quarta-feira, 27 de novembro de 2013

GOVERNAÇÃO/LEGISLAÇÃO SACRIFICIAL





PORTUGUESAS E PORTUGUESES, CONCIDADÃOS!


O Presidente da República Portuguesa, num regime Republicano Constitucional, em 2013, em Portugal, país europeu, com 900 anos de história, 39 anos pós 25 de Abril 74, deste Abril ferido por um 25 Novembro 75, cobarde, traidor, mentiroso e vil, acusou perante o tribunal constitucional que o  Governo Português, bárbaro e ilegítimo, e já ilegal quer submeter ao sacrifício de expiação, através de um imposto tirano, como o refere em termos conceptuais o Papa Francisco, os eméritos de Portugal (os denominados reformados, mas reformado uma ova, um insulto miserável), retomando práticas milenárias de execráveis  sacrifícios e de magia negra.

 Através de ritos sacrificiais nos tempos bíblicos  procurava dar-se uma nova alma ao pecador, esteve nesta linha a criminosa Inquisição, ou nas práticas de magia negra para expulsar demónios, como a seguir se refere:

" Significado  de  sacrificial: referente  ao sacrifício  ou  à  oferta  feita à divindade; sacrifical;
Sacrifical referente a sacrifício, expiatório.

 Sacrifício Expiatório Bíblico:

“Sacrifício de expiação pelo pecado (Lv 4.32 a 35). O sacrifício expiatório era um holocausto, diferente dos outros sacrifícios, em que as vitimas eram oferecidas pelos pecados cometidos inadvertidamente, ou por ignorância - mas se a falta era praticada voluntariamente, merecia o transgressor ser cortado da comunhão.

Era a ‘expiação do pecado por meio de uma vida dada em substituição’ (Lv 5.17 a 19 - 15.2,9,19, etc. - Nm 6.11). os sacrifícios expiatórios eram (1) oferecidos pelo sumo sacerdote, quando ele tinha cometido qualquer ofensa, de que a nação pudesse sofrer - (2) ou quando toda a nação tinha inadvertidamente pecado - (3) e também o eram por indivíduos que tivessem pecado por ignorância (Lv 4.32 a 35) - (4) e muito especialmente havia desses sacrifícios no grande dia da expiação.

O sumo sacerdote, quando se tratava do primeiro ou do último caso, punha a sua mão sobre a cabeça da vítima, confessando o seu pecado.

No segundo caso eram os anciãos que punham a mão sobre a vítima - ou punham-na sobre a pessoa que trazia a oferta, se era o terceiro caso.

As cerimónias do grande dia da expiação eram realmente muito significativas: (vede Nm 29.7 a 11 - e Lv 16.20, 26 a 33).

O bode emissário, levando consigo os pecados do povo, e o segundo bode que era sacrificado, prefiguravam de um modo especial a obra de Jesus Cristo.

 Os sacrifícios expiatórios eram, também, oferecidos em certas ocasiões, para purificação de pessoas que se tinham contaminado (Lv 9.22 - 14.19 a 31 - 15.2, 14,15,25 a 30 - Nm 6.2 a 12). No N.T. fala-se de Jesus Cristo, como tendo ele sido a vítima de expiação (Rm 8.3 - 2 Co 5.21 - Hb 1.3 - 9.28). ( fonte bíblia on line)

E,perante tamanha crueldade, tirania, nos termos que o Papa Francisco denuncia, e, pessoalmente,  já o tenho feito dezenas de vezes desde 2008, querem burgueses bem pensantes e melhor colocados no tabuleiro dos interesses económicos totalitário que a Inter sindical mantenha os por eles designados como gado, para subirem aos altos fornos da cibernética e das finanças cantando bem-aventuranças aos tiranos.

Oh estupores! Como é possível ser tamanha a virose de piolhos que ataca as vossas sinapses, se até o PAPA reconhece que este caldo de tortura desencadeará violência.

Como podeis pedir à Inter Sindical, ao PCP, e ao se lixe a Troika, que segundo o Jornalista Marcelino são a mesma gente  que faça de todos cordeiros pascais, como se alguém fosse dono de alguém, isto  a acontecer seria ditatorial e contrário à Constituição da República que  esses burguesotes dizem para eles cumprirem, e,aqui, está  engano dessa gente.

Perante a destruição de Portugal e a governação sacrificial compete aos Patriotas salvar a Pátria até com sacrifício da sua própria vida ....., e a todas as mulheres e homens humanos porem cobro a esta  governação sacrificial por ser contrária à constituição, aos  direitos humanos e ao estado de direito, pelo que deve ser feita a acusação criminal contra os que praticam uma governação sacrificial por via da tirania cibernética e financeira, como o Papa Francisco acaba de denunciar.

Portugueses  a Pátria, a Humanidade reclamam a nossa presença no PAÇO, em BELÉM, no PALÁCIO RATON PARA EXIGIR O FIM DESTA GOVERNAÇÃO SACRIFICIAL  ILEGÍTIMA, ILEGAL, SELVAGEM, BARBARA, DOS TEMPOS BÍBLICOS, OU DO SUBMUNDO DA MAGIA NEGRA.

Sejamos claros, falemos com coragem e verdade: A nossa situação é mesmo de expiação sacrificial nos precisos termos que o Presidente da República refere e o PAPA: logo sr. Presidente aja, e portugueses ajamos também:

 Pela nossa Pátria, pela sua independência, pelo Futuro e por nós: tu, eu, os nossos filhos, os nossos pais e as gerações de jovens actuais e as vindoiras.etc.

CONCIDADÃOS AO PAÇO!

andrade da silva



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

COISAS DE POUCA IMPORTÂNCIA - CRÓNICA DE FRANCIS BABAROCA




Este texto é um exercício literatoterápico e só por acaso, ou por engano, pode ser verdade.

Pouco a pouco vão tirando tudo, ameaçando que se refilarmos, ainda nos tiram mais e depois volta tudo ao mesmo.
Não pensem , aqueles que a pouco e pouco vão tirando tudo ao pobre povo, a dignidade, a liberdade, o trabalho, o pão, os parcos haveres , a própria vida.
Que todos temos capacidade de comer e calar, de nos suicidarmos, do Aguenta Aguenta!
Um dia destes, Deus queira que não! Mas afigura-se-me, talvez muito em breve, os ladrões Alemães e outros estrangeiros, mais os seus lacaios Vasconcelos nacionais, vão ter de se confrontar com a justíssima indignação que estão a semear. Não venham depois os cartilheiros da lei e da ordem, impor o impossível, porque ninguém tem o dever de obedecer a quem não tem o mínimo direito de mandar, roubar, seja sob que pretexto for. Quando o povo se der conta, que os grandes proprietários estão a passar os “seus” bens, muitos deles usurpados legal e honestamente, para ofshores, protegidos pela banca e pelo governo, que na prática actual são, aqui para nós, uma e a mesma coisa,para que quando os ladrões legais, vierem penhorar os bens existentes, através dos solicitadores dos neo/nipo/nazis /fascistas triláteros, Bilderberguers, iluminatis e quejandos, mandatados por papeis timbrados pelo ódio a quem trabalha,( os tais 5% que controlam toda a riqueza do planeta) sejam apenas os bens que restam ao povo, a servir de penhor á pior de todas as MÁFIAS do mundo, - A DONA BANCA -
E Tu que pobre vives e só te lamentas e nunca perguntas quem te condenou, se portanto assistes calas e consentes, mereces ser condenado cá por quem te condenou.
Se estão a contar com tropa? Talvez se …

Francis Babaroca

11/11/2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

UM PAÍS DE PEDÓFILOS



No dia 30 de Dezembro de 2003 foi conhecida a acusação do processo da alegada rede de pedofilia que operava na Casa Pia de Lisboa. Ou seja, a partir daquela data o inquérito judicial foi tornado público e todos os jornalistas passaram a poder aceder aos documentos e confirmar quais as provas que existiam, efectivamente, contra os arguidos. E aquilo que se encontrou foi, para mim, uma desilusão. Ao contrário do que eu desejava, tudo o que escrevera sobre a falta de provas até então era verdade. Ou seja, não havia no processo uma única prova material contra os arguidos. Toda a acusação foi construída com base nos depoimentos de três dezenas de indivíduos, maiores de idade, sendo que apenas um grupo muito restrito, composto por oito jovens, acusavam os 10 arguidos que o Ministério Público queria levar a julgamento como fazendo parte da alegada rede de pedofilia, a saber: Carlos Cruz, Carlos Silvino, Ferreira Diniz, Gertrudes Nunes, Francisco Alves, Herman José, Hugo Marçal, Jorge Ritto, Manuel Abrantes e Paulo Pedroso (na fase de instrução Francisco Alves, Herman e Pedroso saltaram fora do processo e não se sentaram no banco dos réus).

E OS OUTROS?

Mas a verdade é que havia muitos nomes no processo, acusados das mesmas práticas que aquela dezena de arguidos, muitos deles indiciados precisamente pelas mesmas testemunhas que levaram à condenação dos actuais presos, mas que nunca foram interrogados nem pela PJ, nem pelo Ministério Público. E havia uma carta anónima, que ficou no processo principal – apesar de existir um anexo apenas para as cartas anónimas – a envolver Jorge Sampaio, o então Presidente da República, no processo. Se existiam dúvidas de que alguma coisa estava mal na investigação, elas começaram a tornar-se certezas. Tanto mais que a acusação toda é um mero exercício de “copy/paste”, assim como seria, meses mais tarde, a decisão de instrução.
Mas a existência da carta anónima a denunciar Jorge Sampaio, e não só, provocou um “terramoto” no País e a sua divulgação, feita por mim, no Jornal de Notícias, levou mesmo a que o Presidente da República fizesse um comunicado à Nação, dias depois. O que estava em causa não era a substância da carta em si, mas o facto de ela estar no processo e não ter sido mandada destruir. Mais grave ainda, o Presidente da República só poderia ser alvo de uma investigação, de acordo com a Lei, feita pelo Supremo Tribunal de Justiça, que desconhecia por completo os factos. Ou seja, em bom rigor e a partir do momento em que é lançada a suspeição sobre o mais alto responsável do País, o processo deveria ter sido remetido de imediato para o a mais alta instância judicial. Tal não aconteceu. Ao invés, a Procuradoria-Geral da República abriu um mega-processo contra mais de meia centena de jornalistas por alegada “violação do segredo de Justiça”. Não deu em nada.

EURICO DE MELO, PAULO PORTAS, ANTÓNIO VITORINO, ISALTINO DE MORAIS, ETC, ETC…

Passando ao que interessa: o que dizia a famosa carta? Basicamente isto: “Serve o presente para informar V. Exª. Tudo e de todas as pessoas que se encontram envolvidas no caso de pedofilia da Casa Pia de Lisboa: Dr. Eurico de Melo, Paulo Portas, António Vitorino, Mota Amaral e Isaltino de Morais, este com mulheres, filhos, rapazes e raparigas novas vindas do bairro da Pedreira dos Húngaros, no Alto de Algés, presentemente demolido, em verdadeiras orgias e bacanais, num apartamento de 4 ou 5 divisões, não me recordo já bem, na Rua das Piscinas, nº 5 - 6º Esquerdo, em Miraflores-Algés, pois este apartamento foi oferecido pelo construtor daquele bloco de apartamentos a um funcionário da Câmara de Oeiras, que se chama Ramos Luís. Pois eu estive lá, onde não faltava a boa comida e bebida, onde comíamos, bebíamos e dançávamos todos nus e fod***** livremente com quem quiséssemos. Dr. Bagão Félix, Paulo Portas, Jorge Sampaio, Leonor Beleza, Leonor Coutinho, Helena Roseta, Macário Correia, Marques mendes e outros, num apartamento de 10 assoalhadas, sito na Avª. da República, 28-4º andar, em Lisboa (…). Os carros que transportavam miúdos do Jardim de Belém, do Campo Grande, da Praça da Figueira eram o Jaguar do Paulo Portas e o Rolls-Royce da Presidência da República.” A carta que pelos vistos alguém desejou que fosse pública ao mantê-la no processo, vai mais longe, fazendo descrições pormenorizadas dos “dotes” orais de Leonor Beleza.
Certo, é que o Ministério Público não fez qualquer diligência para despistar a veracidade ou mentira desta denúncia. Teria sido elementar que alguém tivesse ido ao prédio da Av. da República ou que o referido Ramos Luís tivesse sido identificado e interrogado. Mas não. A investigação ficou-se pelo juntar da carta ao processo.
E há um nome que sobressai em toda a investigação e que, curiosamente, nunca foi interrogado pelas autoridades: Paulo Portas, que quando o escândalo rebentou era ministro da Defesa. Estava, naquela altura, a ser investigado no âmbito do caso “Universidade Moderna” e negociava a compra de dois submarinos para a Marinha portuguesa.
As referências ao actual número 2 do Governo no âmbito do Processo Casa Pia são várias e, segundo Ricardo Oliveira, uma das principais testemunhas do mediático caso, as referências ao governante que fez, bem como outras testemunhas, terão sido censuradas pelos investigadores, algo que o próprio Carlos Silvino, arguido do processo, também afirmou na entrevista que me deu e que foi publicada na revista “Focus”. De facto, alguns jovens interrogados pela PJ no âmbito do caso da alegada rede de pedofilia envolvendo nomes famosos referenciaram Paulo Portas como possível abusador. Na maioria dos casos não foi dada qualquer credibilidade aos depoimentos e outros foram remetidos para o “apenso A” (cartas anónimas), apesar de, com se verá já de seguida, algumas não serem anónimas.

NARANA COISSORÓ E O SELECCIONADOR NACIONAL DE FUTEBOL

Assim, Rosa Mota, a inspectora que coordenava a 2ª Secção da PJ, directamente sob as ordens do procurador João Guerra e das procuradoras Cristina Faleiro e Paula Soares (a partir de Fevereiro de 2003 a PJ afastou-se da investigação do Processo Casa Pia), recebeu uma carta de uma pessoa que se identificou como Eugénio Afonso de Bessa Sanches da Gama, residente na Rua Pedro Escobar, nº 154 – 2D Porto.
A missiva dizia o seguinte: “Na rede de pedofilia estão metidas 200 pessoas, entre elas o deputado Narana Coissoró e o senhor ministro Dr. Paulo Sacadura Cabral Portas. Isto vai ser a barracada total. Lamento profundamente os homossexuais e bissexuais irmãos Cerqueira Gomes andarem a violar mulheres e miúdos e ninguém os prender.”
Um outro indivíduo também efectuou uma denúncia que foi enviada para o apenso das cartas anónimas, muito embora se tenha identificado como sendo Alexandre Silva e garantido ter sido abusado entre 1995 e 1998: “Eu era frequentemente abusado por duas pessoas importantes: Paulo Portas (actual ministro da Defesa*) e António Oliveira (ex-seleccionador nacional). (…) O Paulo Portas levava-me no carro dele para um descampado, onde me violava seriamente. Ainda me lembro dos risos irónicos dele, que me marcaram e que dificilmente esquecerei. Gostava que se fizesse justiça sobre estes dois pedófilos brutos, insensíveis e imorais.” A equipa da PJ chegou a interrogar um ex-casapiano com este nome que negou ser o autor da carta e esta foi simplesmente enviada para o “apenso A”.
Mas as referências a Paulo Portas não se ficam por aqui. Um indivíduo, que se identificou como Carlos Fragoeiro, também não esteve com meias medidas e efectuou a seguinte denúncia: “Sem qualquer outro motivo que não seja apenas ajudar a investigação e sem qualquer intenção difamatória, venho apresentar o meumeu que me refiro é então o actual ministro da Defesa Paulo Portas, sendo que este manteve uma relação com um rapaz menor de idade, morador em Alfragide, tendo aí sido visto por diversas vezes na sua companhia. Durante algum tempo fez deslocações no seu veículo desportivo (de marca Mazda) a esta localidade para o buscar e levar até que foi expulso à pedrada por um grupo de amigos revoltados com a situação do suposto abuso sexual de uma criança (jovem menor).” A equipa de investigação diz que tentou contactar com Carlos Fragoeiro, mas que não conseguiu qualquer resposta até ao dia 24 de Junho de 2003, pelo que apensou a denúncia e não foi feita mais nenhuma diligência.



VALENTE DE OLIVEIRA , TERESA COSTA MACEDO E DIAS LOUREIRO

Também Isabel Maria Raposo, a dita meia-irmã de Carlos Silvino, cujo depoimento consta do Volume 09 do processo, disse a uma das procuradoras que investigou o caso da suposta rede de pedofilia: “(…) recebeu três chamadas telefónicas. Uma era de uma pessoa que não se quis identificar, outra era de um tal Luís Sarmento e outra de um Paulo… cujo apelido não recorda. Nestas chamadas as pessoas referiram à depoente que tinham provas, papéis e fotografias, que envolviam figuras altas do país. Entre esses nomes consegue recordar-se de: Valente de Oliveira, Martins da Cruz, Paulo Portas, Teresa Costa Macedo, Maldonado Gonelha, Adelino Salvado, Pedro Roseta, Dias Loureiro e os irmãos destes últimos. Mais referiram que havia pessoas da Opus Dei e Bispos envolvidos neste caso e que, portanto, não era só o Carlos que estaria nisto e que estavam do lado dele e que ele não devia pagar por todos. Mais referiram que o Carlos era o que tinha menos importância no meio disto tudo e que, caso as coisas não corressem bem, estes nomes iriam ser publicados.” Mais tarde a meia-irmã de Silvino enviou uma lista à procuradora Paula Soares com uma lista onde constavam estes nomes.

O PROFESSOR MARCELO

No processo surge ainda o mediático professor e comentador televisivo Marcelo Rebelo de Sousa, referenciado na fase de inquérito como tendo abusado de um menor e presenciado actos de pedofilia numa casa em Lisboa. Foi acusado, a 8 de Abril de 2003, por uma professora, residente na Margem Sul do Tejo. Segundo a denúncia da docente, ela foi levada à referida casa pelo pai, e lá estaria o professor que assistiu, nas palavras desta mulher, a abusos de menores, tendo ele próprio abusado de um. A procuradora Paula Soares, uma das titulares do inquérito (juntamente com o procurador João Guerra e a procuradora Cristina Faleiro), foi quem recolheu este depoimento, que, mais tarde, mandou simplesmente apensar ao inquérito principal no “anexo AU”. A mesma mulher acusou ainda o ex-ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, de ter abusado de menores (de ambos os sexos) numa casa localizada no Estoril, onde a testemunha assumiu ter agredido, com um ferro, uma outra mulher que tentou ter relações com ela, não sabendo se a matou (possível homicídio?).
A procuradora Paula Soares considerou que os factos denunciados eram muito antigos e não estavam relacionados com nenhum dos arguidos, suspeitos ou ofendidos do inquérito da rede de pedofilia, pelo que não ordenou qualquer diligência investigatória, nomeadamente que se procedesse ao interrogatório do pai da suposta vítima a fim de se apurar que casa era aquela e quem era o seu proprietário.
Confrontado por mim com esta acusação, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se surpreendido: “Nunca fui interrogado por ninguém sobre essa matéria. Nem sabia que tinha sido referenciado. Tinha conhecimento que a minha fotografia aparecia num álbum que foi mostrado às vítimas e até achei isso muito bem. De qualquer forma, essa acusação não faz o mínimo sentido. Não conheço essa pessoa de lado nenhum.”

VERDADEIROS PARA CONDENAR UNS E MENTIROSOS PARA ACUSAR OUTROS

Inegável é que muitos dos testemunhos e denúncias recolhidos pela equipa de investigadores que trabalharam na fase de inquérito do processo foram desvalorizados, apesar de alguns deles terem testemunhado em tribunal contra alguns dos arguidos que foram a julgamento, nomeadamente contra Ferreira Diniz, Jorge Ritto e Carlos Cruz. Uma das testemunhas que acusou estes três arguidos (Ricardo Oliveira, baptizado por alguma Comunicação Social como João A.) denunciou à PJ outros alegados abusadores, nomeadamente Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, Jaime Gama, Fernando Chalana e Carlos Manuel, tendo mesmo indicado uma casa em Cascais, no Bairro do Rosário, onde terá sido abusado e filmado em práticas sexuais por Ferro Rodrigues, Jaime Gama e Jorge Ritto. Ricardo Oliveira veio depois admitir que mentiu em tribunal e que inventou isto tudo movido pelo dinheiro, sendo instigado em alguns casos por pessoas ligadas à investigação e pela própria Catalina Pestana, ex-provedora da instituição.
Uma outra testemunha/vítima, que acusava todos os arguidos de abusos na casa de Elvas, denunciou à PJ Carlos Mota, antigo “assessor” de Carlos Cruz. As testemunhas que diziam ter sido abusadas em Elvas referiram também à PJ abusos praticados por outras pessoas, nomeadamente por outros funcionários da Casa Pia, por colegas mais velhos e pelo antigo provedor Luís Rebelo, demitido do cargo na sequência do escândalo. Curiosamente, apesar de ser referenciado nos autos como abusador e de ter estado mais de duas décadas à frente da Casa Pia, nomeadamente na altura em que terão ocorrido os abusos que foram julgados em 2010, o ex-provedor nunca foi interrogado pelas autoridades policiais. O julgamento sobre os supostos abusos em Elvas acabou por ser repetido já este ano e os supostos abusadores foram todos ilibados. A casa de orgias, de repente, desapareceu do mapa. E ninguém colocou em causa o resto do processo, apesar de se ter percebido que estavam a mentir. Se o que aconteceu (ou melhor, não aconteceu) em Elvas é mentira, como é possível que estas mesmas supostas vítimas tenham servido para condenar na mesma os arguidos noutros locais, isoladamente, e agora em Lisboa e Amadora?


JOAQUIM MONCHIQUE, FRANCSICO LOUÇÃ E MEDINA CARREIRA

Outros jovens foram claros, quando interrogados pela equipa que investigava a pedofilia na Casa Pia de Lisboa, em denunciar como alegados abusadores de menores Joaquim Monchique, Francisco Louça, Medina Carreira, Narana Coissoró, Paulo Portas, Vítor de Sousa e Carlos Monjardino, entre outros. Todos foram acusados pelas testemunhas/vítimas como frequentadores assíduos do Parque Eduardo VII, onde “arranjariam” os menores de quem abusavam. Nada disto foi investigado.

FERNANDO PESSA E JOÃO QUINTELA
Quem também contribuiu para engrossar a lista de nomes de suspeitos de pedofilia foi a jornalista Felícia Cabrita, autora da notícia que esteve na origem do escândalo. Ouvida pelas autoridades a 16 de Janeiro de 2003, duas semanas antes da detenção de Carlos Cruz, Hugo Marçal e Ferreira Diniz, a jornalista revelou que tinha denúncias contra dois cozinheiros da Casa Pia, Jorge Ritto, Carlos Cruz e Fernando Pessa. Felícia entregou ainda um papel que lhe terá sido dado pela antiga secretária de Estado Teresa Costa Macedo, onde aquela denunciava o advogado Lawdes Marques, os drs. Eduardo Matias e André Gonçalves Pereira, os embaixadores António Monteiro e Brito e Cunha, bem como Carlos Cruz e João Quintela. Sabe-se agora que estes nomes lhe foram fornecidos num papel manuscrito que a ex-secretária de Estado da Família lhe passou, no intervalo de um programa televisivo.
Curiosa não deixa de ser a afirmação pública de Carlos Silvino: “Quando um dos inspectores me mostrou a fotografia do Paulo Portas para ver se eu o identificava o inspector Dias André disse logo: “Esse não interessa. Esse já toda a gente sabe que é maricas!…”

Carlos Tomás

terça-feira, 5 de novembro de 2013

DETENÇÃO DE TRAFICANTE DE ESTUPEFACIENTES





A Polícia Judiciária, através da Diretoria de Centro, em estreita colaboração com o Estabelecimento Prisional de Coimbra, identificou e deteve uma mulher, desempregada, presumível autora da prática de um crime de tráfico de estupefacientes.


A suspeita foi detida após ter entregue ao seu filho, detido naquele Estabelecimento, durante a visita, haxixe suficiente para 60 doses, que aquele de imediato introduziu no organismo a fim de passar o controlo após essa visita.


A detida, de 61 anos de idade, foi presente a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coação de apresentações semanais às autoridades e proibição de fazer visitas ou estabelecer qualquer tipo de contactos com o seu filho enquanto detido em Estabelecimento Prisional.





05 de novembro de 2013

DETENÇÕES POR CRIMES DE SEQUESTRO AGRAVADO E ROUBO







A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve dois homens pela presumível autoria dos crimes de sequestro e roubo, perpetrados na madrugada de 01 de agosto do corrente ano, na cidade do Porto, sobre um outro homem de 36 anos de idade.

A vítima e os ora detidos ter-se-ão conhecido naquela mesma data, em ambiente de entretenimento noturno, que entretanto abandonaram, conjuntamente, na viatura de um dos autores dos crimes em apreço.

Seguidamente, a vítima terá sido privada da sua liberdade ambulatória, pelo período aproximado de uma hora, agredida fisicamente e roubada num telemóvel, num relógio e em algum dinheiro, parte do qual terá levantado em caixa ATM, já no mesmo período de tempo em que era transportada naquela viatura automóvel.

Os detidos, com as idades de 29 e 30 anos e com as profissões de empregado de hotelaria e eletricista, sendo já possuidores de relevantes antecedentes policiais e criminais pelos crimes de tráfico de estupefacientes, ofensas à integridade física e outros contra o património, foram entretanto presentes às competentes autoridades judiciárias, tendo em vista o seu interrogatório judicial e a submissão a adequadas medidas de coação.



05 de novembro de 2013

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

OS HUMORroides de Francis Babaroca



Meus amigos por favor não leiam isto que hoje escrevo, por mero exercício de intelectoterapia, porque pode ser verdade e eu não quero problemas, a verdade traz sempre complicações e no contexto actual, violentíssimas.

OS HUMORroides delírio em forma de texto, saído de um sonho alucinado , onde as personagens eram uns amigos, que se divertiam ás gargalhadas, - obviamente doentias -, sobre uns pobres diabos , que num hospital que então havia, ali para os lados do campo de Santana , chamado Portugal, calculem!
O próprio, o Camilo, o Guilherme Leite o Herman e o Aleluia, salvo erro e não lembro de quem mais.
Era assim ! Se bem me lembro, um deles, porque a mãe era prostituta e o pai, que nunca conheceu, tinha vários heterónimos, todos eles verdadeiros , que sempre odiou por lhe terem dado o nome de Milton ,por nascimento, que tinha uma fobia, quase normal neste tipo de gente, roubar o que estiver mais à mão, e até já foi apanhado no maior Centro Comercial do mundo a roubar dignidades e outros produtos de enormíssimo valor. Também se gaba de levar no prestígio! Gostos...
Por isso, como terapia,ou para agravar a enfermidade, resolveu dedicar-se às graçolas carraçolas, sobre aqueles que tinham pêlo luzidio e que não tinham mães prostitutas, nem pais drogados, para os defender. Para tal, tinha que se inimputabilizar! então escolheu o método, que por unanimidade, todos os Psi,s da nossa praça, diagnosticam como loucura irreversível, que é o de atirar a caca que se defeca, para cima dos outros meninos . Grandes artistas! Obviamente muito aplaudido pelos seus proselitos lá no manicómio, que se riem a bandeiras despregadas de coisas pelas quais deviam de chorar, mas, pelos vistos, são loucos!...
Havia também neste sonho, uns outros, que ribombavam de sucesso em sucesso, no palco principal lá do hospício, que era o grupo Os MACACOIDES DA RUA F, que o Herman dizia ter inventado, por vingança, em paga pela estupidez dos donos do manicómio, que não sabiam nada de nada, sobre humor, mas viviam do poder dessa ciência , Pimba!

Desculpem estão-me aqui a dizer que se publico isto, sou processado, condenado e vou para a cadeia!
Qual é o problema ? A cadeia está cheia de gente interessante, está cada vez com mais prestígio, é o sítio onde há mais pessoas inocentes e cultas por metro quadrado, segundo o exemplo biblíco não se atinge o céu sem se ser mártir e não se é mártir sem injustiça, (Aqui, nesta palestrina terra, quem é que está livre de pecado? Os juízes; o Estado; o Futebol; os Bancos; (há lá maiores ladrões ?) o Governo; os politicos; a Polícia; a GNR; as Finanças; a igreja - fora o Papa -; a imprensa; os Presidentes da Republica e AR,os Palhaços; Vai-te mas é matar!
E depois, na prisão , não há filas de transito, não há solicitadores a fazer penhoras, há cama, mesa e roupa lavada à borla, há tempo para tudo o que é importante na vida, ler e ouvir música, não há a tortura das gargalhadas da Júlia Pinheiro, a maquilhagem da Judite de Sousa, os comentários do Marcelo, do Sócrates e do Santana Lopes,
acabou ! Estão ver, mas eu não não falei dos médicos? Esses OK tchau.
O amigo não gostou? Então por que leu, não foi avisado que isto é uma obra de ficção de um anormal que sabe que é e gosta de ser?
De qualquer modo as minhas normais desculpas.

Francis Babaroca

sábado, 2 de novembro de 2013

O PODER SECRETO DA OPUS DEI




Obra de Deus controla várias entidades que têm um património superior a 80 milhões de euros. Está ligada a uma financeira de capitais de risco e conta com cerca de 1500 seguidores em Portugal. Organização é suportada por associações paralelas



Jovens com pouco mais de 14 anos e oriundos de famílias abastadas são a base de recrutamento. São educados para se tornarem santos e difundir “a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para o encontro com Deus, o serviço aos outros e o melhoramento da sociedade”. Estamos a falar da Opus Dei, a “secreta” e polémica organização da Igreja Católica, que em Portugal tem cerca de 1500 seguidores, na sua maioria mulheres e casados. A forma de atingir tais fins e o vasto património que as várias entidades ligadas à Obra de Deus possuem é que levanta muitas dúvidas sobre os verdadeiros objectivos da instituição.

A alimentar estas dúvidas está o facto de se desconhecerem quem são e que cargos ocupam os referidos “seguidores” na sociedade portuguesa, sendo certo que deles fazem parte nomes sonantes como Ramalho Eanes, ex-presidente da República, e a sua mulher, o conhecido bancário Jardim Gonçalves, o conselheiro de Estado e ex-ministro da Segurança Social, Bagão Félix, e o antigo presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, para dar apenas alguns exemplos.

Oficialmente, o Opus Dei não tem nada em seu nome. Está tudo nas mãos de várias instituições que têm ligações evidentes à organização. A principal é a Fundação Maria António Barreiro, fundada após a morte desta mulher, em meados da década de 80 do século passado, e que deixou, em testamento, a sua gigantesca fortuna nas mãos do ex- advogado do BCP, José Afonso Gil, um membro da Opus Dei e que é o presidente vitalício da instituição, da qual fazem ainda parte, Francisco Oliveira Dias, ex-presidente da Assembleia da República, e Carlos Câmara Pestana, vice-presidente do BPI e presidente do Banco Itaú, mais dois destacados membros do Opus Dei.



Metade de um quarteirão

Da fortuna deixada por Maria Antónia Barreiro e que deu origem à fundação ligada ao Opus Dei faziam parte 50% do quarteirão onde funciona a Pastelaria Suíça, no Rossio, em pleno coração de Lisboa, que foi vendido pouco depois da morte da benemérita. O negócio terá rendido cerca de 10 milhões de euros em valores actuais. A herança incluía ainda mais 18 prédios espalhados por Lisboa, jóias, depósitos a prazo em vários bancos e títulos do tesouro. A sua fortuna tem sido usada em obras do Opus Dei desde então e a Fundação tem um património superior a 41 milhões de euros. Em seu nome estão quase uma centena de imóveis espalhados pelas freguesias de Penha de França, S. Sebastião da Pedreira, Olivais e S. Domingos de Benfica. Só em Marvila, a fundação tem 10 prédios, nove lojas e nove armazéns, sendo que um deles vale cerca de 500 mil euros. A instituição é igualmente proprietária de mais de metade da Rua Fernando Palha, na zona Oriental de Lisboa

Em nome da Fundação Maria Antónia Barreiro está um terreno junto à Universidade Católica, em Lisboa, onde nasceu a residência universitária Montes Claros e o Oratório S. Josemaria Escrivá, o santo fundador do Opus Dei. Ao lado foi construída a Associação de Estudos Superiores de Empresas (AESE), igualmente controlada pela organização católica. O Centro de Orientação Familiar, que promove acções de formação para casais, a funcionar num prédio da Rua do Possolo, ao lado da residência do presidente da República, Cavaco Silva, é também da Fundação e na sua criação esteve envolvido o conhecido banqueiro Jardim Gonçalves, que também foi um dos fundadores da AESE. Aliás, das 23 pessoas que fundaram a associação de estudos, 18 eram membros da Obra, entre os quais Carvalho Cardoso, ex-presidente do clube Belenenses, colaborador de António Champalimaud e antigo gestor da Mundial Confiança, Osvaldo Aguiar, que era o administrador do governo do Opus Dei, Silvério Martins, fundador do CDS e ex-administrador do Banco Pinto de Magalhães e da Rádio Renascença, e José Fonseca Pires, responsável pelas actividades dos membros da Obra casados (no Opus Dei, os membros casados são chamados supranumerários e os solteiros numerários) e presidente da Sociedade Lusitana da Cultura.



Uma financeira

O Opus Dei tem igualmente ao seu serviço a Cooperativa de Fomento de Iniciativas Culturais (Cofic), entidade que financia o governo da Obra e que possui quatro imóveis localizados em Viseu e dois em Coimbra, cujo valor ronda os dois milhões de euros. A cooperativa tem 18 imóveis registados em seu nome, entre os quais está a Quinta do Paço do Lumiar, com mais de 10 mil metros quadrados, onde funciona a sede do Opus Dei e vive o líder da organização em Portugal, o vigário regional José Rafael Espírito Santo. Só esta quinta, com o seu sumptuoso palacete, está avaliada em cerca de 20 milhões de euros. O director-geral da AESE, José Ramalho Fontes, também vive numa vivenda em Linda-a-Velha registada no nome da Cofic e que está avaliada em mais de três milhões de euros.

A cooperativa é ainda dona de um prédio no Campo Grande, onde funciona o Clube Xénon, vocacionado para organizar actividades para rapazes e que é um dos principais pontos de captação de novos membros para a Obra. O prédio foi uma doação da ISCAL, Sociedade Imobiliária Civil, administrada por três membros do Opus, que também deixou uma quinta em Vila Nova de Gaia, onde a organização construiu um edifício para acolher os participantes nos seus retiros espirituais. Um complexo igual foi construído em Almançor, no Alentejo, em terrenos doados à cooperativa por Alfredo Cunhal, tio do fundador do PCP, Álvaro Cunhal.

Mas o investimento onde o Opus Dei aparece envolvido e que provoca mais estranheza é a Naves, uma sociedade de capitais de risco. Na verdade, quem entrou no negócio foi a AESE, que comprou 11,76% dos 1,3 milhões de euros de capital social da sociedade financeira, tornando-se na sua principal accionista. A Naves funciona na própria escola superior, na Calçada da Palma de baixo, em Lisboa. A naves tem activos superiores a um milhão de euros e participações na imobiliária In Time (de Gaia) e na Várzea da Rainha Impressores, um empresa que é presidida por Zita Seabra, que também dirige a editora Althêia, responsável pela publicação, no ano passado, de uma biografia do fundador do Opus, Josemaria Escrivá.

A Escola Profissional Profissional Val do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros.


Chamada à santidade

Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais.

“O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil.

Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.”

Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necesssidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal.



Irmã Lúcia foi “madrinha”

da Opus Dei em Portugal



José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente.



Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira.

“S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei.

No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiõeProfissional Val do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros.


Chamada à santidade

Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais.

“O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil.

Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.”

Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necesssidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal.



Irmã Lúcia foi “madrinha”

da Opus Dei em Portugal



José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente.



Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira.

“S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei.

No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiõeProfissional Val do Rio, em Oeiras, o Centro de Actividades Culturais do campo Grande, o Colégio Universitário da Boavista e o Clube Vega, no Porto, são outras instituições ligadas ao Opus Dei, que também tem o Hotel 3 Pastorinhos, localizado a escassos 50 metros do Santuário de Fátima. O Opus prevê construir em breve, através da Fundação Maria Antónia Barreiro, uma residência universitária feminina no Campo Grande e um centro para tratar doentes paliativos. Investimentos superiores a seis milhões de euros.


Chamada à santidade

Mas desengane-se quem pensa que o Opus Dei é uma organização com um vasto património financeiro e imobiliário. Oficialmente, a Obra de Deus só é proprietária de três jazigos. O resto está em nome de cooperativas, fundações, associações e empresas controladas pelo Opus Dei através de seguidores que ocupam cargos nos respectivos órgãos sociais.

“O Opus Dei é uma instituição legítima, existente ao abrigo do Direito Concordatário, que pertence à organização da Igreja, e por isso também sujeita ao escrutínio das normais instâncias judiciais. A missão do Opus Dei é evangelizadora. Tal como todas as outras instituições da Igreja, cada uma à sua maneira, procura que cada pessoa se abra a Deus, aprenda a encontrá-lo na vida diária, integrando-se na vida da Igreja. A actividade do Opus Dei resume-se na formação dos fiéis da prelatura para que desenvolvam – cada um no lugar que tem na Igreja e no mundo – uma actividade apostólica multiforme, promovendo em seu redor o ideal da chamada universal à santidade”, explicou, a “o Crime”, o assessor de Imprensa do Opus Dei, Pedro Gil.

Segundo o porta-voz da Obra, “os projectos de evangelização que as pessoas do Opus Dei realizam com outras pessoas, e para os quais solicitam a atenção pastoral da prelatura, são projectos autónomos, com responsáveis próprios e gestão independente. Por isso, as informações que lhes dizem respeito devem-lhe ser solicitadas.”

Pedro Gil salientou ainda ao nosso jornal que cada um dos membros integrantes da prelatura (é assim que também se designa o Opus) faz face às suas necesssidades económicas pessoais e familiares por meio do trabalho profissional habitual. “Além de se sustentarem pessoalmente, os fiéis do Opus Dei e os cooperadores cobrem os gastos inerentes às necessidades pastorais da prelatura. Estes gastos reduzem-se, basicamente, aos do sustento e formação dos sacerdotes da prelatura, às despesas referentes à sede da cúria prelatícia, bem como às dos governos regionais ou das delegações e às esmolas que a prelatura concede. Como é natural, os fiéis do Opus Dei ajudam também igrejas, paróquias, etc”, concluiu o assessor do Opus Dei em Portugal.



Irmã Lúcia foi “madrinha”

da Opus Dei em Portugal



José Balaguer Escrivá foi o 465.º santo canonizado pelo falecido Papa João Paulo II e a vinda para o nosso país da organização que fundou terá sido decidida após conhecer a vidente.



Tudo terá começado com um encontro com Lúcia, a vidente de Fátima, quando esta se encontrava no Convento das Doroteias de Tuy, em Espanha. A antiga pastorinha, diz o site na Internet do Opus Dei, terá conhecido o fundador do Opus Dei, Josemaria Balaguer Escrivá, em 1945. Só que Josemaría Balaguer não tinha com ele o passaporte e era preciso que alguém abrisse as fronteiras ao pai da Obra de Deus (Opus Dei, em latim). A solução terá sido um telefonema da irmã para Portugal e Balaguer conseguiu o visto para entrar no nosso país, visitar Fátima e encontrar-se com altos dignitários da Igreja Católica, incluindo o cardeal Cerejeira.

“S. Josemaria conheceu a Irmã Lúcia em Fevereiro de 1945. Tinha ido a Tuy, em Espanha, encontrar-se com o bispo, o seu amigo D. José López Ortiz. A Irmã Lúcia, vidente de Fátima, encontrava-se então num convento em Tuy. O bispo quis que S. Josemaria a conhecesse. A conversa foi providencial uma vez que a Irmã Lúcia pediu insistentemente ao Fundador que fosse a Portugal, para poder assim apressar os começos do trabalho do Opus Dei em terras portuguesas. A viagem está nos seus planos apostólicos, mas não naquele momento, entre outras coisas porque não tinha passaporte. Mas isso não foi um obstáculo pois, com um telefonema para Lisboa, a Irmã Lúcia obteve para S. Josemaria, e para os que o acompanhavam, a autorização necessária. Assim, a pedido da Irmã Lúcia, a viagem que o fundador e Álvaro del Portillo tinham iniciado no dia 29 de Janeiro em Espanha, conheceria um imprevisto prolongamento em solo português”, lê-se no site do Opus Dei.

No ano seguinte, em Coimbra, a organização lançava os alicerces e abria a primeira casa naquela cidade, baptizada de Montes Claros. Rodeada de um enorme secretismo, só na década de 70 é que Jardim Gonçalves, administrador de um enorme império financeiro privado, deu a cara pela Obra. Ao antigo presidente do BCP, seguiram-se figuras como Adelino Amaro da Costa, um dos fundadores do CDS e uma das vítimas de Camarate (que abandonou em litígio a Obra para se casar) ou João Bosco Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República. O mesmo fizeram figuras internacionais como Lech Walesa, antigo chefe de Estado da Polónia e ex-dirigente do Solidariedade, movimento sindical apoiado pela banca do Opus Dei, Giulio Andreotti, que foi primeiro-ministro italiano em várias ocasiõeocasiões, Louis Freeh, antigo director do FBI, Joaquín Navarro Valls, psiquiatraporta-voz do Vaticano, Jacques Santer, ex-Presidente da Comissão Europeia, o espanhol Gil Robles, presidente do Parlamento Europeu entre 1994 e 1999, e Juan Antonio Samaranch, ex-presidente do Comité Olímpico Internacional.
Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei, neha qualquer elitismo e lembra a presença da Obra em meios menos favorecidos, tendo membros taxistas, cozinheiras ou mulheres-a-dias. Desde o início da implantação do Opus Dei em Portugal que a Obra não tem tido vida fácil nos meios eclesiásticos. Seja pela desconfiança da hierarquia, seja pela dificuldade em fazerem-se aceitar junto da opinião pública e de penetrar em meios tão sensíveis como a Universidade Católica ou a administração de paróquias. Pelo contrário, no Vaticano sobem de dia para dia os “infiltrados” do Opus Dei, lobby que condicionou as movimentações dos cardeais no conclave para a eleição do novo Papa. Hoje, sabe-se que o polaco Karol Wojtyla deve o papado à estratégia conservadora dirigida pelo cardeal austríaco Koening, simpatizante da Obra, suspeitando-se que o mesmo terá acontecido com o actual Papa.

O Opus Dei não apresenta grandes alterações nos diferentes países onde se instalou. A “máquina de santidade” concebida em 1928 por Josemaria Escrivá, assume-se como inovadora a pré-conciliar a intervenção activa dos cristãos correntes no interior da Igreja Católica, dominada pelos eclesiásticos. Escrivá diz-se possuído de uma “inspiração divina” e fundou em Madrid uma organização que tem como objectivo “ser o caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos”. Segundo Escrivá, qualquer ser humano podia ser profissional da santidade, excepto as mulheres, mas em 1930 deu a mão à palmatória e abriu as portas da santidade ao sexo esquecido na candidatura aos altares. O Opus Dei é agora uma Prelatura, ou seja, uma diocese sem território, erigida em 1982 por João Paulo II.

A Obra impõe um “plano de vida” aos seus membros que são obrigados, diariamente, a meia hora de oração mental, de manhã e à noite, assistência à missa, visita ao Santíssimo Sacramento (sacrário sobre o altar onde se guardam as hóstias consagradas), leitura de textos bíblicos e de outros livros de espiritualidade, recitação do rosário (três terços), do Angelus (oração mariana do meio dia), diversas jaculatórias (interjeições religiosas como Santa Maria Mãe de Deus), e do exame de consciência à noite, onde se incluem perguntas sobre as preces da Obra e o espírito de proselitismo. É ainda obrigatória a confissão semanal, um dia de recolhimento em cada mês e um retiro espiritual todos os anos, com a duração de três a cinco dias. Estes últimos actos devem ser cumpridos no interior da obra e a confissão não pode ser feita a qualquer padre que não pertença à instituição. Também lhes é pedida a subvenção da Obra que passa pela entrega de quantias monetárias, em tudo semelhante ao dízimo.

Os numerários e agregados são outra categoria de membros do Opus Dei, porventura os de mais difícil reprodução. Além de lhes serem feitas as mesmas exigências que aos supranumerários (seguidores casados), conhecem imposições que os aproximam de figuras claustrais sem hábito, como o celibato apostólico, a permanência nos centros da Obra, e a mortificação corporal, que passa pelos tradicionais jejuns e abstinências e, aos sábados, pela autoflagelação e uso de cilícios – espécie de cinto áspero, de corda ou arame, aplicado sobre a pele. Aos numerários não lhes é consentido celebrar com as famílias as festas do Natal, Páscoa e Ano Novo. Há uma vigilância sobre os quartos, a correspondência, e o acesso a espectáculos públicos. Todos os proventos – intelectuais ou outros – são entregues à Obra, que por sua vez aepnas lhes dá dinheiro para despesas mínimas. Os agregados não têm normalmente formação universitária nem vivem nas casas da Obra mas assumem os mesmos compromissos.

Além dos castigos corporais e da confissão, outra tarefa semanal é o encontro com o director espiritual, papel atribuído a um leigo designado pela estrutura. Se for caso disso, é proposta a “correcção fraterna”, que não passa de uma punição ou acto de contrição exigidos pelo director espiritual e que é um dos métodos de controlo das consciências no interior da Obra de Balaguer. Segundo testemunhos de dissidentes que circulam na Internet, estes métodos têm produzido enormes estragos no tecido mental dos membros.





Padres especiais

Não é qualquer sacerdote que pode fazer parte do Opus Dei. Dentro dos numerários e agregados do sexo masculino que são escolhidos pelo Prelado criado por Josemaria Escrivá, os padres da Obra têm de pertencer à Sociedade Sacerdotal de Santa Cruz, criada pelo santo em Espanha, em 1943. A criação desta sociedade provocou uma onda de intrigas nos meios eclesiásticos espanhóis e do próprio Vaticano. A todos, excepto aos agregados, é exigido o doutoramento em ciências teológicas e civis e obediência exclusiva ao Prelado da Obra. Podem pertencer à Sociedade Sacerdotal padres associados diocesanos que desejem receber a formação tipo Opus. Esta é uma forma de difusão da Obra mas que não consente o contrário.

D. Alberto Cosme do Amaral, bispo emérito de Leiria, foi, antes de receber o episcopado, o primeiro padre diocesano a associar-se às estruturas da organização em Portugal. São cerca de meia centena os padres portugueses da Prelatura, cifrando-se a nível mundial nos 1800, incluindo diáconos. Dispersos pepelos centros do Opus Dei, os padres fazem serviço de confissões e dão apoio aos tribunais diocesanos.


Cooperadores bem conhecidos

O Opus Dei tem a particularidade de designar como cooperadores homens e mulheres que não estando incorporados na Prelatura podem pertencer a diferentes confissões e religiões, designadamente protestantes, judeus, muçulmanos ou budistas, agnósticos e ateus. Não será entretanto fácil convencer quaisquer destes elementos a propiciar à Prelatura amor com obras ao Papa e aos bispos. Mas são mais vastas as actividades dos cooperadores no campo educativo ou de promoção social e cultural. A ajuda económica que possa vir destas pessoas é retribuída em indulgências, em tudo parecidas com as que foram “inventadas” pelo protestante Martinho Lutero, em orações, retiros e círculos. Em Portugal, Narana Coissoró, hindu, antigo vice-presidente da Assembleia da República, possui este estatuto.

A página do Opus Dei na Internet envia regularmente informação sobre as actividades da Obra, sendo mais de 50 mil o número de portugueses que recebem a newsletter elaborada pelos serviços de comunicação da organização no nosso país, embora os cooperadores sejam menos de quatro mil.

Os cooperadores colaboram nas actividades da obra e espalham o espírito da organização. Entre eles, estão nomes bem conhecidos da sociedade portuguesa, como Bagão Félix, os casais Eanes e Nogueira Pinto, Maria Barroso, Freitas do Amaral, Arlindo Cunha e Rui Machete.



A lista negra

A canonização e santificação de Josemaria Escrivá produziu uma das mais eficazes operações de marketing levadas a efeito sobretudo pela transmissão televisiva das cerimónias litúrgicas, realizadas no Vaticano. Mas a exposição mediática trouxe, por outro lado, a visibilidade das fragilidades. Amante mais do rigor do Direito Canónico que da investigação teológica, o Opus Dei mantém o tom conservador da eclesiologia dos anos 30 e, em matéria de liberdade de pensamento e consciência, continua a guardar o Index abolido pelo Vaticano II. Entre outras são lançadas à fogueira do Opus Dei as obras de Lutero, Lessing, Kant, Hegel, Brecht e Hans Kung, que são consideradas “mero lixo”.

“Os fiéis do Opus Dei são cidadãos que gozam dos mesmos direitos e têm as mesmas obrigações que os restantes cidadãos, seus iguais. Na actuação política, económica, cultural, etc., agem com liberdade e responsabilidade pessoais, sem envolver a Igreja ou o Opus Dei nas suas decisões, e sem apresentar esse modo de agir como o único compatível com a fé. Esta atitude exige respeitar a liberdade e as opiniões alheias”, assegura a “o Crime” Pedro Gil, assessor de Imprensa do Opus Dei em Portugal, não negando, no entanto, que são dadas “meras indicações sobre o que é boa ou má leitura”.


Calos Tomás