesse um comunicado à Nação, dias depois. O que estava em causa não era a substância da carta em si, mas o facto de ela estar no processo e não ter sido mandada destruir. Mais grave ainda, o Presidente da República só poderia ser alvo de uma investigação, de acordo com a Lei, feita pelo Supremo Tribunal de Justiça, que desconhecia por completo os factos. Ou seja, em bom rigor e a partir do momento em que é lançada a suspeição sobre o mais alto responsável do País, o processo deveria ter sido remetido de imediato para o a mais alta instância judicial. Tal não aconteceu. Ao invés, a Procuradoria-Geral da República abriu um mega-processo contra mais de meia centena de jornalistas por alegada “violação do segredo de Justiça”. Não deu em nada.

EURICO DE MELO, PAULO PORTAS, ANTÓNIO VITORINO, ISALTINO DE MORAIS, ETC, ETC…

Passando ao que interessa: o que dizia a famosa carta? Basicamente isto: “Serve o presente para informar V. Exª. Tudo e de todas as pessoas que se encontram envolvidas no caso de pedofilia da Casa Pia de Lisboa: Dr. Eurico de Melo, Paulo Portas, António Vitorino, Mota Amaral e Isaltino de Morais, este com mulheres, filhos, rapazes e raparigas novas vindas do bairro da Pedreira dos Húngaros, no Alto de Algés, presentemente demolido, em verdadeiras orgias e bacanais, num apartamento de 4 ou 5 divisões, não me recordo já bem, na Rua das Piscinas, nº 5 - 6º Esquerdo, em Miraflores-Algés, pois este apartamento foi oferecido pelo construtor daquele bloco de apartamentos a um funcionário da Câmara de Oeiras, que se chama Ramos Luís. Pois eu estive lá, onde não faltava a boa comida e bebida, onde comíamos, bebíamos e dançávamos todos nus e fod***** livremente com quem quiséssemos. Dr. Bagão Félix, Paulo Portas, Jorge Sampaio, Leonor Beleza, Leonor Coutinho, Helena Roseta, Macário Correia, Marques mendes e outros, num apartamento de 10 assoalhadas, sito na Avª. da República, 28-4º andar, em Lisboa (…). Os carros que transportavam miúdos do Jardim de Belém, do Campo Grande, da Praça da Figueira eram o Jaguar do Paulo Portas e o Rolls-Royce da Presidência da República.” A carta que pelos vistos alguém desejou que fosse pública ao mantê-la no processo, vai mais longe, fazendo descrições pormenorizadas dos “dotes” orais de Leonor Beleza.
Certo, é que o Ministério Público não fez qualquer diligência para despistar a veracidade ou mentira desta denúncia. Teria sido elementar que alguém tivesse ido ao prédio da Av. da República ou que o referido Ramos Luís tivesse sido identificado e interrogado. Mas não. A investigação ficou-se pelo juntar da carta ao processo.
E há um nome que sobressai em toda a investigação e que, curiosamente, nunca foi interrogado pelas autoridades: Paulo Portas, que quando o escândalo rebentou era ministro da Defesa. Estava, naquela altura, a ser investigado no âmbito do caso “Universidade Moderna” e negociava a compra de dois submarinos para a Marinha portuguesa.
As referências ao actual número 2 do Governo no âmbito do Processo Casa Pia são várias e, segundo Ricardo Oliveira, uma das principais testemunhas do mediático caso, as referências ao governante que fez, bem como outras testemunhas, terão sido censuradas pelos investigadores, algo que o próprio Carlos Silvino, arguido do processo, também afirmou na entrevista que me deu e que foi publicada na revista “Focus”. De facto, alguns jovens interrogados pela PJ no âmbito do caso da alegada rede de pedofilia envolvendo nomes famosos referenciaram Paulo Portas como possível abusador. Na maioria dos casos não foi dada qualquer credibilidade aos depoimentos e outros foram remetidos para o “apenso A” (cartas anónimas), apesar de, com se verá já de seguida, algumas não serem anónimas.

NARANA COISSORÓ E O SELECCIONADOR NACIONAL DE FUTEBOL

Assim, Rosa Mota, a inspectora que coordenava a 2ª Secção da PJ, directamente sob as ordens do procurador João Guerra e das procuradoras Cristina Faleiro e Paula Soares (a partir de Fevereiro de 2003 a PJ afastou-se da investigação do Processo Casa Pia), recebeu uma carta de uma pessoa que se identificou como Eugénio Afonso de Bessa Sanches da Gama, residente na Rua Pedro Escobar, nº 154 – 2D Porto.
A missiva dizia o seguinte: “Na rede de pedofilia estão metidas 200 pessoas, entre elas o deputado Narana Coissoró e o senhor ministro Dr. Paulo Sacadura Cabral Portas. Isto vai ser a barracada total. Lamento profundamente os homossexuais e bissexuais irmãos Cerqueira Gomes andarem a violar mulheres e miúdos e ninguém os prender.”
Um outro indivíduo também efectuou uma denúncia que foi enviada para o apenso das cartas anónimas, muito embora se tenha identificado como sendo Alexandre Silva e garantido ter sido abusado entre 1995 e 1998: “Eu era frequentemente abusado por duas pessoas importantes: Paulo Portas (actual ministro da Defesa*) e António Oliveira (ex-seleccionador nacional). (…) O Paulo Portas levava-me no carro dele para um descampado, onde me violava seriamente. Ainda me lembro dos risos irónicos dele, que me marcaram e que dificilmente esquecerei. Gostava que se fizesse justiça sobre estes dois pedófilos brutos, insensíveis e imorais.” A equipa da PJ chegou a interrogar um ex-casapiano com este nome que negou ser o autor da carta e esta foi simplesmente enviada para o “apenso A”.
Mas as referências a Paulo Portas não se ficam por aqui. Um indivíduo, que se identificou como Carlos Fragoeiro, também não esteve com meias medidas e efectuou a seguinte denúncia: “Sem qualquer outro motivo que não seja apenas ajudar a investigação e sem qualquer intenção difamatória, venho apresentar o meumeu que me refiro é então o actual ministro da Defesa Paulo Portas, sendo que este manteve uma relação com um rapaz menor de idade, morador em Alfragide, tendo aí sido visto por diversas vezes na sua companhia. Durante algum tempo fez deslocações no seu veículo desportivo (de marca Mazda) a esta localidade para o buscar e levar até que foi expulso à pedrada por um grupo de amigos revoltados com a situação do suposto abuso sexual de uma criança (jovem menor).” A equipa de investigação diz que tentou contactar com Carlos Fragoeiro, mas que não conseguiu qualquer resposta até ao dia 24 de Junho de 2003, pelo que apensou a denúncia e não foi feita mais nenhuma diligência.



VALENTE DE OLIVEIRA , TERESA COSTA MACEDO E DIAS LOUREIRO

Também Isabel Maria Raposo, a dita meia-irmã de Carlos Silvino, cujo depoimento consta do Volume 09 do processo, disse a uma das procuradoras que investigou o caso da suposta rede de pedofilia: “(…) recebeu três chamadas telefónicas. Uma era de uma pessoa que não se quis identificar, outra era de um tal Luís Sarmento e outra de um Paulo… cujo apelido não recorda. Nestas chamadas as pessoas referiram à depoente que tinham provas, papéis e fotografias, que envolviam figuras altas do país. Entre esses nomes consegue recordar-se de: Valente de Oliveira, Martins da Cruz, Paulo Portas, Teresa Costa Macedo, Maldonado Gonelha, Adelino Salvado, Pedro Roseta, Dias Loureiro e os irmãos destes últimos. Mais referiram que havia pessoas da Opus Dei e Bispos envolvidos neste caso e que, portanto, não era só o Carlos que estaria nisto e que estavam do lado dele e que ele não devia pagar por todos. Mais referiram que o Carlos era o que tinha menos importância no meio disto tudo e que, caso as coisas não corressem bem, estes nomes iriam ser publicados.” Mais tarde a meia-irmã de Silvino enviou uma lista à procuradora Paula Soares com uma lista onde constavam estes nomes.

O PROFESSOR MARCELO

No processo surge ainda o mediático professor e comentador televisivo Marcelo Rebelo de Sousa, referenciado na fase de inquérito como tendo abusado de um menor e presenciado actos de pedofilia numa casa em Lisboa. Foi acusado, a 8 de Abril de 2003, por uma professora, residente na Margem Sul do Tejo. Segundo a denúncia da docente, ela foi levada à referida casa pelo pai, e lá estaria o professor que assistiu, nas palavras desta mulher, a abusos de menores, tendo ele próprio abusado de um. A procuradora Paula Soares, uma das titulares do inquérito (juntamente com o procurador João Guerra e a procuradora Cristina Faleiro), foi quem recolheu este depoimento, que, mais tarde, mandou simplesmente apensar ao inquérito principal no “anexo AU”. A mesma mulher acusou ainda o ex-ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, de ter abusado de menores (de ambos os sexos) numa casa localizada no Estoril, onde a testemunha assumiu ter agredido, com um ferro, uma outra mulher que tentou ter relações com ela, não sabendo se a matou (possível homicídio?).
A procuradora Paula Soares considerou que os factos denunciados eram muito antigos e não estavam relacionados com nenhum dos arguidos, suspeitos ou ofendidos do inquérito da rede de pedofilia, pelo que não ordenou qualquer diligência investigatória, nomeadamente que se procedesse ao interrogatório do pai da suposta vítima a fim de se apurar que casa era aquela e quem era o seu proprietário.
Confrontado por mim com esta acusação, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se surpreendido: “Nunca fui interrogado por ninguém sobre essa matéria. Nem sabia que tinha sido referenciado. Tinha conhecimento que a minha fotografia aparecia num álbum que foi mostrado às vítimas e até achei isso muito bem. De qualquer forma, essa acusação não faz o mínimo sentido. Não conheço essa pessoa de lado nenhum.”

VERDADEIROS PARA CONDENAR UNS E MENTIROSOS PARA ACUSAR OUTROS

Inegável é que muitos dos testemunhos e denúncias recolhidos pela equipa de investigadores que trabalharam na fase de inquérito do processo foram desvalorizados, apesar de alguns deles terem testemunhado em tribunal contra alguns dos arguidos que foram a julgamento, nomeadamente contra Ferreira Diniz, Jorge Ritto e Carlos Cruz. Uma das testemunhas que acusou estes três arguidos (Ricardo Oliveira, baptizado por alguma Comunicação Social como João A.) denunciou à PJ outros alegados abusadores, nomeadamente Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, Jaime Gama, Fernando Chalana e Carlos Manuel, tendo mesmo indicado uma casa em Cascais, no Bairro do Rosário, onde terá sido abusado e filmado em práticas sexuais por Ferro Rodrigues, Jaime Gama e Jorge Ritto. Ricardo Oliveira veio depois admitir que mentiu em tribunal e que inventou isto tudo movido pelo dinheiro, sendo instigado em alguns casos por pessoas ligadas à investigação e pela própria Catalina Pestana, ex-provedora da instituição.
Uma outra testemunha/vítima, que acusava todos os arguidos de abusos na casa de Elvas, denunciou à PJ Carlos Mota, antigo “assessor” de Carlos Cruz. As testemunhas que diziam ter sido abusadas em Elvas referiram também à PJ abusos praticados por outras pessoas, nomeadamente por outros funcionários da Casa Pia, por colegas mais velhos e pelo antigo provedor Luís Rebelo, demitido do cargo na sequência do escândalo. Curiosamente, apesar de ser referenciado nos autos como abusador e de ter estado mais de duas décadas à frente da Casa Pia, nomeadamente na altura em que terão ocorrido os abusos que foram julgados em 2010, o ex-provedor nunca foi interrogado pelas autoridades policiais. O julgamento sobre os supostos abusos em Elvas acabou por ser repetido já este ano e os supostos abusadores foram todos ilibados. A casa de orgias, de repente, desapareceu do mapa. E ninguém colocou em causa o resto do processo, apesar de se ter percebido que estavam a mentir. Se o que aconteceu (ou melhor, não aconteceu) em Elvas é mentira, como é possível que estas mesmas supostas vítimas tenham servido para condenar na mesma os arguidos noutros locais, isoladamente, e agora em Lisboa e Amadora?


JOAQUIM MONCHIQUE, FRANCSICO LOUÇÃ E MEDINA CARREIRA

Outros jovens foram claros, quando interrogados pela equipa que investigava a pedofilia na Casa Pia de Lisboa, em denunciar como alegados abusadores de menores Joaquim Monchique, Francisco Louça, Medina Carreira, Narana Coissoró, Paulo Portas, Vítor de Sousa e Carlos Monjardino, entre outros. Todos foram acusados pelas testemunhas/vítimas como frequentadores assíduos do Parque Eduardo VII, onde “arranjariam” os menores de quem abusavam. Nada disto foi investigado.

FERNANDO PESSA E JOÃO QUINTELA
Quem também contribuiu para engrossar a lista de nomes de suspeitos de pedofilia foi a jornalista Felícia Cabrita, autora da notícia que esteve na origem do escândalo. Ouvida pelas autoridades a 16 de Janeiro de 2003, duas semanas antes da detenção de Carlos Cruz, Hugo Marçal e Ferreira Diniz, a jornalista revelou que tinha denúncias contra dois cozinheiros da Casa Pia, Jorge Ritto, Carlos Cruz e Fernando Pessa. Felícia entregou ainda um papel que lhe terá sido dado pela antiga secretária de Estado Teresa Costa Macedo, onde aquela denunciava o advogado Lawdes Marques, os drs. Eduardo Matias e André Gonçalves Pereira, os embaixadores António Monteiro e Brito e Cunha, bem como Carlos Cruz e João Quintela. Sabe-se agora que estes nomes lhe foram fornecidos num papel manuscrito que a ex-secretária de Estado da Família lhe passou, no intervalo de um programa televisivo.
Curiosa não deixa de ser a afirmação pública de Carlos Silvino: “Quando um dos inspectores me mostrou a fotografia do Paulo Portas para ver se eu o identificava o inspector Dias André disse logo: “Esse não interessa. Esse já toda a gente sabe que é maricas!…”

Carlos Tomás

terça-feira, 5 de novembro de 2013

DETENÇÃO DE TRAFICANTE DE ESTUPEFACIENTES





A Polícia Judiciária, através da Diretoria de Centro, em estreita colaboração com o Estabelecimento Prisional de Coimbra, identificou e deteve uma mulher, desempregada, presumível autora da prática de um crime de tráfico de estupefacientes.


A suspeita foi detida após ter entregue ao seu filho, detido naquele Estabelecimento, durante a visita, haxixe suficiente para 60 doses, que aquele de imediato introduziu no organismo a fim de passar o controlo após essa visita.


A detida, de 61 anos de idade, foi presente a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coação de apresentações semanais às autoridades e proibição de fazer visitas ou estabelecer qualquer tipo de contactos com o seu filho enquanto detido em Estabelecimento Prisional.





05 de novembro de 2013

DETENÇÕES POR CRIMES DE SEQUESTRO AGRAVADO E ROUBO







A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve dois homens pela presumível autoria dos crimes de sequestro e roubo, perpetrados na madrugada de 01 de agosto do corrente ano, na cidade do Porto, sobre um outro homem de 36 anos de idade.

A vítima e os ora detidos ter-se-ão conhecido naquela mesma data, em ambiente de entretenimento noturno, que entretanto abandonaram, conjuntamente, na viatura de um dos autores dos crimes em apreço.

Seguidamente, a vítima terá sido privada da sua liberdade ambulatória, pelo período aproximado de uma hora, agredida fisicamente e roubada num telemóvel, num relógio e em algum dinheiro, parte do qual terá levantado em caixa ATM, já no mesmo período de tempo em que era transportada naquela viatura automóvel.

Os detidos, com as idades de 29 e 30 anos e com as profissões de empregado de hotelaria e eletricista, sendo já possuidores de relevantes antecedentes policiais e criminais pelos crimes de tráfico de estupefacientes, ofensas à integridade física e outros contra o património, foram entretanto presentes às competentes autoridades judiciárias, tendo em vista o seu interrogatório judicial e a submissão a adequadas medidas de coação.



05 de novembro de 2013

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

OS HUMORroides de Francis Babaroca



Meus amigos por favor não leiam isto que hoje escrevo, por mero exercício de intelectoterapia, porque pode ser verdade e eu não quero problemas, a verdade traz sempre complicações e no contexto actual, violentíssimas.

OS HUMORroides delírio em forma de texto, saído de um sonho alucinado , onde as personagens eram uns amigos, que se divertiam ás gargalhadas, - obviamente doentias -, sobre uns pobres diabos , que num hospital que então havia, ali para os lados do campo de Santana , chamado Portugal, calculem!
O próprio, o Camilo, o Guilherme Leite o Herman e o Aleluia, salvo erro e não lembro de quem mais.
Era assim ! Se bem me lembro, um deles, porque a mãe era prostituta e o pai, que nunca conheceu, tinha vários heterónimos, todos eles verdadeiros , que sempre odiou por lhe terem dado o nome de Milton ,por nascimento, que tinha uma fobia, quase normal neste tipo de gente, roubar o que estiver mais à mão, e até já foi apanhado no maior Centro Comercial do mundo a roubar dignidades e outros produtos de enormíssimo valor. Também se gaba de levar no prestígio! Gostos...
Por isso, como terapia,ou para agravar a enfermidade, resolveu dedicar-se às graçolas carraçolas, sobre aqueles que tinham pêlo luzidio e que não tinham mães prostitutas, nem pais drogados, para os defender. Para tal, tinha que se inimputabilizar! então escolheu o método, que por unanimidade, todos os Psi,s da nossa praça, diagnosticam como loucura irreversível, que é o de atirar a caca que se defeca, para cima dos outros meninos . Grandes artistas! Obviamente muito aplaudido pelos seus proselitos lá no manicómio, que se riem a bandeiras despregadas de coisas pelas quais deviam de chorar, mas, pelos vistos, são loucos!...
Havia também neste sonho, uns outros, que ribombavam de sucesso em sucesso, no palco principal lá do hospício, que era o grupo Os MACACOIDES DA RUA F, que o Herman dizia ter inventado, por vingança, em paga pela estupidez dos donos do manicómio, que não sabiam nada de nada, sobre humor, mas viviam do poder dessa ciência , Pimba!

Desculpem estão-me aqui a dizer que se publico isto, sou processado, condenado e vou para a cadeia!
Qual é o problema ? A cadeia está cheia de gente interessante, está cada vez com mais prestígio, é o sítio onde há mais pessoas inocentes e cultas por metro quadrado, segundo o exemplo biblíco não se atinge o céu sem se ser mártir e não se é mártir sem injustiça, (Aqui, nesta palestrina terra, quem é que está livre de pecado? Os juízes; o Estado; o Futebol; os Bancos; (há lá maiores ladrões ?) o Governo; os politicos; a Polícia; a GNR; as Finanças; a igreja - fora o Papa -; a imprensa; os Presidentes da Republica e AR,os Palhaços; Vai-te mas é matar!
E depois, na prisão , não há filas de transito, não há solicitadores a fazer penhoras, há cama, mesa e roupa lavada à borla, há tempo para tudo o que é importante na vida, ler e ouvir música, não há a tortura das gargalhadas da Júlia Pinheiro, a maquilhagem da Judite de Sousa, os comentários do Marcelo, do Sócrates e do Santana Lopes,
acabou ! Estão ver, mas eu não não falei dos médicos? Esses OK tchau.
O amigo não gostou? Então por que leu, não foi avisado que isto é uma obra de ficção de um anormal que sabe que é e gosta de ser?
De qualquer modo as minhas normais desculpas.

Francis Babaroca

sábado, 2 de novembro de 2013

O PODER SECRETO DA OPUS DEI




Obra de Deus controla várias entidades que têm um património superior a 80 milhões de euros. Está ligada a uma financeira de capitais de risco e conta com cerca de 1500 seguidores em Portugal. Organização é suportada por associações paralelas



Jovens com pouco mais de 14 anos e oriundos de famílias abastadas são a base de recrutamento. São educados para se tornarem santos e difundir “a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para o encontro com Deus, o serviço aos outros e o melhoramento da sociedade”. Estamos a falar da Opus Dei, a “secreta” e polémica organização da Igreja Católica, que em Portugal tem cerca de 1500 seguidores, na sua maioria mulheres e casados. A forma de atingir tais fins e o vasto património que as várias entidades ligadas à Obra de Deus possuem é que levanta muitas dúvidas sobre os verdadeiros objectivos da instituição.

A alimentar estas dúvidas está o facto de se desconhecerem quem são e que cargos ocupam os referidos “seguidores” na sociedade portuguesa, sendo certo que deles fazem parte nomes sonantes como Ramalho Eanes, ex-presidente da República, e a sua mulher, o conhecido bancário Jardim Gonçalves, o conselheiro de Estado e ex-ministro da Segurança Social, Bagão Félix, e o antigo presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, para dar apenas alguns exemplos.

Oficialmente, o Opus Dei não tem nada em seu nome. Está tudo nas mãos de várias instituições que têm ligações evidentes à organização. A principal é a Fundação Maria António Barreiro, fundada após a morte desta mulher, em meados da década de 80 do século passado, e que deixou, em testamento, a sua gigantesca fortuna nas mãos do ex- advogado do BCP, José Afonso Gil, um membro da Opus Dei e que é o presidente vitalício da instituição, da qual fazem ainda parte, Francisco Oliveira Dias, ex-presidente da Assembleia da República, e Carlos Câmara Pestana, vice-presidente do BPI e presidente do Banco Itaú, mais dois destacados membros do Opus Dei.



Metade de um quarteirão

Da fortuna deixada por Maria Antónia Barreiro e que deu origem à fundação ligada ao Opus Dei faziam parte 50% do quarteirão onde funciona a Pastelaria Suíça, no Rossio, em pleno coração de Lisboa, que foi vendido pouco depois da morte da benemérita. O negócio terá rendido cerca de 10 milhões de euros em valores actuais. A herança incluía ainda mais 18 prédios espalhados por Lisboa, jóias, depósitos a prazo em vários bancos e títulos do tesouro. A sua fortuna tem sido usada em obras do Opus Dei desde então e a Fundação tem um património superior a 41 milhões de euros. Em seu nome estão quase uma centena de imóveis espalhados pelas freguesias de Penha de França, S. Sebastião da Pedreira, Olivais e S. Domingos de Benfica. Só em Marvila, a fundação tem 10 prédios, nove lojas e nove armazéns, sendo que um deles vale cerca de 500 mil euros. A instituição é igualmente proprietária de mais de metade da Rua Fernando Palha, na zona Oriental de Lisboa

Em nome da Fundação Maria Antónia Barreiro está um terreno junto à Universidade Católica, em Lisboa, onde nasceu a residência universitária Montes Claros e o Oratório S. Josemaria Escrivá, o santo fundador do Opus Dei. Ao lado foi construída a Associação de Estudos Superiores de Empresas (AESE), igualmente controlada pela organização católica. O Centro de Orientação Familiar, que promove acções de formação para casais, a funcionar num prédio da Rua do Possolo, ao lado da residência do presidente da República, Cavaco Silva, é também da Fundação e na sua criação esteve envolvido o conhecido banqueiro Jardim Gonçalves, que também foi um dos fundadores da AESE. Aliás, das 23 pessoas que fundaram a associação de estudos, 18 eram membros da Obra, entre os quais Carvalho Cardoso, ex-presidente do clube Belenenses, colaborador de António Champalimaud e antigo gestor da Mundial Confiança, Osvaldo Aguiar, que era o administrador do governo do Opus Dei, Silvério Martins, fundador do CDS e ex-administrador do Banco Pinto de Magalhães e da Rádio Renascença, e José Fonseca Pires, responsável pelas actividades dos membros da Obra casados (no Opus Dei, os membros casados são chamados supranumerários e os solteiros numerários) e presidente da Sociedade Lusitana da Cultura.



Uma financeira

O Opus Dei tem igualmente ao seu serviço a Cooperativa de Fomento de Iniciativas Culturais (Cofic), entidade que financia o governo da Obra e que possui quatro imóveis localizados em Viseu e dois em Coimbra, cujo valor ronda os dois milhões de euros. A cooperativa tem 18 imóveis registados em seu nome, entre os quais está a Quinta do Paço do Lumiar, com mais de 10 mil metros quadrados, onde funciona a sede do Opus Dei e vive o líder da organização em Portugal, o vigário regional José Rafael Espírito Santo. Só esta quinta, com o seu sumptuoso palacete, está avaliada em cerca de 20 milhões de euros. O director-geral da AESE, José Ramalho Fontes, também vive numa vivenda em Linda-a-Velha registada no nome da Cofic e que está avaliada em mais de três milhões de euros.

A cooperativa é ainda dona de um prédio no Campo Grande, onde funciona o Clube Xénon, vocacionado para organizar actividades para rapazes e que é um dos principais pontos de captação de novos membros para a Obra. O prédio foi uma doação da ISCAL, Sociedade Imobiliária Civil, administrada por três membros do Opus, que também deixou uma quinta em Vila Nova de Gaia, onde a organização construiu um edifício para acolher os participantes nos seus retiros espirituais. Um complexo igual foi construído em Almançor, no Alentejo, em terrenos doados à cooperativa por Alfredo Cunhal, tio do fundador do PCP, Álvaro Cunhal.

Mas o investimento onde o Opus Dei aparece envolvido e que provoca mais estranheza é a Naves, uma sociedade de capitais de risco. Na verdade, quem entrou no negócio foi a AESE, que comprou 11,76% dos 1,3 milhões de euros de capital social da sociedade financeira, tornando-se na sua principal accionista. A Naves funciona na própria escola superior, na Calçada da Palma de baixo, em Lisboa. A naves tem activos superiores a um milhão de euros e participações na imobiliária In Time (de Gaia) e na Várzea da Rainha Impressores, um empresa que é presidida por Zita Seabra, que também dirige a editora Althêia, responsável pela publicação, no ano passado, de uma biografia do fundador do Opus, Josemaria Escrivá.

A Escola Profissional Profissional Val do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros.


Chamada à santidade

Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais.

“O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil.

Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.”

Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necesssidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal.



Irmã Lúcia foi “madrinha”

da Opus Dei em Portugal



José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente.



Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira.

“S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei.

No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiõeProfissional Val do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros.


Chamada à santidade

Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais.

“O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil.

Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.”

Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necesssidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal.



Irmã Lúcia foi “madrinha”

da Opus Dei em Portugal



José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente.



Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira.

“S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei.

No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiõeProfissional Val do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros.


Chamada à santidade

Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais.

“O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil.

Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.”

Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necesssidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal.



Irmã Lúcia foi “madrinha”

da Opus Dei em Portugal



José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente.



Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira.

“S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei.

No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiõeocasiões, Louis Freeh, antigo director do FBI, Joaquín Navarro Valls, psiquiatraporta-voz do Vaticano, Jacques Santer, ex-Presidente da Comissão Europeia, o espanhol Gil Robles, presidente do Parlamento Europeu entre 1994 e 1999, e Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do Comité Olímpico Internacional.
Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei, neha qualquer elitismo e lembra a presença da Obra em meios menos favorecidos, tendo membros taxistas, cozinheiras ou mulheres-a-dias. Desde o início da implantação do Opus Dei em Portugal que a Obra não tem tido vida fácil nos meios eclesiásticos. Seja pela desconfiança da hierarquia, seja pela dificuldade em fazerem-se aceitar junto da opinião pública e de penetrar em meios tão sensíveis como a Universidade Católica ou a administração de paróquias. Pelo contrário, no Vaticano sobem de dia para dia os “infiltrados” do Opus Dei, lobby que condicionou as movimentações dos cardeais no conclave para a eleição do novo Papa. Hoje, sabe-se que o polaco Karol Wojtyla deve o papado à estratégia conservadora dirigida pelo cardeal austríaco Koening, simpatizante da Obra, suspeitando-se que o mesmo terá acontecido com o actual Papa.

O Opus Dei não apresenta grandes alterações nos diferentes países onde se instalou. A “máquina de santidade” concebida em 1928 por Josemaria Escrivá, assume-se como inovadora a pré-conciliar a intervenção activa dos cristãos correntes no interior da Igreja Católica, dominada pelos eclesiásticos. Escrivá diz-se possuído de uma “inspiração divina” e fundou em Madrid uma organização que tem como objectivo “ser o caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos”. Segundo Escrivá, qualquer ser humano podia ser profissional da santidade, excepto as mulheres, mas em 1930 deu a mão à palmatória e abriu as portas da santidade ao sexo esquecido na candidatura aos altares. O Opus Dei é agora uma Prelatura, ou seja, uma diocese sem território, erigida em 1982 por João Paulo II.

A Obra impõe um “plano de vida” aos seus membros que são obrigados, diariamente, a meia hora de oração mental, de manhã e à noite, assistência à missa, visita ao Santíssimo Sacramento (sacrário sobre o altar onde se guardam as hóstias consagradas), leitura de textos bíblicos e de outros livros de espiritualidade, recitação do rosário (três terços), do Angelus (oração mariana do meio dia), diversas jaculatórias (interjeições religiosas como Santa Maria Mãe de Deus), e do exame de consciência à noite, onde se incluem perguntas sobre as preces da Obra e o espírito de proselitismo. É ainda obrigatória a confissão semanal, um dia de recolhimento em cada mês e um retiro espiritual todos os anos, com a duração de três a cinco dias. Estes últimos actos devem ser cumpridos no interior da obra e a confissão não pode ser feita a qualquer padre que não pertença à instituição. Também lhes é pedida a subvenção da Obra que passa pela entrega de quantias monetárias, em tudo semelhante ao dízimo.

Os numerários e agregados são outra categoria de membros do Opus Dei, porventura os de mais difícil reprodução. Além de lhes serem feitas as mesmas exigências que aos supranumerários (seguidores casados), conhecem imposições que os aproximam de figuras claustrais sem hábito, como o celibato apostólico, a permanência nos centros da Obra, e a mortificação corporal, que passa pelos tradicionais jejuns e abstinências e, aos sábados, pela autoflagelação e uso de cilícios – espécie de cinto áspero, de corda ou arame, aplicado sobre a pele. Aos numerários não lhes é consentido celebrar com as famílias as festas do Natal, Páscoa e Ano Novo. Há uma vigilância sobre os quartos, a correspondência, e o acesso a espectáculos públicos. Todos os proventos – intelectuais ou outros – são entregues à Obra, que por sua vez aepnas lhes dá dinheiro para despesas mínimas. Os agregados não têm normalmente formação universitária nem vivem nas casas da Obra mas assumem os mesmos compromissos.

Além dos castigos corporais e da confissão, outra tarefa semanal é o encontro com o director espiritual, papel atribuído a um leigo designado pela estrutura. Se for caso disso, é proposta a “correcção fraterna”, que não passa de uma punição ou acto de contrição exigidos pelo director espiritual e que é um dos métodos de controlo das consciências no interior da Obra de Balaguer. Segundo testemunhos de dissidentes que circulam na Internet, estes métodos têm produzido enormes estragos no tecido mental dos membros.





Padres especiais

Não é qualquer sacerdote que pode fazer parte do Opus Dei. Dentro dos numerários e agregados do sexo masculino que são escolhidos pelo Prelado criado por Josemaria Escrivá, os padres da Obra têm de pertencer à Sociedade Sacerdotal de Santa Cruz, criada pelo santo em Espanha, em 1943. A criação desta sociedade provocou uma onda de intrigas nos meios eclesiásticos espanhóis e do próprio Vaticano. A todos, excepto aos agregados, é exigido o doutoramento em ciências teológicas e civis e obediência exclusiva ao Prelado da Obra. Podem pertencer à Sociedade Sacerdotal padres associados diocesanos que desejem receber a formação tipo Opus. Esta é uma forma de difusão da Obra mas que não consente o contrário.

D. Alberto Cosme do Amaral, bispo emérito de Leiria, foi, antes de receber o episcopado, o primeiro padre diocesano a associar-se às estruturas da organização em Portugal. São cerca de meia centena os padres portugueses da Prelatura, cifrando-se a nível mundial nos 1800, incluindo diáconos. Dispersos pepelos centros do Opus Dei, os padres fazem serviço de confissões e dão apoio aos tribunais diocesanos.


Cooperadores bem conhecidos

O Opus Dei tem a particularidade de designar como cooperadores homens e mulheres que não estando incorporados na Prelatura podem pertencer a diferentes confissões e religiões, designadamente protestantes, judeus, muçulmanos ou budistas, agnósticos e ateus. Não será entretanto fácil convencer quaisquer destes elementos a propiciar à Prelatura amor com obras ao Papa e aos bispos. Mas são mais vastas as actividades dos cooperadores no campo educativo ou de promoção social e cultural. A ajuda económica que possa vir destas pessoas é retribuída em indulgências, em tudo parecidas com as que foram “inventadas” pelo protestante Martinho Lutero, em orações, retiros e círculos. Em Portugal, Narana Coissoró, hindu, antigo vice-presidente da Assembleia da República, possui este estatuto.

A página do Opus Dei na Internet envia regularmente informação sobre as actividades da Obra, sendo mais de 50 mil o número de portugueses que recebem a newsletter elaborada pelos serviços de comunicação da organização no nosso país, embora os cooperadores sejam menos de quatro mil.

Os cooperadores colaboram nas actividades da obra e espalham o espírito da organização. Entre eles, estão nomes bem conhecidos da sociedade portuguesa, como Bagão Félix, os casais Eanes e Nogueira Pinto, Maria Barroso, Freitas do Amaral, Arlindo Cunha e Rui Machete.



A lista negra

A canonização e santificação de Josemaria Escrivá produziu uma das mais eficazes operações de marketing levadas a efeito sobretudo pela transmissão televisiva das cerimónias litúrgicas, realizadas no Vaticano. Mas a exposição mediática trouxe, por outro lado, a visibilidade das fragilidades. Amante mais do rigor do Direito Canónico que da investigação teológica, o Opus Dei mantém o tom conservador da eclesiologia dos anos 30 e, em matéria de liberdade de pensamento e consciência, continua a guardar o Index abolido pelo Vaticano II. Entre outras são lançadas à fogueira do Opus Dei as obras de Lutero, Lessing, Kant, Hegel, Brecht e Hans Kung, que são consideradas “mero lixo”.

“Os fiéis do Opus Dei são cidadãos que gozam dos mesmos direitos e têm as mesmas obrigações que os restantes cidadãos, seus iguais. Na actuação política, económica, cultural, etc., agem com liberdade e responsabilidade pessoais, sem envolver a Igreja ou o Opus Dei nas suas decisões, e sem apresentar esse modo de agir como o único compatível com a fé. Esta atitude exige respeitar a liberdade e as opiniões alheias”, assegura a “o Crime” Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei em Portugal, não negando, no entanto, que são dadas “meras indicações sobre o que é boa ou má leitura”.


Calos Tomás
















quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O "qui pro quo" luso-angolano...

Com as notícias que se podem ler AQUI, AQUI e AQUI, afinal quem tinha razão? O Ministro Rui Machete ou o Ministério Público português?

Aqui deixo apenas estas duas singelas perguntas...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DETENÇÃO DE AUTOR DE CRIME SEXUAL





A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Centro, identificou e deteve um homem, solteiro, pela presumível prática de um crime de violação, de que foi vítima uma jovem, sua familiar, com 16 anos de idade.



O detido, de 24 anos de idade, foi presente a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.





28 de outubro de 2013

DETENÇÃO DE INCENDIÁRIO URBANO




A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada, identificou e deteve um homem pela presumível prática do crime de incêndio numa habitação.



Os factos verificaram-se no centro da cidade de Ponta Delgada, na passada semana, quando o detido, movido por um sentimento de vingança relativamente à sua companheira, muniu-se de um líquido acelerante de combustão que derramou sobre a roupa de cama e inflamou através de isqueiro.



Em resultado desta conduta, as chamas destruíram o interior do compartimento e danificaram as restantes dependências da habitação, tendo criado um sério risco de propagação às habitações contiguas e colocado em perigo não só bens patrimoniais de valor consideravelmente elevado como a vida de pessoas ali residentes, porquanto se trata de uma zona de grande densidade urbana, com casas de traça antiga, o que só foi evitado pela pronta intervenção dos bombeiros.



O detido, de 39 anos de idade, sem ocupação, foi sujeito a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coação de apresentação trissemanais, de proibição de contactos com a ex-companheira e utilização de pulseira eletrónica.


28 de outubro de 2013




DETIDO EM FLAGRANTE POR TRÁFICO DE ESTUPEFACIENTE E TRÁFICO ILEGAL DE ARMAS




POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

Comando Metropolitano de Lisboa

COMUNICADO DE IMPRENSA – 408.PSP.LX.13



O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, através da Divisão Policial da Amadora,
hoje, procedeu à detenção de um homem, de 34 anos de idade, por tráfico de
estupefaciente e posse ilegal de armas.
A PSP, num atento acompanhamento à dinâmica da criminalidade emergente e
enquadrando um policiamento direcionado para Zonas Urbanas Sensíveis, tem
procurado reorientar os seus recursos policiais e táticas de intervenção policiais no
sentido de combater a criminalidade e o consequente sentimento de insegurança.
Uma Equipa de Intervenção Rápida que se encontrava em patrulhamento no Bairro
Alto da Cova da Moura, abordou um suspeito sobre o qual recaíam suspeitas de se
encontrar a transaccionar estupefaciente e que se pôs em fuga ao aperceber-se da
presença policial.
Após ter sido intercetado, o suspeito foi submetido a uma revista sumária tendo sido
encontrado na sua posse 205€ em notas do Banco Central Europeu, 4 telemóveis e
produto suspeito de ser estupefaciente.
Em consequência do sucedido, foi igualmente efetuada uma busca domiciliária à
residência do suspeito, tendo sido apreendido o seguinte:
3035,98g de produto suspeito de ser Haxixe;
51,21g de produto suspeito de ser Heroína;
1 Balança de precisão;
1 Shot-gun;
1 Revólver de calibre .32;
5 Munições de calibre .32; e
7 Cartuchos de calibre 12mm
2 Pares de óculos;
O detido foi presente ao Tribunal Judicial da Comarca da Amadora para 1.º
Interrogatório Judicial e aplicação da medida de coação.
Lisboa,29 de outubro de 2013

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

COMUNICADO E IMPRENSA - DETENÇÃO POR ASSALTOS A ESTABELECIMENTO COMERCIAL





A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve um homem pela presumível autoria de crimes de furto, um dos quais com violência depois da subtração, ocorridos nos passados meses de agosto e setembro, num supermercado de Rio Tinto, Gondomar



Na sequência das diligências efetuadas foi possível apreender a suposta arma de fogo utilizada e que se veio a revelar ser uma mera réplica.



O detido, de 45 anos de idade, vendedor ambulante, apresentando extensos antecedentes criminais por crimes violentos contra a propriedade e por tráfico de estupefacientes, estando presentemente em cumprimento de pena de prisão por dias livres, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.




28 de outubro 2013

CASA PIA - MAIS UMA PISTA AMERICANA - A DENÚNCIA DO PRIOR



Um antigo capelão da Casa Pia na década de 60 relatou que foi demitido da instituição por ter denunciado um americano envolvido num caso de pedofilia com rapazes do colégio de Pina Manique. A queixa chegou à sub-secretária de Estado da Assistência Social, Teresa Lobo, mas acabaria por ser arquivada “por influências políticas”, revelou o padre António Emílio Figueiredo, em 2002. O prior nunca esqueceu sobretudo o drama vivido na Casa Pia com o americano, conhecido por “Ken Rogers”.
As denúncias que lhe foram feitas pelos perceptores (educadores que tomavam conta dos alunos) relatavam que o americano “levava os miúdos para um hotel e dormia com eles. Dava-lhes banho, dava-lhes prendas, beijava-os, fazia o que queria e o que lhe apetecia”.
O “amigo americano”, como as crianças o chamavam, ia ao colégio, mas nunca falou com o capelão. “Vi lá o senhor mas ele nunca foi ao pé de mim. Via as prendas que ele dava aos miúdos, como relógios, e achava estranho”, lembrou, quando foi entrevistado, há já 10 anos, pelo jornalista Francisco Gomes, do jornal digital Oeste On-Line.
“Entrei em 1963 e fui capelão da Casa Pia durante oito anos. Fui demitido porque levei o caso ao Tribunal de Menores. Encarreguei os perceptores de fazerem fitas gravadas com os depoimentos dos alunos. Tentaram falar ao chefe de disciplina que os orientava, mas este disse-lhes para se calarem, que aquilo era muito sério e muito grave, e que seriam todos demitidos. Eles vieram dizer-me e eu tomei conta do caso. Só lhes pedi para me arranjarem os dados e eles fizeram inquéritos aos miúdos e gravaram fitas. Não falei com os rapazes”, contou ao jornalista daquela publicação da Internet.
O antigo capelão sublinhou, nas declarações que fez naquela altura, que entregou as gravações à Directora-Geral de Assistência, que as fez chegar à sub-secretária de Estado da Assistência. “Não foram à mão de ninguém na provedoria da Casa Pia, se fossem tinham desaparecido. Não sou parvo. Queriam abafar tudo. Não falei nada com eles. Fui logo directo à sub-secretária de Estado, que me mandou chamar”.
“A senhora doutora Teresa Lobo instaurou um processo no Tribunal de Menores. Como o processo depois foi arquivado, o provedor da Casa Pia, José Francisco Rodrigues, que ficou livre da acusação que lhe faziam de ele colaborar com o pedófilo, mandou-me embora. Foram influências políticas, foi a política que se meteu no assunto e fizeram arquivar o processo”, manifestou.
No Tribunal disse ter sido arquivada uma carta enviada por um aluno que foi viver para a América com o alegado pedófilo. “Ele escrevia para um colega, para o amigo ir para lá e um perceptor apanhou essa carta e mostrou-me. Tinha lá uma palavra riscada, que dava a entender que o rapaz era vítima de pedofilia. Uma porcaria qualquer, que não me lembro”, indicou, salientando que “eu bati-me com a direcção da secção e conseguimos que o miúdo não fosse. Acho que não foi, porque fui-me embora e não sei o que se passou a seguir”.
Nos anos 60 outro funcionário da Casa Pia tinha sido suspeito de práticas pedófilas. O antigo capelão recordou que o indivíduo, de nome Horácio Lopes, “era muito amaneirado e desconfiávamos que ele abusava dos miúdos”.
“Conseguimos, não sei como, transferi-lo para o Hospital de São José, como servente, para não estar em contacto com as crianças. Não fui eu que resolvi o assunto mas tive influência nisso”, apontou, indicando que “não sei o que ele fazia, sei que era uma pessoa suspeita de se entreter com os miúdos”.
AH POIS É!!!



Carlos Tomás

NOTA DE IMPRENSA - PSP



079.PSP.DN.13

A PSP realizou entre as 07H do dia 25 e as 07H do dia 28 de outubro, 299 detenções em todo o País.

Destas intervenções queremos destacar 23 detenções por tráfico de estupefacientes, 05 detenções por resistência e coação sobre funcionário, 14 detenções por furto/roubo, 09 por posse ilegal de arma de fogo, 1 por permanência ilegal em Território Nacional , 1 por violência doméstica e 2 por condução perigosa.

Neste período foram ainda apreendidas 5 armas de fogo, 6 armas brancas e mais de 4.116 doses de droga ( 3.752 doses de haxixe, 7 de heroína, 346 de cocaína e 10 de cannabis).

Durante toda a semana a PSP realizou em todo o País 600 detenções, 273 destas no Comando de Lisboa, 101 no Comando do Porto, 59 no Comando de Setúbal, 35 no Comando dos Açores, 28 Comando da Madeira e 26 no Comando de Leiria. Apreendeu 19 armas de fogo, 32 armas brancas, 5 bastões, 1 gás pimenta e mais de 27.385 doses de droga ( 19.157 de Haxixe, 620 de Cocaína, 1.831 de Heroína e 5.775 de Cannabis).

CONSIGO DESDE 1867, TODOS OS DIAS!

domingo, 27 de outubro de 2013

CASA PIA - ALEGADA VÍTIMA DE SILVINO DIZ QUE OS COLEGAS FORAM PAGOS PARA MENTIR




Fábio Cruz, de 25 anos, mais conhecido junto da opinião pública por “Joel” resolveu dar a cara e responder às declarações de Carlos Silvino, condenado a 15 anos de prisão no âmbito do processo de pedofilia na Casa Pia de Lisboa. O ex-motorista continua a garantir, mesmo na prisão da Carregueira, que não abusou de ninguém e que todo o caso não passa de uma mentira. O jovem que esteve na origem de todo o escândalo não esconde a sua revolta. Assegura que foi violado e recorda como tudo aconteceu na já longínqua Páscoa de 2001, em Vila Viçosa, no Alentejo. Apesar da dor que lhe vai na alma, Fábio Cruz garante que há jovens que estão a mentir em relação a alegados crimes praticados por outros arguidos do processo e que alguns só quiseram ganhar dinheiro e protagonismo. Mas o Notícias Sem Censura sabe que Fábio Cruz também não está a contar toda a verdade.

NSC– Fábio, o teu caso é que esteve na origem do escândalo de pedofilia na Casa Pia de Lisboa, quando a jornalista Felícia Cabrita denunciou que tinhas sido abusado por Carlos Silvino. O quê que aconteceu?
Fábio Cruz – Foi uma violação. Eu era aluno interno em Santa Catarina (…) Eu sou convidado pelo Carlos Silvino para ir a Vila Viçosa e participar num casamento que havia em Borba. Ele conheceu-me na Casa Pia, era motorista. Conheci-o numa viagem de férias da Casa Pia para Ferragudo. Nessa viagem houve um problema entre colegas na carrinha onde eu seguia e passaram-me para a carrinha do Carlos Silvino. Depois disso só o voltei a ver, tempos depois, no colégio do Rato. Fui cumprimentá-lo. Nessa altura nunca tinha ouvido falar nada acerca de pedofilia ou que ele abusava ou deixava de abusar. Começámos a ser amigos, ele vai-me dando algumas coisas, desde rebuçados, chocolates e uma caixa de lápis que era caríssima e ainda hoje é.
NCS – E tu não suspeitaste de nada?
F.C. – Não. A Casa Pia era a nossa segunda família. Nós não estranhávamos esse tipo de ajudas. Eu tinha uma “avó” que tratava da roupa em Santa Catarina e havia colegas que tratavam os funcionários por pais ou mães. Nós até gozávamos com o Carlos Silvino, recordando a música do Roberto Carlos “Quero buzinar o teu calhambeque”, isto por ele ser motorista. Ele era uma pessoa simpática e perguntou-me se eu queria que ele fosse o meu pai. Eu disse: por mim pode ser. Chamei-lhe algumas “pai” e tinha algum carinho por ele. Respeitava-o. Brincava, levava-me à praia, dava-me tudo o que eu precisava e nunca aconteceu nada. Um dia ele convidou-me para ir ao tal casamento, fomos no carro dele, a viagem foi horrível, porque chovia e trovejava muito. Lembro-me dessa viagem como se fosse hoje. Quando chegámos a Vila Viçosa fomos para casa de um casal amigo do Carlos Silvino. Trovejava muito. Eu não tinha medo, mas estávamos no meio do mato e sempre me disseram que quando trovejava não era bom estar ao pé de árvores. Não conseguia dormir e a dona da casa, a quem o Silvino tratava por mãe – sei que ele já lá tinha levado mais um rapaz -, perguntou-me se eu queria dormir no quarto do casal, que me faziam a cama no chão. Foi quando o Carlos Silvino disse que não era preciso e que eu dormia com ele. Na altura não vi qualquer problema nisso, porque não é nada de especial dois homens dormirem juntos. Eu fiquei do lado da parede e o Carlos Silvino começou a aproximar-se de mim. Fui-me chegando à parede, mas a determinada altura já não conseguia afastar-me. No quarto estavam duas caçadeiras penduradas. Sei agora que não estavam carregadas. Mas na altura não sabia. Eram armas e pronto. Ele mandou-me ficar calado, porque caso contrário já sabia o que me iria acontecer, e aconteceu a violação. Depois mandou-me levantar e fazer uma cama no chão. Nessa noite já não dormi, o casamento parecia que nunca mais acabava. Não disse nada a ninguém, porque estava rodeado de estranhos. Guardei tudo para mim, até ser obrigado a contar tudo à minha mãe e irmã. (nota: em tribunal o casal não confirmou esta versão).
NSC – Como é que a tua mãe e irmã descobrem?
F. C. – Fiz uma brincadeira estúpida. Meti uma bomba de mau cheiro por baixo da almofada da cadeira onde a minha mãe se costumava sentar para jogar numa consola de jogos e ao rebentar, a minha mãe começou a passar mal, porque ela é asmática crónica e não pode levar com cheiros intensos. A minha irmã veio, discutiu comigo, a ponto de me bater com a cabeça na parede. Chamou-me “paneleiro” e eu desatei a chorar. Ela achou estranha a reacção, porque não era a primeira vez que me chamava aquilo, mesmo no colégio era um termo muito utilizado entre nós e eu nunca tinha reagido assim. Ela então pressionou-me para explicar o que se tinha passado e eu acabei por contar.

NSC – A tua família fica a saber e depois o quê que acontece?
F. C. – Fomos ao Tribunal de Menores e dali mandaram-nos para a PJ. Foi aí que falei com uma inspectora, chamada Cristina Correia, que por acaso foi afastada assim “puf” do processo. Ela é que recebe a queixa e me encaminha para o Instituto de Medicina Legal. Fiz as perícias médicas, que me deixaram muito constrangido. Tive de contar a história na PJ e depois repetir o mesmo no Instituto. Se ainda hoje, como adulto, me custa recordar tudo, agora imagine o que foi para uma criança de 13 anos. Entre o abuso e o exame passou-se cerca de uma semana e meia.

NSC – O exame pericial confirmou o abuso?
F. C. – Eu sei o que sofri. Não tive acesso às perícias, mas a Medicina Legal apurou o que tinha de apurar e o certo é que o Carlos Silvino foi considerado culpado em tribunal. (nota: não foram feitas quaisquer perícias a Carlos Silvino e as de Fábio Cruz revelaram-se inconclusivas).

NSC – No julgamento como é que correram as coisas?
F. C. – Perguntaram-me o mesmo que na PJ, mas como as declarações já estavam nos autos, não foi preciso repetir tudo. O Dr. José Maria Martins (advogado de Carlos Silvino) é que me perguntava sempre as mesmas coisas e obteve as mesmas respostas.

NSC – Antes disso, logo após ser denunciado publicamente o teu abuso, surge o denominado “Processo Casa Pia”. Estavas à espera de que o teu caso originasse este escândalo?
F. C. – Nunca imaginei. Mas achei curioso ter sido chamado ao antigo Tribunal de Instrução Criminal para ser interrogado pelo inspector Dias André e pela coordenadora Rosa Mota, para me perguntarem se eu conhecia alguém. Disseram-me vários nomes e perguntavam: “conheces?” e eu dizia “não”, “tens a certeza?” e eu respondia “não, não conheço!”. É normal fazerem essas perguntas. Mas não vi lá outras testemunhas, não fui pressionado e ninguém me deu copos com água. A mim ninguém me obrigou a dizer nada.

NSC – Só foste abusado pelo Carlos Silvino.
F. C. – Sim e só uma vez em Vila Viçosa.

NSC – Depois outros jovens acusaram o Carlos Silvino e outras pessoas que vieram a ser constituídas arguidas no processo. Conhecias essas pessoas?
F. C. – Conhecia duas das vítimas, porque eram do Colégio de Santa Catarina. Mas só vim a saber disso mais tarde e também que elas acusavam outras pessoas. Se é verdade ou não é que não sei. Mas conheço agora duas outras vítimas que estiveram envolvidas noutros processos de abusos e que, pelo menos uma delas, não deve estar a contar a verdade, porque foi a um jornal pedir dinheiro para contar tudo e revelar uma “bomba”. Se ele fez isso, é porque não contou o que realmente aconteceu. E se queria dinheiro?…
NSC – Alguma vez tiveste protecção policial?
F. C. – Não. Nunca tive. Um dia a Polícia foi-me buscar ao Metro da Pontinha porque me disseram (por telefone) quanto é que queres para te calar. Eu disse que não queria nada, porque não estava a fazer nada por dinheiro. Pedi para identificarem o autor do telefonema, mas acabou por ser tudo esquecido. Fartei-me de pedir protecção, mas disseram-me sempre que eu não precisava.

NSC – Tu, de alguma forma, privaste com o Carlos Silvino. Era frequente veres o Silvino com os jovens que agora acusam estes arguidos?
F. C. – Não. Só vi o Carlos Silvino com duas pessoas com a minha idade e até penso que das duas vezes se tratava do mesmo jovem, porque numa das ocasiões só o vi de costas. E isto no carro dele. Também o vi com outro rapaz, um casapiano meu colega, num dia em que fomos à zona da Areia Branca buscar umas coisas, viemos a Lisboa descarregar e depois voltámos lá para descarregar outras. Não sei bem o nome da localidade, só me lembro que era altura da Volta a Portugal em Bicicleta, porque vimos os ciclistas a passar. Não aconteceu nada de especial. A pessoa a quem fomos levar as coisas deu-nos uma gorjeta e não foi como pagamento de quaisquer práticas sexuais.

NSC – O Carlos Silvino não voltou a tentar abusar de ti?
F. C. – Não. Aconteceu naquela vez, no fim-de-semana que se seguiu estava chateado com ele e depois apresentei queixa.

NSC – Ele nunca te convidou para participares em orgias, para teres actos sexuais com outras pessoas?
F. C. – Não. Mas acho que isso aconteceu porque eu cortei logo o mal pela raiz. Felizmente, tive o azar ou sorte de ter havido uma discussão e ter uma família.
NSC – Com o rebentar do escândalo a Casa Pia passa a estar do teu lado e passas a ter como defensor o Adelino Granja. Sempre te sentiste apoiado nesta luta?
F. C. – Não. Não me senti devidamente apoiado. É verdade que eu tentei abstrair-me um pouco ao longo deste tempo. O meu processo era um e de repente foi junto a outro e já lá vão 10 anos sobre a minha queixa. Este processo não tem oito anos, como se diz, mas sim 10. Esta é que é a verdade. Estou farto. Tenho de fazer a minha vida e de lutar por mim.

NSC – Já disseste que não conhecias todos os arguidos deste processo. Achas que eles são culpados?
F. C. – Pergunto, e acho que todas as pessoas deveriam perguntar o mesmo, se esta história faz sentido? Não digo que eles não sejam culpados, mas eu recebi (em 2006) uma indemnização de 50 mil euros, como todos os outros receberam. As outras pessoas para terem este dinheiro têm de trabalhar para o conseguir. Quem é que não gostava de não fazer nada e receber? Vejo neste processo pedidos de indemnização absurdos. Como um, que eu fiz as contas e fiquei chocado, que espera receber 320 mil euros. É uma loucura…

NSC – Achas que haverá interesses financeiros por trás das denúncias destes jovens?
F. C. – Sim. Digam-me: eles querem justiça ou dinheiro? Não me cabe na cabeça eles quererem justiça e dinheiro. Ou querem uma coisa, ou outra. Eu também fui abusado e não tenho nenhum pedido de indemnização. Recebi os 50 mil euros e essa, para mim, foi a indemnização. Agora pedirem absurdos…

NSC – Achas que há responsáveis que não estão sentados no banco dos réus?
F. C. – Acho, não, tenho quase a certeza. Não quero acusar ninguém. Mas há muitos nomes que faltam. (…) Não sei se o que as crianças dizem é verdade ou é mentira, mas há muito dinheiro em jogo. As testemunhas têm muito dinheiro em jogo para poderem mentir.

NSC – Elas podem estar a dizer o que dizem motivadas pelo dinheiro?
F. C. – Se as pessoas tivessem acesso aos números das indemnizações assustavam-se. E além das indemnizações ainda acrescentam juros. Desculpem, mas eu fiquei chocado. Valores absurdos. Só compreendo a indemnização pedida pela própria Casa Pia, mas até essa é exorbitante. Como é que é possível que o denominado braço direito, o Francisco Guerra, peça indemnizações. Eu sempre ouvi dizer que o braço direito de um mafioso é mafioso. O braço direito do ladrão é ladrão. Ele nunca deu a cara e de repente dá a cara para lançar o livro. É estranho. Nunca deu a cara e de repente decide: “vou dar a cara para lançar um livro e ver se ganho dinheiro”. O braço direito é um criminoso. Não compreendo como é possível ser-se abusado num colégio, de onde se sai pela mão do pedopsiquiatra Pedro Strecht, que se seja sempre acompanhado pelo médico e que quando volta a ser abusado não lhe peça novamente ajuda? Para isso não valia a pena ter saído do colégio onde estava. Acham isto normal? Eu não.

NSC – A Dra. Catalina Pestana ajudou-te?
F. C. – Ajudou, mas sei que foi por pressão de órgãos de comunicação social. A Catalina Pestana uma vez disse-me uma coisa curiosa: “Tu dizes sempre a mesma coisa”. Eu respondi-lhe que dizia o que se tinha passado. Mas para ela me perguntar isto será que os outros rapazes fizeram o mesmo. Também mantiveram sempre a mesma versão? Pormenores…

NSC – Havia uma rede de pedofilia a operar na Casa Pia de Lisboa?
F. C. – Não. Mas se havia ainda há. Não é por ter sido presa uma pessoa da Casa Pia que deixou de haver. Ele de certeza que não fazia aquilo sozinho. Há situações, mas se dizem que era uma rede, então isto só pode ser uma migalha. Além disso, na instituição também havia raparigas. Por que razão não se fala delas? Têm medo de outro escândalo? Há coisas aqui que não batem certo. Houve pessoas que foram afastadas do processo que não se percebe porquê, desde testemunhas, a investigadores, arguidos e juízes. Eu gostava que certas pessoas falassem a verdade.

NSC - Consideras que há pessoas que estão a mentir?
F. C. – Há pessoas que estão a mentir. Tanto arguidos como testemunhas. Algumas testemunhas estão a dizer coisas que, se calhar, não são bem verdade. Do tipo, “não fiz aquilo, mas se eu disser, se calhar as pessoas acreditam mais”. Ou seja, acrescentar um ponto, para ser um pouco mais credível. Como o próprio Adelino Granja disse, será que ninguém paga a ninguém? Será que não estão a pagar a testemunhas para falar? É engraçado que uma testemunha peça um absurdo de dinheiro para falar a um jornalista. Essa pessoa, que está presa no Brasil, que verdade é que iria contar? Estranho… Se esse pediu dinheiro, é porque sabe que os jornalistas dão dinheiro. Se ele falou com jornalistas no passado, então alguém teve de lhe pagar nessa altura para falar… São pormenores, pequenas falhas no processo que não foram investigadas ao pormenor.

NSC – Mas tens provas disso?
F. C. – Isso não me compete a mim. Mas quero ajudar a esclarecer isto. Não quero acusar ninguém e levar a opinião pública a ficar contra mim. Mas peço para todos fazerem uma reflexão e verem que há coisas que não batem certo e que o dinheiro faz milagres.

NSC – O Carlos Silvino está a proteger algum dos arguidos?
F. C. – Ele sempre esteve a proteger pessoas.

NSC – Dos que foram condenados?
F. C. – Não, dos que não foram sequer a tribunal. Protegeu muita gente que nunca esteve em tribunal. Disse meia dúzia de nomes e não disse o resto.

NTC – Alguns arguidos foram condenados. O acórdão (sentença) não esclarece bem as condenações?
F. C. – O acórdão? A Justiça não explica bem as coisas. Há muitas coisas por esclarecer. Há testemunhas que não me parecem credíveis, como esse que acusou alguns e que está no Brasil preso mas pediu agora dinheiro para falar. Isso deixa-me com a pulga atrás da orelha. O que tem ele para dizer que não tenha dito? Ele queria falar com um jornalista (Joaquim Oliveira do 24horas) em quem eu confio. Que nunca me ofereceu dinheiro para nada. É estranho, muito estranho…

NSC – És da opinião de que estas testemunhas estão a esconder alguma coisa?
F. C. – Sim, muitas sim. Não tenho dúvidas disso. Conforme se lê no processo, o que disseram na PJ no tribunal podiam acrescentar. Quantas é que não devem ter acrescentado? Não se esqueçam que no tribunal já foram interrogados como adultos. Um adulto sabe mentir perfeitamente, como o Carlos Silvino que só sabe mentir. Eu sei mentir. Todos nós sabemos mentir. Quem é que nunca mentiu? Não digo que todas as testemunhas estejam a mentir, mas algumas sim.

Carlos Tomás