quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O "qui pro quo" luso-angolano...

Com as notícias que se podem ler AQUI, AQUI e AQUI, afinal quem tinha razão? O Ministro Rui Machete ou o Ministério Público português?

Aqui deixo apenas estas duas singelas perguntas...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DETENÇÃO DE AUTOR DE CRIME SEXUAL





A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Centro, identificou e deteve um homem, solteiro, pela presumível prática de um crime de violação, de que foi vítima uma jovem, sua familiar, com 16 anos de idade.



O detido, de 24 anos de idade, foi presente a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.





28 de outubro de 2013

DETENÇÃO DE INCENDIÁRIO URBANO




A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada, identificou e deteve um homem pela presumível prática do crime de incêndio numa habitação.



Os factos verificaram-se no centro da cidade de Ponta Delgada, na passada semana, quando o detido, movido por um sentimento de vingança relativamente à sua companheira, muniu-se de um líquido acelerante de combustão que derramou sobre a roupa de cama e inflamou através de isqueiro.



Em resultado desta conduta, as chamas destruíram o interior do compartimento e danificaram as restantes dependências da habitação, tendo criado um sério risco de propagação às habitações contiguas e colocado em perigo não só bens patrimoniais de valor consideravelmente elevado como a vida de pessoas ali residentes, porquanto se trata de uma zona de grande densidade urbana, com casas de traça antiga, o que só foi evitado pela pronta intervenção dos bombeiros.



O detido, de 39 anos de idade, sem ocupação, foi sujeito a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coação de apresentação trissemanais, de proibição de contactos com a ex-companheira e utilização de pulseira eletrónica.


28 de outubro de 2013




DETIDO EM FLAGRANTE POR TRÁFICO DE ESTUPEFACIENTE E TRÁFICO ILEGAL DE ARMAS




POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

Comando Metropolitano de Lisboa

COMUNICADO DE IMPRENSA – 408.PSP.LX.13



O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, através da Divisão Policial da Amadora,
hoje, procedeu à detenção de um homem, de 34 anos de idade, por tráfico de
estupefaciente e posse ilegal de armas.
A PSP, num atento acompanhamento à dinâmica da criminalidade emergente e
enquadrando um policiamento direcionado para Zonas Urbanas Sensíveis, tem
procurado reorientar os seus recursos policiais e táticas de intervenção policiais no
sentido de combater a criminalidade e o consequente sentimento de insegurança.
Uma Equipa de Intervenção Rápida que se encontrava em patrulhamento no Bairro
Alto da Cova da Moura, abordou um suspeito sobre o qual recaíam suspeitas de se
encontrar a transaccionar estupefaciente e que se pôs em fuga ao aperceber-se da
presença policial.
Após ter sido intercetado, o suspeito foi submetido a uma revista sumária tendo sido
encontrado na sua posse 205€ em notas do Banco Central Europeu, 4 telemóveis e
produto suspeito de ser estupefaciente.
Em consequência do sucedido, foi igualmente efetuada uma busca domiciliária à
residência do suspeito, tendo sido apreendido o seguinte:
3035,98g de produto suspeito de ser Haxixe;
51,21g de produto suspeito de ser Heroína;
1 Balança de precisão;
1 Shot-gun;
1 Revólver de calibre .32;
5 Munições de calibre .32; e
7 Cartuchos de calibre 12mm
2 Pares de óculos;
O detido foi presente ao Tribunal Judicial da Comarca da Amadora para 1.º
Interrogatório Judicial e aplicação da medida de coação.
Lisboa,29 de outubro de 2013

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

COMUNICADO E IMPRENSA - DETENÇÃO POR ASSALTOS A ESTABELECIMENTO COMERCIAL





A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve um homem pela presumível autoria de crimes de furto, um dos quais com violência depois da subtração, ocorridos nos passados meses de agosto e setembro, num supermercado de Rio Tinto, Gondomar



Na sequência das diligências efetuadas foi possível apreender a suposta arma de fogo utilizada e que se veio a revelar ser uma mera réplica.



O detido, de 45 anos de idade, vendedor ambulante, apresentando extensos antecedentes criminais por crimes violentos contra a propriedade e por tráfico de estupefacientes, estando presentemente em cumprimento de pena de prisão por dias livres, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.




28 de outubro 2013

CASA PIA - MAIS UMA PISTA AMERICANA - A DENÚNCIA DO PRIOR



Um antigo capelão da Casa Pia na década de 60 relatou que foi demitido da instituição por ter denunciado um americano envolvido num caso de pedofilia com rapazes do colégio de Pina Manique. A queixa chegou à sub-secretária de Estado da Assistência Social, Teresa Lobo, mas acabaria por ser arquivada “por influências políticas”, revelou o padre António Emílio Figueiredo, em 2002. O prior nunca esqueceu sobretudo o drama vivido na Casa Pia com o americano, conhecido por “Ken Rogers”.
As denúncias que lhe foram feitas pelos perceptores (educadores que tomavam conta dos alunos) relatavam que o americano “levava os miúdos para um hotel e dormia com eles. Dava-lhes banho, dava-lhes prendas, beijava-os, fazia o que queria e o que lhe apetecia”.
O “amigo americano”, como as crianças o chamavam, ia ao colégio, mas nunca falou com o capelão. “Vi lá o senhor mas ele nunca foi ao pé de mim. Via as prendas que ele dava aos miúdos, como relógios, e achava estranho”, lembrou, quando foi entrevistado, há já 10 anos, pelo jornalista Francisco Gomes, do jornal digital Oeste On-Line.
“Entrei em 1963 e fui capelão da Casa Pia durante oito anos. Fui demitido porque levei o caso ao Tribunal de Menores. Encarreguei os perceptores de fazerem fitas gravadas com os depoimentos dos alunos. Tentaram falar ao chefe de disciplina que os orientava, mas este disse-lhes para se calarem, que aquilo era muito sério e muito grave, e que seriam todos demitidos. Eles vieram dizer-me e eu tomei conta do caso. Só lhes pedi para me arranjarem os dados e eles fizeram inquéritos aos miúdos e gravaram fitas. Não falei com os rapazes”, contou ao jornalista daquela publicação da Internet.
O antigo capelão sublinhou, nas declarações que fez naquela altura, que entregou as gravações à Directora-Geral de Assistência, que as fez chegar à sub-secretária de Estado da Assistência. “Não foram à mão de ninguém na provedoria da Casa Pia, se fossem tinham desaparecido. Não sou parvo. Queriam abafar tudo. Não falei nada com eles. Fui logo directo à sub-secretária de Estado, que me mandou chamar”.
“A senhora doutora Teresa Lobo instaurou um processo no Tribunal de Menores. Como o processo depois foi arquivado, o provedor da Casa Pia, José Francisco Rodrigues, que ficou livre da acusação que lhe faziam de ele colaborar com o pedófilo, mandou-me embora. Foram influências políticas, foi a política que se meteu no assunto e fizeram arquivar o processo”, manifestou.
No Tribunal disse ter sido arquivada uma carta enviada por um aluno que foi viver para a América com o alegado pedófilo. “Ele escrevia para um colega, para o amigo ir para lá e um perceptor apanhou essa carta e mostrou-me. Tinha lá uma palavra riscada, que dava a entender que o rapaz era vítima de pedofilia. Uma porcaria qualquer, que não me lembro”, indicou, salientando que “eu bati-me com a direcção da secção e conseguimos que o miúdo não fosse. Acho que não foi, porque fui-me embora e não sei o que se passou a seguir”.
Nos anos 60 outro funcionário da Casa Pia tinha sido suspeito de práticas pedófilas. O antigo capelão recordou que o indivíduo, de nome Horácio Lopes, “era muito amaneirado e desconfiávamos que ele abusava dos miúdos”.
“Conseguimos, não sei como, transferi-lo para o Hospital de São José, como servente, para não estar em contacto com as crianças. Não fui eu que resolvi o assunto mas tive influência nisso”, apontou, indicando que “não sei o que ele fazia, sei que era uma pessoa suspeita de se entreter com os miúdos”.
AH POIS É!!!



Carlos Tomás

NOTA DE IMPRENSA - PSP



079.PSP.DN.13

A PSP realizou entre as 07H do dia 25 e as 07H do dia 28 de outubro, 299 detenções em todo o País.

Destas intervenções queremos destacar 23 detenções por tráfico de estupefacientes, 05 detenções por resistência e coação sobre funcionário, 14 detenções por furto/roubo, 09 por posse ilegal de arma de fogo, 1 por permanência ilegal em Território Nacional , 1 por violência doméstica e 2 por condução perigosa.

Neste período foram ainda apreendidas 5 armas de fogo, 6 armas brancas e mais de 4.116 doses de droga ( 3.752 doses de haxixe, 7 de heroína, 346 de cocaína e 10 de cannabis).

Durante toda a semana a PSP realizou em todo o País 600 detenções, 273 destas no Comando de Lisboa, 101 no Comando do Porto, 59 no Comando de Setúbal, 35 no Comando dos Açores, 28 Comando da Madeira e 26 no Comando de Leiria. Apreendeu 19 armas de fogo, 32 armas brancas, 5 bastões, 1 gás pimenta e mais de 27.385 doses de droga ( 19.157 de Haxixe, 620 de Cocaína, 1.831 de Heroína e 5.775 de Cannabis).

CONSIGO DESDE 1867, TODOS OS DIAS!

domingo, 27 de outubro de 2013

CASA PIA - ALEGADA VÍTIMA DE SILVINO DIZ QUE OS COLEGAS FORAM PAGOS PARA MENTIR




Fábio Cruz, de 25 anos, mais conhecido junto da opinião pública por “Joel” resolveu dar a cara e responder às declarações de Carlos Silvino, condenado a 15 anos de prisão no âmbito do processo de pedofilia na Casa Pia de Lisboa. O ex-motorista continua a garantir, mesmo na prisão da Carregueira, que não abusou de ninguém e que todo o caso não passa de uma mentira. O jovem que esteve na origem de todo o escândalo não esconde a sua revolta. Assegura que foi violado e recorda como tudo aconteceu na já longínqua Páscoa de 2001, em Vila Viçosa, no Alentejo. Apesar da dor que lhe vai na alma, Fábio Cruz garante que há jovens que estão a mentir em relação a alegados crimes praticados por outros arguidos do processo e que alguns só quiseram ganhar dinheiro e protagonismo. Mas o Notícias Sem Censura sabe que Fábio Cruz também não está a contar toda a verdade.

NSC– Fábio, o teu caso é que esteve na origem do escândalo de pedofilia na Casa Pia de Lisboa, quando a jornalista Felícia Cabrita denunciou que tinhas sido abusado por Carlos Silvino. O quê que aconteceu?
Fábio Cruz – Foi uma violação. Eu era aluno interno em Santa Catarina (…) Eu sou convidado pelo Carlos Silvino para ir a Vila Viçosa e participar num casamento que havia em Borba. Ele conheceu-me na Casa Pia, era motorista. Conheci-o numa viagem de férias da Casa Pia para Ferragudo. Nessa viagem houve um problema entre colegas na carrinha onde eu seguia e passaram-me para a carrinha do Carlos Silvino. Depois disso só o voltei a ver, tempos depois, no colégio do Rato. Fui cumprimentá-lo. Nessa altura nunca tinha ouvido falar nada acerca de pedofilia ou que ele abusava ou deixava de abusar. Começámos a ser amigos, ele vai-me dando algumas coisas, desde rebuçados, chocolates e uma caixa de lápis que era caríssima e ainda hoje é.
NCS – E tu não suspeitaste de nada?
F.C. – Não. A Casa Pia era a nossa segunda família. Nós não estranhávamos esse tipo de ajudas. Eu tinha uma “avó” que tratava da roupa em Santa Catarina e havia colegas que tratavam os funcionários por pais ou mães. Nós até gozávamos com o Carlos Silvino, recordando a música do Roberto Carlos “Quero buzinar o teu calhambeque”, isto por ele ser motorista. Ele era uma pessoa simpática e perguntou-me se eu queria que ele fosse o meu pai. Eu disse: por mim pode ser. Chamei-lhe algumas “pai” e tinha algum carinho por ele. Respeitava-o. Brincava, levava-me à praia, dava-me tudo o que eu precisava e nunca aconteceu nada. Um dia ele convidou-me para ir ao tal casamento, fomos no carro dele, a viagem foi horrível, porque chovia e trovejava muito. Lembro-me dessa viagem como se fosse hoje. Quando chegámos a Vila Viçosa fomos para casa de um casal amigo do Carlos Silvino. Trovejava muito. Eu não tinha medo, mas estávamos no meio do mato e sempre me disseram que quando trovejava não era bom estar ao pé de árvores. Não conseguia dormir e a dona da casa, a quem o Silvino tratava por mãe – sei que ele já lá tinha levado mais um rapaz -, perguntou-me se eu queria dormir no quarto do casal, que me faziam a cama no chão. Foi quando o Carlos Silvino disse que não era preciso e que eu dormia com ele. Na altura não vi qualquer problema nisso, porque não é nada de especial dois homens dormirem juntos. Eu fiquei do lado da parede e o Carlos Silvino começou a aproximar-se de mim. Fui-me chegando à parede, mas a determinada altura já não conseguia afastar-me. No quarto estavam duas caçadeiras penduradas. Sei agora que não estavam carregadas. Mas na altura não sabia. Eram armas e pronto. Ele mandou-me ficar calado, porque caso contrário já sabia o que me iria acontecer, e aconteceu a violação. Depois mandou-me levantar e fazer uma cama no chão. Nessa noite já não dormi, o casamento parecia que nunca mais acabava. Não disse nada a ninguém, porque estava rodeado de estranhos. Guardei tudo para mim, até ser obrigado a contar tudo à minha mãe e irmã. (nota: em tribunal o casal não confirmou esta versão).
NSC – Como é que a tua mãe e irmã descobrem?
F. C. – Fiz uma brincadeira estúpida. Meti uma bomba de mau cheiro por baixo da almofada da cadeira onde a minha mãe se costumava sentar para jogar numa consola de jogos e ao rebentar, a minha mãe começou a passar mal, porque ela é asmática crónica e não pode levar com cheiros intensos. A minha irmã veio, discutiu comigo, a ponto de me bater com a cabeça na parede. Chamou-me “paneleiro” e eu desatei a chorar. Ela achou estranha a reacção, porque não era a primeira vez que me chamava aquilo, mesmo no colégio era um termo muito utilizado entre nós e eu nunca tinha reagido assim. Ela então pressionou-me para explicar o que se tinha passado e eu acabei por contar.

NSC – A tua família fica a saber e depois o quê que acontece?
F. C. – Fomos ao Tribunal de Menores e dali mandaram-nos para a PJ. Foi aí que falei com uma inspectora, chamada Cristina Correia, que por acaso foi afastada assim “puf” do processo. Ela é que recebe a queixa e me encaminha para o Instituto de Medicina Legal. Fiz as perícias médicas, que me deixaram muito constrangido. Tive de contar a história na PJ e depois repetir o mesmo no Instituto. Se ainda hoje, como adulto, me custa recordar tudo, agora imagine o que foi para uma criança de 13 anos. Entre o abuso e o exame passou-se cerca de uma semana e meia.

NSC – O exame pericial confirmou o abuso?
F. C. – Eu sei o que sofri. Não tive acesso às perícias, mas a Medicina Legal apurou o que tinha de apurar e o certo é que o Carlos Silvino foi considerado culpado em tribunal. (nota: não foram feitas quaisquer perícias a Carlos Silvino e as de Fábio Cruz revelaram-se inconclusivas).

NSC – No julgamento como é que correram as coisas?
F. C. – Perguntaram-me o mesmo que na PJ, mas como as declarações já estavam nos autos, não foi preciso repetir tudo. O Dr. José Maria Martins (advogado de Carlos Silvino) é que me perguntava sempre as mesmas coisas e obteve as mesmas respostas.

NSC – Antes disso, logo após ser denunciado publicamente o teu abuso, surge o denominado “Processo Casa Pia”. Estavas à espera de que o teu caso originasse este escândalo?
F. C. – Nunca imaginei. Mas achei curioso ter sido chamado ao antigo Tribunal de Instrução Criminal para ser interrogado pelo inspector Dias André e pela coordenadora Rosa Mota, para me perguntarem se eu conhecia alguém. Disseram-me vários nomes e perguntavam: “conheces?” e eu dizia “não”, “tens a certeza?” e eu respondia “não, não conheço!”. É normal fazerem essas perguntas. Mas não vi lá outras testemunhas, não fui pressionado e ninguém me deu copos com água. A mim ninguém me obrigou a dizer nada.

NSC – Só foste abusado pelo Carlos Silvino.
F. C. – Sim e só uma vez em Vila Viçosa.

NSC – Depois outros jovens acusaram o Carlos Silvino e outras pessoas que vieram a ser constituídas arguidas no processo. Conhecias essas pessoas?
F. C. – Conhecia duas das vítimas, porque eram do Colégio de Santa Catarina. Mas só vim a saber disso mais tarde e também que elas acusavam outras pessoas. Se é verdade ou não é que não sei. Mas conheço agora duas outras vítimas que estiveram envolvidas noutros processos de abusos e que, pelo menos uma delas, não deve estar a contar a verdade, porque foi a um jornal pedir dinheiro para contar tudo e revelar uma “bomba”. Se ele fez isso, é porque não contou o que realmente aconteceu. E se queria dinheiro?…
NSC – Alguma vez tiveste protecção policial?
F. C. – Não. Nunca tive. Um dia a Polícia foi-me buscar ao Metro da Pontinha porque me disseram (por telefone) quanto é que queres para te calar. Eu disse que não queria nada, porque não estava a fazer nada por dinheiro. Pedi para identificarem o autor do telefonema, mas acabou por ser tudo esquecido. Fartei-me de pedir protecção, mas disseram-me sempre que eu não precisava.

NSC – Tu, de alguma forma, privaste com o Carlos Silvino. Era frequente veres o Silvino com os jovens que agora acusam estes arguidos?
F. C. – Não. Só vi o Carlos Silvino com duas pessoas com a minha idade e até penso que das duas vezes se tratava do mesmo jovem, porque numa das ocasiões só o vi de costas. E isto no carro dele. Também o vi com outro rapaz, um casapiano meu colega, num dia em que fomos à zona da Areia Branca buscar umas coisas, viemos a Lisboa descarregar e depois voltámos lá para descarregar outras. Não sei bem o nome da localidade, só me lembro que era altura da Volta a Portugal em Bicicleta, porque vimos os ciclistas a passar. Não aconteceu nada de especial. A pessoa a quem fomos levar as coisas deu-nos uma gorjeta e não foi como pagamento de quaisquer práticas sexuais.

NSC – O Carlos Silvino não voltou a tentar abusar de ti?
F. C. – Não. Aconteceu naquela vez, no fim-de-semana que se seguiu estava chateado com ele e depois apresentei queixa.

NSC – Ele nunca te convidou para participares em orgias, para teres actos sexuais com outras pessoas?
F. C. – Não. Mas acho que isso aconteceu porque eu cortei logo o mal pela raiz. Felizmente, tive o azar ou sorte de ter havido uma discussão e ter uma família.
NSC – Com o rebentar do escândalo a Casa Pia passa a estar do teu lado e passas a ter como defensor o Adelino Granja. Sempre te sentiste apoiado nesta luta?
F. C. – Não. Não me senti devidamente apoiado. É verdade que eu tentei abstrair-me um pouco ao longo deste tempo. O meu processo era um e de repente foi junto a outro e já lá vão 10 anos sobre a minha queixa. Este processo não tem oito anos, como se diz, mas sim 10. Esta é que é a verdade. Estou farto. Tenho de fazer a minha vida e de lutar por mim.

NSC – Já disseste que não conhecias todos os arguidos deste processo. Achas que eles são culpados?
F. C. – Pergunto, e acho que todas as pessoas deveriam perguntar o mesmo, se esta história faz sentido? Não digo que eles não sejam culpados, mas eu recebi (em 2006) uma indemnização de 50 mil euros, como todos os outros receberam. As outras pessoas para terem este dinheiro têm de trabalhar para o conseguir. Quem é que não gostava de não fazer nada e receber? Vejo neste processo pedidos de indemnização absurdos. Como um, que eu fiz as contas e fiquei chocado, que espera receber 320 mil euros. É uma loucura…

NSC – Achas que haverá interesses financeiros por trás das denúncias destes jovens?
F. C. – Sim. Digam-me: eles querem justiça ou dinheiro? Não me cabe na cabeça eles quererem justiça e dinheiro. Ou querem uma coisa, ou outra. Eu também fui abusado e não tenho nenhum pedido de indemnização. Recebi os 50 mil euros e essa, para mim, foi a indemnização. Agora pedirem absurdos…

NSC – Achas que há responsáveis que não estão sentados no banco dos réus?
F. C. – Acho, não, tenho quase a certeza. Não quero acusar ninguém. Mas há muitos nomes que faltam. (…) Não sei se o que as crianças dizem é verdade ou é mentira, mas há muito dinheiro em jogo. As testemunhas têm muito dinheiro em jogo para poderem mentir.

NSC – Elas podem estar a dizer o que dizem motivadas pelo dinheiro?
F. C. – Se as pessoas tivessem acesso aos números das indemnizações assustavam-se. E além das indemnizações ainda acrescentam juros. Desculpem, mas eu fiquei chocado. Valores absurdos. Só compreendo a indemnização pedida pela própria Casa Pia, mas até essa é exorbitante. Como é que é possível que o denominado braço direito, o Francisco Guerra, peça indemnizações. Eu sempre ouvi dizer que o braço direito de um mafioso é mafioso. O braço direito do ladrão é ladrão. Ele nunca deu a cara e de repente dá a cara para lançar o livro. É estranho. Nunca deu a cara e de repente decide: “vou dar a cara para lançar um livro e ver se ganho dinheiro”. O braço direito é um criminoso. Não compreendo como é possível ser-se abusado num colégio, de onde se sai pela mão do pedopsiquiatra Pedro Strecht, que se seja sempre acompanhado pelo médico e que quando volta a ser abusado não lhe peça novamente ajuda? Para isso não valia a pena ter saído do colégio onde estava. Acham isto normal? Eu não.

NSC – A Dra. Catalina Pestana ajudou-te?
F. C. – Ajudou, mas sei que foi por pressão de órgãos de comunicação social. A Catalina Pestana uma vez disse-me uma coisa curiosa: “Tu dizes sempre a mesma coisa”. Eu respondi-lhe que dizia o que se tinha passado. Mas para ela me perguntar isto será que os outros rapazes fizeram o mesmo. Também mantiveram sempre a mesma versão? Pormenores…

NSC – Havia uma rede de pedofilia a operar na Casa Pia de Lisboa?
F. C. – Não. Mas se havia ainda há. Não é por ter sido presa uma pessoa da Casa Pia que deixou de haver. Ele de certeza que não fazia aquilo sozinho. Há situações, mas se dizem que era uma rede, então isto só pode ser uma migalha. Além disso, na instituição também havia raparigas. Por que razão não se fala delas? Têm medo de outro escândalo? Há coisas aqui que não batem certo. Houve pessoas que foram afastadas do processo que não se percebe porquê, desde testemunhas, a investigadores, arguidos e juízes. Eu gostava que certas pessoas falassem a verdade.

NSC - Consideras que há pessoas que estão a mentir?
F. C. – Há pessoas que estão a mentir. Tanto arguidos como testemunhas. Algumas testemunhas estão a dizer coisas que, se calhar, não são bem verdade. Do tipo, “não fiz aquilo, mas se eu disser, se calhar as pessoas acreditam mais”. Ou seja, acrescentar um ponto, para ser um pouco mais credível. Como o próprio Adelino Granja disse, será que ninguém paga a ninguém? Será que não estão a pagar a testemunhas para falar? É engraçado que uma testemunha peça um absurdo de dinheiro para falar a um jornalista. Essa pessoa, que está presa no Brasil, que verdade é que iria contar? Estranho… Se esse pediu dinheiro, é porque sabe que os jornalistas dão dinheiro. Se ele falou com jornalistas no passado, então alguém teve de lhe pagar nessa altura para falar… São pormenores, pequenas falhas no processo que não foram investigadas ao pormenor.

NSC – Mas tens provas disso?
F. C. – Isso não me compete a mim. Mas quero ajudar a esclarecer isto. Não quero acusar ninguém e levar a opinião pública a ficar contra mim. Mas peço para todos fazerem uma reflexão e verem que há coisas que não batem certo e que o dinheiro faz milagres.

NSC – O Carlos Silvino está a proteger algum dos arguidos?
F. C. – Ele sempre esteve a proteger pessoas.

NSC – Dos que foram condenados?
F. C. – Não, dos que não foram sequer a tribunal. Protegeu muita gente que nunca esteve em tribunal. Disse meia dúzia de nomes e não disse o resto.

NTC – Alguns arguidos foram condenados. O acórdão (sentença) não esclarece bem as condenações?
F. C. – O acórdão? A Justiça não explica bem as coisas. Há muitas coisas por esclarecer. Há testemunhas que não me parecem credíveis, como esse que acusou alguns e que está no Brasil preso mas pediu agora dinheiro para falar. Isso deixa-me com a pulga atrás da orelha. O que tem ele para dizer que não tenha dito? Ele queria falar com um jornalista (Joaquim Oliveira do 24horas) em quem eu confio. Que nunca me ofereceu dinheiro para nada. É estranho, muito estranho…

NSC – És da opinião de que estas testemunhas estão a esconder alguma coisa?
F. C. – Sim, muitas sim. Não tenho dúvidas disso. Conforme se lê no processo, o que disseram na PJ no tribunal podiam acrescentar. Quantas é que não devem ter acrescentado? Não se esqueçam que no tribunal já foram interrogados como adultos. Um adulto sabe mentir perfeitamente, como o Carlos Silvino que só sabe mentir. Eu sei mentir. Todos nós sabemos mentir. Quem é que nunca mentiu? Não digo que todas as testemunhas estejam a mentir, mas algumas sim.

Carlos Tomás

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DETENÇÃO POR "CARDSHARING"



A Policia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve um homem pelo crime de burla informática e nas telecomunicações.



No decurso da investigação, que vinha sendo desenvolvida há cerca de um ano, apurou-se que o suspeito dedicava-se de forma continuada a alterar informaticamente a programação destinada a obter sinal de televisão por cabo, criando um sistema paralelo de obtenção de sinal televisivo para um elevado número de clientes.



Foram apreendidos computadores e equipamentos técnicos relacionados com esta atividade ilícita, que terá lesado patrimonialmente o detentor do serviço em centenas de milhares de euros.



O detido, de 53 anos de idade, residente na cidade de Gondomar, foi presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.





25 de outubro de 2013

DETEÇÃO POR ROUBO COM MORTE DA VITIMA






A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Leiria, identificou e deteve um homem, vendedor ambulante, presumível coautor material de um crime de roubo, do qual resultou a morte da vítima, no dia 10 de setembro do ano passado, em Mação.

O detido, de 30 anos de idade, foi presente a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.




25 de Outubro de 2013

ROUBAR COMPENSA - LEVOU O FILHO PARA ASSALTO E AINDA RECEBE 20 MIL EUROS POR DECISÃO DO TRIBUNAL




O Tribunal Criminal de Loures condenou, nesta quinta-feira, a nove anos de prisão um militar da GNR que trabalhava no posto local e que estava acusado de ter matado um jovem durante uma perseguição policial após um assalto em Santo Antão do Tojal.

Os factos remontam a 11 de Agosto de 2008, quando o jovem, de 13 anos, foi atingido a tiro pelo militar da GNR Hugo Ernano durante uma perseguição policial a uma carrinha, após um assalto a uma quinta agrícola de Santo Antão do Tojal, em Loures. Além do menor, seguiam na viatura dois homens, um deles Sandro Lourenço, o pai da criança, que estava evadido do Centro Prisional de Alcoentre. O disparo atingiu a bagageira da carrinha, onde o menor se encontrava escondido. Os elementos da GNR encontraram munições de caçadeira e uma arma de calibre 6,35 milímetros no banco de trás da viatura usada pelos presumíveis assaltantes.

Segundo o comandante do Grupo Territorial da GNR de Loures, tenente-coronel Cardoso Pereira, revelou na altura aos órgãos de Comunicação Social, durante a perseguição foram disparados tiros para imobilizar a carrinha e um deles acertou no pneu traseiro direito da viatura, obrigando à imobilização do veículo junto à Igreja de Santo Antão do Tojal, a cerca de um quilómetro da propriedade onde começou a perseguição. Outro dos disparos entrou na viatura e atingiu um rapaz de 13 anos, conhecido por "Caniggia", filho de um dos dois alegados assaltantes, que veio a falecer depois de transportado para o Hospital de Santa Maria.

A decisão final do colectivo de juízes, expressa na sentença, não foi unânime, mas sim maioritária (a juíza presidente perdeu), sendo imputado ao militar Hugo Ernano o crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, que resultou, além da pena efectiva de prisão de nove anos, numa indemnização de 80 mil euros à família da vítima (60 mil para a mãe e 20 mil para o pai que levou o filho menor para o assalto).

Por seu turno, o pai da vítima, Sandro Lourenço foi condenado a dois anos e dez meses de prisão efectiva pelos crimes de resistência e desobediência, prestação de falsas declarações e de coacção sobre funcionários. Não foi punido pelo assalto, nem pelo facto de ter aliciado um menor – o filho – para participar no crime.

Inicialmente, o guarda da GNR tinha sido acusado de homicídio qualificado, mas durante o julgamento viu o colectivo de juízes converter a imputação para homicídio por negligência, o que resultaria numa pena mais leve, que poderia ir até cinco anos.

No entanto, parte maioritária do colectivo de juízes decidiu voltar a alterar a qualificação para dolo eventual, agravando novamente a pena do militar. A juíza presidente votou vencida e não conseguiu conter as lágrimas quando foi lida a sentença contra a qual discordava.

Durante a leitura do acórdão, a juíza relatora que assumiu a presidência do julgamento justificou a alteração da qualificação do crime com o facto de o tribunal entender que o militar da GNR “agiu com consciência dos riscos da sua acção”. O tribunal considerou que Hugo Ernano agiu de modo “inadequado e desajustado” e que revelou abuso de autoridade. O acórdão refere ainda que, durante o julgamento, o militar da GNR afirmou que “se fosse hoje voltaria a agir da mesma forma”.

Guarda abandonado
No final de sessão, o advogado do militar, Ricardo Vieira, mostrou-se “surpreendido e triste” com a sentença do Tribunal de Loures e referiu que vai recorrer da decisão. Porém, o recurso para o Supremo vai custar 9 mil euros ao militar, pai de dois filhos e que já teve de penhorar a casa para fazer face às custas judiciais, uma vez que o Comando-Geral da GNR não lhe deu qualquer apoio no processo, deixando o guarda entregue à sua sorte e sem ter ainda tomado qualquer posição sobre a pesada pena que lhe foi aplicada.

Já o advogado da família, Arrobas da Silva – causídico que foi condenado no passado dia 18 de Outubro a quatro anos e meio de prisão efectiva, depois do Tribunal do Monsanto ter dado como provados os crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, num processo que integrava um lote de 45 arguidos acusados de vários crimes de burla, falsificação de documentos e associação criminosa -, mostrou-se “minimamente satisfeito” e admitiu que em princípio não irá recorrer da decisão.

A sessão ficou marcada pela presença na sala de alguns militares da GNR e de elementos da Associação Prática da Guarda (APG).

Em declarações aos jornalistas, Nuno Guedes, da APG, lamentou a condenação do colega, referindo que a decisão vai “desmotivar ainda mais” os militares da GNR.

“Vai ser muito complicado para o comando acalmar os profissionais e explicar esta situação. Uma das principais missões da GNR é zelar pelos bens de terceiros e era isso que o Hugo Ernano estava a fazer”, salientou.

Centenas de militares da GNR estão indignados com esta decisão e ponderam mesmo entregar as suas armas nos postos onde prestam serviço. “Se somos punidos por usar as armas em defesa dos cidadãos, o melhor é nem as termos”, desabafou ao Notícias Sem Censura um guarda do posto de Sintra da GNR, solidário com o colega do concelho de Loures.


Carlos Tomás*
*com Agência Lusa e jornal Público

DETENÇÃO POR PORNOGRAFIA DE MENORES




A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve, em Vila Nova de Gaia, um homem pela presumível prática de crime de pornografia de menores na Internet.



O suspeito vinha visualizando, pelo menos desde o ano de 2012, sítios na Internet com fotografias e filmes de pornografia infantil que depois partilhava e divulgava.



No decurso das diligências de investigação foi-lhe apreendido diverso equipamento informático, onde estavam armazenados ficheiros com imagens de pornografia de menores, muitas das quais contendo abusos sexuais de crianças.



O detido, de 40 anos de idade, vigilante, irá ser presente à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório e aplicação de adequadas medidas de coação.





25 de outubro de 2013

DETENÇÃO POR ASSALTO À MÃO ARMADA


A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, identificou e deteve um homem pela presumível autoria de crimes de roubo agravado e detenção de arma proibida, ocorridos no passado mês de setembro numa via pública em São Mamede de Infesta, Matosinhos.


A detenção teve lugar na sequência de atividade investigatória de recolha de prova que permitiu imputar ao suspeito a prática do roubo com utilização de arma de fogo, de que foi vítima uma mulher sexagenária, quando aguardava pela chegada de transporte público.


Na sequência das diligências efetuadas foi possível apreender a arma de fogo que terá sido utilizada no crime.


O detido, de 46 anos de idade, sem profissão, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de adequadas medidas de coação.





25 de outubro de 2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PINTO BALSEMÃO - A COCAÍNA E A TRAIÇÃO DA EX-MULHER COM CARLOS CRUZ



O relatório apreendido pelas autoridades ao “ex-espião” Jorge Silva Carvalho contém pormenores sórdidos sobre o patrão da SIC.

“1970 – 1ª mulher inicia relação com Carlos Cruz.” Este é o título de mais um capítulo do relatório apreendido pelas autoridades ao ex-responsável do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Jorge Silva Carvalho, no âmbito do processo das secretas, cuja acusação foi deduzida recentemente, e onde são feitas considerações sórdidas sobre a vida privada do patrão da SIC.
“A 1ª mulher, Maria Isabel Silva (Belixa) Lacerda Rebelo Pinto da Costa Lobo inicia uma relação com o apresentador Carlos Cruz (não é claro se a mesma tinha começado antes ou depois de Belixa se separar de Balsemão). De assinalar que, durante o depoimento do processo Casa Pia sobre esse período, Carlos Cruz tem o cuidado de nunca referir nem o nome de Maria Isabel, nem de Balsemão, nem dos filhos de ambos. A relação entre Balsemão e Cruz não era a melhor, dada a vontade deste em levar a Mónica e Henrique para Nova Iorque, ideia a que Balsemão se opôs”, escreveu o espião Paulo Félix, a quem Jorge Silva Carvalho ordenou que fizesse o relatório.
Segue-se uma nota feita pelo próprio Paulo Félix, a que ele denominou “coincidências”: “Circula na internet uma mensagem com o título ‘coincidências’. Refere que a SIC foi a única estação que esteve no Parlamento quando o juiz Rui Teixeira ali entregou o pedido de levantamento de imunidade a Paulo Pedroso. Refere depois uma série de relações pessoais ou profissionais de pessoas da SIC: Daniel Cruzeiro, chefe de redacção, é filho do advogado de Paulo Pedroso e é casado com Rita Ferro Rodrigues, também ela da SIC e filha do secretário-geral do PS; Sofia Pinto Coelho, jornalista, é casada com Ricardo Sá Fernandes, da defesa de Carlos Cruz; Ricardo Costa, editor de política, é irmão de António Costa, dirigente do PS. A que se somam estes factos: Cruz era apresentador da SIC até à eclosão do caso Casa Pia; Marta Cruz, filha do apresentador, era presença constante num programa da SIC; Herman José, arguido no mesmo caso, era apresentador de um programa da SIC.”
E o espião cita outras fontes para continuar com as “coincidências”: O dono da SIC, onde Carlos Cruz trabalhava é Pinto Balsemão; o dono do semanário Expresso, que denunciou o caso, é Pinto Balsemão. O primeiro-ministro em 1982, altura em que a secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo, teve acesso ao relatório da Casa Pia com o nome de Carlos Cruz, era Pinto Balsemão. Balsemão é amigo e visita da Casa Redonda de André Gonçalves Pereira, que era o ministro dos Negócios Estrangeiros naquele mesmo ano de 1982 em que foram descobertas crianças na casa do embaixador Jorge Ritto. André Pereira é sócio de Balsemão.”
Outro episódio referido no relatório “secreto” prende-se com o nascimento de um filho de Isabel Supico Pinto, de nome Francisco Maria: “A criança só foi reconhecida pelo pai (Balsemão) após ordem do tribunal”, lê-se no documento elaborado por Paulo Félix, que relata depois a criação, em 1973, do semanário Expresso, e as perseguições da PIDE a Balsemão e ao falecido Sá Carneiro. “Balsemão usou o Expresso para defender as suas ideias políticas, usando uma perspectiva puramente instrumental e utilitária de um órgão de Comunicação Social.”
O relatório analisa ainda a suposta má relação de Balsemão com Vasco Pulido Valente, que apelidou o patrão da SIC como “Francisquinho, o medíocre mensageiro”, passa pela fundação do PSD, pela admiração de Balsemão por Mao Tse-Tung e pela visão pessimista da entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia (CEE). É igualmente abordada uma possível ligação de Balsemão e de jornalistas do Expresso à KGB, a secreta da ex-URSS, em 1980 e a sua nomeação para primeiro-ministro.

A TV da Igreja
Uma parte extensa do relatório elaborado para Jorge Silva Carvalho prende-se com a promessa de Pinto Balsemão, em Janeiro de 1982, de uma televisão para a Igreja: “Quando foi primeiro-ministro, Francisco Pinto Balsemão prometeu um canal de televisão à Igreja, mas mudou de ideias quando regressou ao seu grupo de comunicação, admitindo apenas a concessão do canal 2 da RT, uma vez que tinha então interesse na criação do seu próprio canal. Actualmente, o presidente da Impresa está contra a criação de mais TV’s, por temer os efeitos de mais concorrentes em sinal aberto.” Pinto Balsemão, assegura o relatório, terá mesmo impedido que Cavaco Silva cumprisse a promessa que ele próprio terá feito à Igreja.
“Já em 2009 Pinto Balsemão afirmou, perante deputados na Assembleia da República, ter fortes dúvidas sobre a existência de mercado publicitário para todos os canais em sinal aberto. Hoje, é um dos maiores opositores à privatização da RTP, que vê como séria ameaça à sobrevivência da SIC, mergulhada em dificuldades financeiras”, acrescenta o relatório agora na posse das autoridades.
A espionagem feita a Balsemão fala igualmente da sua desavença com Marcelo Rebelo de Sousa, tudo porque o professor terá tratado Balsemão por Francisco e este exigido a Marcelo que o chamasse primeiro-ministro. Apesar disso, lê-se no documento, Balsemão entregou o Expresso a Marcelo e este acabou por se revelar um crítico feroz do Governo. “Talvez para afastar Marcelo do Expresso, talvez por querer aproveitar o seu talento nas negociações parlamentares, talvez pelas duas coisas, Balsemão chamou-o ao Governo. Não demorou a arrepender-se. Na semana das autárquicas de 1982, decisivas para o futuro do moribundo Governo, Marcelo comunicou ao seu amigo Francisco que iria demitir-se do Governo. O primeiro-ministro não gostou de ver o seu protegido abandonar o barco que se estava a afundar, mas este prometeu manter a boca fechada. Dois dias depois a notícia estava escarrapachada na capa do DN. Balsemão chamou-o logo a S. Bento e deu-lhe um violento raspanete.”

Grupo Bildeberg
O grupo de Bildeberg é outro assunto tratado no relatório de espionagem ao dono da Impresa: “Balsemão tem-se revelado, ao longo dos anos, como um agente de influência, sabe-se lá ao serviço de quê e controlado por quem. A sua participação em encontros de Bildeberg é disso exemplo. Trata-se de uma organização nada transparente e que, por isso mesmo, muitos rumores e teorias da conspiração tem suscitado, mas que, independentemente dos objectivos específicos, é um concentrado de gente com claras ambições de controlo de tudo o que de importante se passa no globo, sem que se conheçam as suas motivações, nem objectivos, sabendo-se apenas que são os seus objectivos particulares que os movem. Aos encontros de Bildeberg, Balsemão, que funciona como porteiro português do grupo, tem levado inúmeras personalidades portuguesas. Ele escolhe o convidados do grupo desde 1988.”
O diferendo com Emídio Rangel é igualmente abordado no relatório, ficando a saber-se que Balsemão considerava o então director da estação de Carnaxide “um gastador”. As críticas a Rangel terão motivado uma cisão na SIC, que culminou com o afastamento do director.

O consumo de cocaína

As referências pouco abonatórias no relatório mandado elaborar por Jorge Silva Carvalho sobre Pinto Balsemão surgem ainda referências sobre os hábitos do empresário. Uma delas prende-se com o alegado consumo de cocaína: “É pública a história de que, depois de um voo de 12 horas, vindo de Macau, Balsemão foi jogar golfe. Em 2001, ao Expresso, justificou a proeza com a sua resistência física. Resistência que ainda hoje é provada pelas horas que passa a trabalhar. Facto atribuível, segundo fontes bem informadas, a uma operação de Relações Públicas. Outras fontes ligam esta resistência física ao consumo de cocaína.”
E o relatório vai mesmo mais longe: “Associado ao caso Casa Pia surgem rumores do consumo por Balsemão de cocaína.” E Paulo Félix cita um documento do GOVD – Grupo Operacional de Vigilância Democrática: “As testemunhas são falsas, mentirosas, treinadas e pagas com o dinheiro da droga, as duas moedas que também pagam Felícia Cabrita. Ela é, como é público, alcoólica e cocainómana em adiantado estado de dependência. Daí as suas intimidades com Pinto Balsemão de quem também é fornecedora”.
Outra nota da espionagem vai para um alegado negócio de gestão danosa de Balsemão e que teve alegadamente a ver, em 2009, com o facto da Impresa ter perdido 5,8 milhões de euros com a alienação da Iplay por um euro: “Este é um negócio que configura, no mínimo, uma situação de gestão danosa por parte de Balsemão. 5,8 milhões de euros foi quanto custou à Impresa a alienação da editora discográfica Iplay (…). O valor resultou de perdas de imparidade de 1,7 milhões e prejuízos de exercício de 4,1 milhões, montante que foi registado em actividades descontinuadas nas contas referentes a 31 de Dezembro de 2008 da Impresa”. A Iplay acabou por ser alienada à Fantasy Land e à Lemon por um euro. A empresa tem, segundo o espião, uma situação positiva, conforme revelaram os novos donos.
O relatório elaborado por ordem de Jorge Silva Carvalho termina com um perfil de Belmiro Azevedo, onde se descrevem todos os cargos por ele ocupados ao longo da vida, os seus dados pessoais, as suas raízes beirãs, as suas características pessoais, onde se inclui o gosto pelo golfe e por tocar bateria. E destaca-se uma frase do próprio Pinto Balsemão: “Se obtive êxito como empresário, foi pelo facto de me sentir acima de tudo jornalista.”


Carlos Tomás

CRER, QUERER E PODER LUTAR!

                                                  Foto de Mariana Valente



"Saúdo o regresso às lides da vida do  blogue"

Nota prévia: Aos esquecidos: houve um 25 de Abril 74 e um 25 Novembro 75, o actual sistema nasceu em Novembro 75, por culpa dos erros, cobardias e traições ao 25 de Abril 74, em que o genuíno ( se houve?) talvez fosse uma IMPOSSIBILIDADE, entre nós foi.

Para realizarmos um acto temos em 1º lugar de crer no seu valor; 2º querer fazer, 3º poder realizar. 

 Muitos acreditam  no  valor; da REVOLUÇÃO SOCIAL E POLÍTICA; Muitos a querem  fazer, em  concordância com um  consenso  nacional;  Todavia não a podem fazer, porque não há projecto, nem liderança,

 Em Portugal e no Mundo  o que mais há, é falta de  decisão democrática e um limbo imenso e profundo de nevoeiro de ambivalência democrática, ineficácia e profunda depressão e tristeza.

Portugal está de luto, cabisbaixo e mais que triste,  acabrunhado.

Pelo tanto mal que nos fizeram, sem a Revolução Politica e Social (DEMOCRACIA, DIGNIDADE, DESENVOLVIMENTO Sustentado)- passando  do ferido Estado Social para uma Sociedade também ela social e solidária, com um estado social que a apoio, como em 2009 apontei num quase-manifesto para a defesa da dignidade do nascimento até a morte ( ao que poucos ligaram e, de um modo muito particular, os estupores, a cujo grupo não sei como  Sócrates, ex -1º ministro,não pertence)  – seremos escravizados, e muitos serão dizimados, para que, lá para 2025, 30, 35.... apareça um Portugal cordeirinho com menos uns quantos milhões e habituado à casinha, a um tintozinho, a uma sardinha etc., ou seja, o Portugal das contas certas para os servos da gleba e de total desacerto para os tiranos, os agiotas e outros tais.

Naturalmente que os slogans, as frases feitas, a cultura twiter, os donos das igrejas, partidos e outras coisas tais dirão outras coisas mais construídas,  alguns fazem isso quase há séculos, com o resultado que as almas, os corações e as carnes sentem: aqui e no Mundo, do Ocidente a Oriente; donde nasce, aonde  se põe o Sol; de Norte a Sul.

 Mas quando a desgraça vos bater à porta alembrai-vos do que tanto, uns... disseram.

andrade da silva

terça-feira, 22 de outubro de 2013

DETENÇÃO POR CRIMES DE ROUBO






A Polícia Judiciária, através da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, e com a colaboração da Polícia de Segurança Pública, procedeu à detenção de um homem, com 30 anos de idade, sobre o qual impendem fortes indícios da prática de dez crimes de roubo na forma consumada e um na forma tentada.

Os factos ocorreram no período de tempo compreendido entre junho e outubro do corrente ano, em vários estabelecimentos comerciais da cidade de Lisboa, todos situados em zonas próximas da Avenida Almirante Reis, nesta cidade.

Nos diversos estabelecimentos que assaltou, o autor, sob ameaça de uma arma, coagia os funcionários a entregar-lhe o dinheiro que se encontrava em caixa, roubando, deste modo, vários milhares de euros.

Foi apreendida a arma utilizada para a prática dos crimes e o detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.



22 de outubro de 2013

DETENÇÃO POR CRIME DE HOMICÍDIO CONSUMADO



A Polícia Judiciária, através da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, procedeu à detenção de um homem, com 43 anos de idade, indiciado pela prática de um crime de homicídio consumado.

Os factos ocorreram na madrugada do passado domingo, na via pública, no concelho de Torres Vedras, no decurso de uma forte altercação mantida entre a vítima, a sua ex-companheira e o ora detido.

Na sequência da violenta discussão, o autor apoderou-se de uma arma branca que a vítima detinha, e com a qual tinha já ferido a ex-companheira, e desferiu-lhe dois golpes em zonas corporais vitais, vindo a provocar-lhe a morte, ocorrida já na unidade hospitalar para onde fora transportada.

O detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.



22 de Outubro DE 2013

DETENÇÃO POR VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL






A Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada, identificou, localizou e deteve um homem, com 24 anos de idade, indiciado pela alegada prática de crimes de violação e coação sexual.

Os factos ocorreram recentemente, em dois momentos distintos, na ilha de S. Miguel, e vitimaram uma menor, de 14 anos de idade, quando se encontrava no interior da sua habitação, tendo sido surpreendida de ambas as vezes pela entrada sub-reptícia do arguido, que através da sua força física e violência consumou os atos delituosos.

O detido, trabalhador da construção civil, foi presente ao tribunal competente para efeitos de primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.



22 de Outubro de 2013

CASA PIA - HERMAN JOSÉ - "UMA ACUSAÇÃO COM HUMOR"




A história tem requintes de humor e malvadez, não fosse o caso ser tão sério. Em causa estava uma acusação contra Herman José e o seu envolvimento na alegada rede – perdão, associação informal – de pedofilia que operava na Casa Pia de Lisboa. Atente-se bem na acusação que foi feita o conhecido humorista pelo Ministério Público:
“Do crime de homossexualidade com adolescentes praticado pelo arguido Herman José:
O arguido Carlos Silvino conhecia o arguido Herman José, pelo menos desde 1985, uma vez que este havia frequentado algumas das casas onde aquele arguido levava menores da CPL para serem sujeitos a práticas sexuais.
4.6.1. - Ofendido Vando Miguel Nunes Teixeira, nascido em 24.10.1986 (tinha 16 anos quando fez as declarações)
Em dia indeterminado da Primavera de 2001, o arguido Carlos Silvino, depois de ter sujeito a práticas sexuais o menor Vando Teixeira, conforme já se descreveu noutro capítulo
deste despacho, apresentou-o ao arguido Herman José, numa pastelaria, em Belém. O arguido Herman José era um dos actores mais conhecidos do país e o menor ficou maravilhado pelo facto de conhecer de perto uma vedeta da televisão que, nesse dia, se
prontificou a levá-lo ao Colégio. Nessa altura o arguido Herman José facultou ao menor o seu número de telefone, insistindo para que lhe ligasse quando quisesse. Explicou-lhe que lhe poderia ligar a pagar no destino, devendo marcar antes do número o prefixo 090. Umas semanas depois, antes das férias de Verão de 2001, o menor resolveu ligar ao arguido Herman José, pois queria conversar com ele, aproveitando a disponibilidade deste, já
que não era vulgar ter a oportunidade de se voltar a encontrar com uma personalidade tão
conhecida.
Assim, o menor telefonou ao arguido Herman José e combinaram um novo encontro. O arguido recolheu o menor perto do Colégio de D. Maria Pia e levou-o a passear até à praia do Estoril, onde lancharam, conversando sobre a vida do menor, os seus problemas, anseios e inquietações. Depois, o arguido deixou-o perto do Colégio. O menor estava fascinado com o que lhe estava a acontecer.
Voltaram a encontrar-se uma semanas depois, tendo o arguido levado o menor a um
café perto da Boca do Inferno, em Cascais. Uns meses depois do começo do novo ano lectivo, perto de Janeiro de 2002, o menor resolveu voltar a telefonar ao arguido Herman José. Combinaram novo encontro, tendo este recolhido o menor perto da estação de Alcântara. Já era de noite e foram até um café nas imediações onde conversaram, como era costume, sobre a vida de ambos. Umas semanas depois, a 8 de Fevereiro de 2002, tinha o menor 15 anos de idade, este, depois de uma Festa de Carnaval da escola que frequentava e quando se encontrava um pouco alcoolizado, resolveu telefonar ao arguido Herman José, combinando encontrar-se nessa mesma noite, perto das 23 horas, junto da estação de comboios de Alcântara. À hora marcada o menor dirigiu-se a Alcântara, onde o arguido o aguardava numa viatura automóvel, grande e preta, onde o menor entrou. De seguida o arguido Herman José conduziu a sua viatura até um local, não muito longe dali, escuro e onde não passava ninguém. Uma vez aí, o arguido perguntou ao menor porque não lhe fazia o mesmo que já tinha feito com o Bibi. O menor mostrou-se surpreendido, mas o arguido Herman José descreveu .em pormenor o que se passara entre este e o arguido Carlos Silvino: masturbação, sexo oral e anal. O menor apercebeu-se então que o arguido Carlos Silvino tinha contado ao arguido Herman José tudo o que se passara entre ambos.
De seguida, o arguido Herman José manipulou o pénis do menor, beijou-o na boca, agarrou na cabeça do menor e introduziu-lhe o seu pénis na boca, tendo depois introduzido o pénis no ânus do menor, aí o tendo friccionado até ejacular. No final o arguido Herman José levou-o até à casa de um colega, onde o menor tinha autorização para pernoitar, tendo regressado ao Colégio na manhã seguinte.
O arguido Herman José sabia que o menor que sujeitou à prática dos actos sexuais descritos tinha idade inferior a 16 anos. Sabia, igualmente, que a idade desse menor o impedia de se decidir livremente e em consciência pela prática dos actos descritos de que foi vítima. O arguido Herman José tinha perfeito conhecimento de que os actos de natureza sexual a que submeteu o menor Vando Teixeira prejudicavam o seu normal desenvolvimento físico e psicológico e que influíam negativamente na formação da respectiva personalidade. arguido sabia também que o menor Vando Teixeira nunca mantivera qualquer relacionamento de natureza sexual, fora do contexto das práticas sexuais a que fora sujeito por si e pelo seu co-arguido Carlos Silvino, aproveitando-se da especial fragilidade, vulnerabilidade e inexperiência do menor, bem como do fascínio que sabia exercer sobre este, para concretização das práticas sexuais descritas. Agiu de modo voluntário, livre e consciente, querendo satisfazer os seus instintos libidinosos, bem sabendo que as condutas atrás descritas eram proibidas pela lei penal..”

Herman José recordou dia em que foi interrogado e constituído arguido, a 30 de Maio de 2003, numa entrevista que deu ao “Diário de Leiria”: “Fui acusado publicamente durante imenso tempo com nada de definido ou certo. Tudo muito no no ar, sem se saber porquê, para depois se perceber que era uma acusação de um gajo maluco, acerca de um dia em que eu estava no Brasil, sem hipóteses de ter praticado o que quer que fosse. Mas até isso se perceber, as pessoas podiam ter recusado a minha presença.
Sente que foi alvo de um assassinato de carácter?
É muito mais grave do que isso. Só daqui a uns anos é que se vai perceber. Outros coitados ainda estão a tentar provar a sua inocência. Não vou dar a minha opinião acerca do assunto, porque não devo, mas pelas minhas palavras depreenderão qual é. O meu caso é absolutamente espantoso fui acusado de coisa nenhuma. ‘É mais ou menos, há-de ser qualquer coisa, não sabemos ainda bem.’ Depois saíam primeiras páginas no jornais em que pessoas viam, a partir do café de Azeitão, carrinhas a entrar e a sair da minha casa. O café, por acaso, fica a dois quilómetros de minha casa. Durante aquele “mais ou menos” as pessoas continuavam a ir aos meus espectáculos e a mandar os filhos beijar-me. Eu ficava a pensar como era possível? Às vezes punha-me à prova em sítios de muita gente, à espera de ouvir uma boca qualquer. E não. Houve quase um cheque em branco. Nunca enganei ninguém. Não vivo de fachadas de nenhuma espécie. Sou o que sou e sempre fui. Sou transparente.
Foi importante sentir o carinho do público?
Foi. Tanto como sentir que vivo num País perigosíssimo, que não tem capacidade de defender os seus cidadãos honestos, impolutos. Percebo que se acuse quando há provas, telefonemas, fotografias, famílias, testemunhas presenciais. Agora, só assim? Alguém que, não se sabe quem, diz uma coisa, algures, numa data. Podiam ter perguntado: ‘nessa data estava onde?’. Nem isso fizeram.”
E não. O Ministério Público e a equipa da PJ que foi colocada à disposição dos procuradores João Guerra, Cristina Faleiro e Paula Soares – a equipa que o procurador-geral da República, Souto Moura, destacou em exclusivo para o caso -, composta por uma quase uma dezena de inspectores, limitou-se a recolher o depoimento da testemunha e, à semelhança do que fez com todos os outros arguidos, não investigou mais nada. Com base em depoimentos, simplesmente, prenderam-se, como diz Herman José, várias pessoas. A pouco investigação que se fez foi posterior às detenções. Só asssim se explica porque motivo nunca foram feitas buscas às casas de Carlos Cruz e que só três meses depois de Ferreira Diniz ter sido preso é que os inspectores foram passar a pente fino a casa e a clínica do médico. Três meses depois? Se o arguido fosse culpado era 90 dias depois que o Ministério Público estava à espera de encontrar alguma coisa que o incriminasse em casa e na clínica? Adiante.
Herman José ficou obrigado a Termo de Identidade e Residência, tendo continuado a apresentar os habituais programas de televisão na SIC. Aliás, no dia em que foi interrogado, o humorista acabou por apresentar os Globos de Ouro no Coliseu de Lisboa.
Claro que quando se soube que na data em que teria abusado da alegada vítima o humorista se encontrava no Brasil, a apresentar em directo o Carnaval do Rio de Janeiro para a SIC, se instalou a confusão e, com a abertura da Instrução – fase processual em que os arguidos ficam a saber se vão ou não a julgamento -, aconteceui aquilo que já se previa: o humorista não foi pronunciado pela juíza Ana Teixeira e Silva. Conforme referi, no despacho de acusação o Ministério Público (MP) fixava a prova com a data de 8 de Fevereiro de 2002. Contudo, o humorista logo fez chegar aos autos algumas provas - nomeadamente cassetes vídeo e bilhetes de avião - que demonstravam ser impossível ter cometido o alegado crime naquela data. Mesmo assim, a juíza de instrução quis ouvir duas raparigas arranjadas à pressa pelo Ministério Publico, supostas amigas do jovem alegadamente abusado, as quais garantiram que o encontro com Herman José teria sido numa outra data. As jovens diziam recordar-se desse pormenor porque terá sido a própria vítima a contar-lhes, logo no dia seguinte, tudo o que se passara. Mas também não conseguiram precisar a data em que tal teria acontecido. Por isso, a magistrada optou por não valorizar estes depoimentos, optando pela não pronúncia. A verdade, é que com estes depoimentos “caídos do céu” e arranjados pelo Ministério Público, o humorista correu sérios riscos de ir a julgamento pronunciado pela prática de um acto homossexual sobre menor, praticado em dia indeterminado, a hora indeterminada e em sítio indeterminado.
A decisão da juíza Ana Teixeira e Silva foi recebido por Herman José com “muito agrado, mas sem qualquer surpresa”. Num comunicado que divulgou na altura, Herman sublinhou a sua confiança na Justiça e disse nunca ter duvidado de que a verdade seria “devidamente reposta”. “A minha confiança na Justiça e nas instituições que a aplicam nunca foi abalada. Não duvidei nem por um momento que a verdade, mais tarde ou mais cedo, iria ser apurada e devidamente reposta”, lia-se no comunicado.
Mas a confiança de Herman José na Justiça tinha na sua base um facto que nunca foi revelado publicamente: o humorista falava regularmente, através de e-mail, com a própria juíza Ana Teixeira e Silva. O contacto entre os dois foi estabelecido por um jornalista que foi casado com uma juíza amiga de Ana Teixeira.
Num e-mail a que tive legalmente acesso, o jornalista escrevia esta mensagem ao conhecido humorista: “Companheiro!!! Ontem, às 17 horas, recebi em casa a simpática visita de 3 energúmenos da PJ, que me vieram notificar para prestar hoje declarações em Lisboa, na qualidade de arguido.Foi a Isabel, a patroa, quem falou ao intercomunicador e, de seguida, lhes abriu a porta. ‘A doutora não nos vai dizer que o professor G. não está. Sabemos que está. As viaturas até estão lá fora.’ Cito integralmente o parágrafo do palavreado que os cavalheiros disseram. Continuo a citar. Agora, a Isabel: ‘Os senhores devem estar habituados a lidar com aldrabões e, nesse caso, bateram na porta errada. Além disso, e antes de lhes responder à vossa não pergunta, agradeço que se identifiquem, os três, na qualidade de membros da PJ’. Dois, tinham crachat. A Isabel foi buscar um bloco e apontou o nome dos três. De seguida, pediu-lhes os BIs e disse ao terceiro, que se tinha esquecido do crachat, que se retirasse de imediato.Assim foi. Saíu.
Cito, ainda: ‘A que propósito é que a doutora nos pede os BIs? Os crachats identificam-nos.’ – eles. ‘Pois. Mas necessito de confirmar se estou ou não em presença de dois farçolas com chachats falsos, ou na presença de dois elementos da PJ. Inclino-me mais, pela forma grosseira como falaram, para a primeira possibilidade’ – ela.
Eles exibiram os BIs.
‘Só um momento’ – disse ela. ‘Vou fazer uma chamada telefónica para o meu primo J. F., Inspector Coordenador da PJ, a fim de confirmar se os nomes que constam nos BIs são ou não de elementos da PJ’.
Nem piaram.
Ouvi, como deves calcular, tudo. Estava no escritório de casa a trabalhar. Apareci.Notificaram-me para comparecer hoje às 16 horas na PJ, para prestar declarações, como arguido, indiciado de ter praticado os crimes de difamação agravada, injúrias, abuso de liberdade de imprensa e incitamento á violência. Às 16 horas, apresentei-me ao serviço. Comigo, foram os advogados (amigos...) R. F., G. P. J. A. B. e G. P. C. e quando entrei na sala, estavam 5(!) PJs, quatro gajos e uma gaja. Leram-me a acusação. Ou seja: leram integralmente o artigo sobre ti que saíu no jornal, os crimes que eles acham que cometi e os queixosos – todos os elementos do MP e da PJ do processo Casa Pia. Sete, ao todo. Não abri o bico.
Falou o G. P.:
‘O nosso constituinte não presta declarações.’ Gelo na sala. Estavam à espera que eu fosse dissertar sobre a história da crónica portuguesa desde o Fernão Lopes até ao Vasco Pulido Valente. Não lhes ofereci a aula. Prestei Termo de Identidade e Residência e sou arguido. Até que enfim. Trocámos... Os quatro advogados cumprimentaram os PJs à saída.
O primeiro que esticou a patola para me cumprimentar ficou com ela no ar, os outros aprenderam. Nem boa tarde.
Querias fofocas, aqui estão.
Obviamente que não comento, a crédito da tua inteligência.
Um abraço!
G. P.
P.S. - A MNM sabia que elas iriam a minha casa e a hora a que o fariam. Fizémos questão de estar. O aparato com que fui teve, no mínimo, o aval dela. Um fartote de boas gargalhadas.
g.”

Não tardou a que a magistrada entrasse em contacto com Herman José: “Meu caro Herman: abusivamente, pedi ao G. que lhe... pedisse o mail, justamente para poder utilizar um endereço sem o adesivo compulsivo da sigla MJ (Ministério da Justiça) e a mais que suspeita patrulha de indesejáveis. O MNM é criação vossa. Mantive. Acrescentei o número 694, que tem a sua história.
Era, nem mais nem menos, o número de páginas que tinha o meu despacho (de instrução), antes de ser sujeito ao desbaste, que fiz com a colaboração imprescindível da Carla e da Isabel, a mulher do G. e o novo mail tem, finalmente, a vantagem de me poupar à cusquice de espreitar o mail do G. e através dele falar consigo. Um beijinho.
Iremos falando.
Disponha.
ATS (Ana Teixeira Silva)”
Seguiu-se uma resposta de Herman José: “Cara MNM, ilustre Amiga, não imagina a alegria que me dá saber que ganhei esta ponte simbólica com alguém que passou a fazer parte da minha galeria de boas emoções. É engraçado como qualquer situação desagradável tem quase sempre um reverso positivo (menos a morte - a menos que não se goste da vítima e se tenha a sorte de ser herdeiro...)
Vou tentar não abusar da sua confiança. Tenho a noção da atipicidade desta relação, mas diz-me o instinto que entre pessoas de bem as coisas nunca tendem a correr mal.
Hoje tive um dia mágico - não imagina a técnica de ‘dolce farniente’ que desenvolvi ao longo dos anos - pastelei na praia, transportei a carcaça até à ginástica, e acabei num Sushi genial que há ali pelos lado da Quinta do Lago (Tzuru).
Como é que está o seu braço ? Pronta para mais abalroamentos?
Fico contente em saber que desistiu da sua (teimosa) fixação de prescindir de protecção. E vou parar por aqui. Sinto-me com o à vontade do teenager que vai à sua primeira festa e não sabe se há-de convidar alguém para dançar, se ficar a um canto a comer um croquete e a beber um sumo de laranja... (Confesso que já tinha saudades de me sentir assim. Isto de se dirigir pessoas e ser o líder supostamente infalível de equipas, cansa muito e acaba por ter muito pouco encanto).
Muitos e respeitosos beijinhos, e até breve (espero).
HJ
PS. - Não há perigo do Meritíssimo Procurador L. E. apresentar queixa por ter um artista descarado a abusar do mail e do tempo da sua cara metade? :-)

De acordo com esta troca de mensagens, cuja veracidade me foi garantida por uma das partes envolvidas, Herman José terá sabido quase desde a primeira hora que não iria ser pronunciado e escaparia ao julgamento do mediático processo. Daí a sua “confiança na Justiça”.
Além de Herman José, a magistrada que dirigiu a Instrução do processo Casa Pia, acabaria também por ilibar o ex-deputado do PS Paulo Pedroso e o arqueólogo subaquático Francisco Alves. Este último, viu retirados os crimes de lenocínio de que fora acusado e apenas foi a tribunal, num julgamento à parte, por posse ilegal de arma. A acusação ao arqueólogo subaquático tinha também algumas inconsistências, nomeadamente no que dizia respeito à descrição da sua casa por parte da testemunha que o acusava.O Ministério Público também não conseguiu concretizar uma relação de amizade entre ele e o ex-provedor da Casa Pia Manuel Abrantes.
Por terra ficou a acusação de 34 crimes de lenocínio e apoio à prática de prostituição, um desfecho de que Francisco Alves disse, na altura, também estar à espera. A juíza justificou a não pronúncia por aquele tipo de crimes com “a total ausência de provas”.
Anulada por Ana Teixeira e Silva foi também a acusação de 23 crimes de abuso sexual imputados a Paulo Pedroso no processo de pedofilia da Casa Pia. O ex-deputado livrou-se de ir a julgamento, porque a juíza chegou à seguinte conclusão: "A conjugação de várias circunstâncias coloca sérias e fundadas dúvidas sobre a qualidade e a validade da identificação do arguido Paulo Pedroso e inculca a forte convicção de que os ofendidos se enganaram quanto à mesma". Ou seja, a magistrada colocou em causa a credibilidade de todas as testemunhas/vítimas que acusaram Paulo Pedroso de ter estado em Elvas e de ter abusado deles. Um argumento complicado, que poderia ter servido para todos os outros arguidos, com excepção de Carlos Silvino. Usando-se a regra da analogia, os crimes alegadamente praticados em Elvas teriam caído todos em fase de Instrução. Porém, para evitar que tal acontecesse a a evidente má investigação do Ministério Público fosse colocada em causa, a juíza resolveu o assunto de forma simples e acusou os restantes sete arguidos, dando alguma credibilidade às supostas vítimas, salientando-se que “equívoco não é sinónimo de mentira” (despacho de pronúncia, p. 76-78). Assim, as vítimas enganaram-se sobre Paulo Pedroso, mas em relação aos outros arguidos a magistrada achou por bem que se fizesse prova em tribunal.
Uma nota para o facto de Ana Teixeira e Silva ter ficado assustada com os inúmeros abusos sexuais ocorridos no interior da Casa Pia de Lisboa e ter feito questão de deixar a sua estupefacção expressa no despacho de Instrução: "O que a análise destes autos desde logo revela é uma realidade impressionante", escreve a magistrada logo no início da decisão instrutória, prosseguindo: "Tão ou mais importante (se é que é possível graduar a sua relevância) do que a noticiada angariação de alunos menores da Casa Pia para práticas sexuais fora da instituição, é a dimensão assustadora dos relatos de ilícitos sexuais perpetrados dentro dos muros dos vários colégios, por inúmeras pessoas pertencentes ou ligadas à instituição, alunos mais velhos, educadores, professores e funcionários."
Para sustentar a sua afirmação, Ana Teixeira e Silva deu mesmo um exemplo: "A este propósito, não será de mais realçar a afirmação de um ex-director de um colégio da Casa Pia, que ali exerceu funções no período de 1974 até 1998: 'Importa ainda esclarecer (...) que os abusos sexuais dos alunos mais velhos para com os alunos mais novos eram tidos como uma tradição, enquadrando-se as atitudes de Carlos Silvino, como consequentes da mesma' Ou seja, o depoente realça que existia o hábito, por parte de alunos mais velhos, de abusarem, sexualmente e não só, dos alunos mais novos, tentando adquirir sobre eles um estatuto de um certo oportunismo, inclusive económico."
Durante a investigação do caso foi possível descobrir-se que havia indícios fortes de vários casos de abusos sexuais de alunos mais velhos sobre alunos mais novos na casa Pia. Um dos jovens que garantiu ter sido vítima de abusos perpetrados por Paulo Pedroso, Carlos Silvino, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes e Carlos Cruz, estava referenciado nos autos como tendo também abusado sexualmente de pelo menos cinco colegas. Também uma testemunha do processo, confidente do alegado braço-direito de Carlos Silvino, denunciou nos autos uma tentativa de abuso de que foi vítima por parte de um aluno. As principais testemunhas do processo de pedofilia denunciaram igualmente vários alunos, ex-alunos, funcionários e professores da prática de abusos, mas os procuradores do Ministério Público João Guerra, Paula Soares e Cristina Faleiro apenas acharam relevante para o caso as descrições envolvendo os arguidos conhecidos.
Apesar das inúmeras denúncias de abusos internos que o Ministério Público recolheu ao longo da fase de inquérito, apenas foi constituído arguido e levado perante o juiz Rui Teixeira um funcionário da instituição: António Sanches, de 45 anos, que foi responsável pela secção de economato do Colégio Nuno Álvares. António Sanches foi referenciado no processo de pedofilia por um outro funcionário da instituição, que o acusou de abusos sexuais a quatro alunos, alegadamente ocorridos em Colares. Suspenso em Fevereiro de 2003 das suas funções na instituição, só em Novembro seria levado à presença de Rui Teixeira, que o colocou em prisão domiciliária. Foi julgado e condenado pela juíza Guilhermina Freitas, a mesma que depois confirmou as sentenças dos arguidos do processo principal no Tribunal da Relação. Ou seja, esta juíza já tinha tido intervenção no processo Casa Pia e deveria ter pedido escusa quando foi sorteada para decidir os recursos dos arguidos do mediático caso. Mas isso não aconteceu. Sanchez acabou por morrer na prisão, condenado apenas com base em testemunhos e também sem quaisquer outras provas materiais.
O Ministério Público é que não gostou da decisão de Ana Teixeira e Silva e recorreu para o Tribunal da Relação. Mas o recurso não foi parar à 9ª Secção daquele tribunal superior, que decidiu sempre a favor do Ministério Público, e sim à 5ª Secção e a procuradoria teve azar, porque Paulo Pedroso, Herman José e Francisco Alves foram mesmo ilibados pelo Tribunal da Relação de Lisboa. O acórdão disse, em síntese, que o Ministério Público não tinha provas para condenar estes arguidos. Em relação a Paulo Pedroso, os desembargadores Rodrigues Simão, Carlos Sousa e Mário Morgado afirmaram que “tem de concluir-se que não se encontram indícios suficientes de o arguido haver cometido os imputados 23 crimes de abuso sexual”. Quanto ao humorista Herman José, as provas de que não estava em Portugal na data referida pelo ofendido, conseguiram ilibá-lo de tal acusação. No que toca a Francisco Alves, a Relação conclui que não é possível provar que o arguido tinha conhecimento do que se passava na sua casa, onde alegadamente ocorriam crimes de abuso sexual de crianças.
Apesar de estar fora do processo, Herman acabou por ir a tribunal depor como testemunha e declarou que nunca conheceu o principal arguido no processo Casa Pia, Carlos Silvino, nem qualquer dos jovens envolvidos no caso. O humorista referiu que, antes de este caso ter sido revelado, só conheceu, "de passagem", o médico João Ferreira Diniz, num programa televisivo, e afirmou ter participado num jantar da UNESCO, em Paris, com o diplomata Jorge Ritto. Quanto a Carlos Cruz, já era seu conhecido há largos anos, embora nunca tivesse existido qualquer relação de amizade.

Herman José negou que alguma vez tivesse tido conhecimento de que Carlos Silvino levava crianças da Casa Pia à sua casa em Azeitão, revelando que frequenta pouco essa moradia, que não possui campaínha, sendo os caseiros que abrem a porta.

O humorista negou também que, durante a sua vida tivesse travado conhecimento com alunos da Casa Pia, embora salientasse que no Natal de 2002 participou num espectáculo na instituição, onde estariam muitas centenas de jovens. Nessa perspectiva -de artista e figura pública - admitiu, em resposta a uma pergunta do procurador João Aibéo, ser "passível de conhecer toda a gente", já que como actor tem de comunicar com o público.

Enfatizando não ser íntimo ou particularmente amigo de Carlos Cruz - tanto mais que "nunca privaram juntos" e sempre foram concorrentes como profissionais -, Herman José alegou que, do que soube da vida do apresentador de televisão, nada lhe faria supor que pudesse praticar quaisquer crimes de natureza sexual contra menores.

"Das muitas vezes que trabalhei com Cruz se tivesse a mínima suspeição sobre isso, recusar-me-ia a continuar a fazê-lo", afirmou, acrescentando que "nunca teve a mais pequena referência" de que Cruz pudesse de alguma forma estar envolvido em abuso de menores. Questionado sobre o caso de dois menores encontrados na casa do ex-embaixador Jorge Ritto no início dos anos 80 e sobre alegados abusos ocorridos na Torre das Argolas, na Costa da Caparica, em 1995, Herman José alegou desconhecimento de situações concretas, dizendo que na década de 1980 estava muito ocupado com os seus programas para ter sabido de algo. Quanto ao jovem que incriminava Carlos Cruz e outros arguidos e que é apontado como "o braço direito" de Carlos Silvino (Francisco Guerra), o actor disse ter "a convicção de que não o conhece", afirmando que chegou a ver uma pequena fotografia do mesmo quando teve cópias do processo como arguido.
José António Barreiros, advogado da Casa Pia na altura (abandonou o caso sem quaisquer explicações), quis saber do humorista por que razão este defendia que Cruz não estava envolvido em abusos sexuais quando nem sequer eram amigos ou privavam juntos, ao que a testemunha respondeu que, "como qualquer criador, sempre teve curiosidade intelectual em saber tudo" sobre o apresentador, nem que fosse "por coscuvilhice".
Regressando agora ao motivo que me levou a escrever este livro, ou seja, a credibilidade ou não das supostas testemunhas/vítimas, estamos na presença de mais um caso em que o jovem que faz a acusação tem tudo menos credibilidade. Desde logo porque apareceu em público com um nome falso, dando a cara nas televisões, revistas e jornais. Vando Teixeira é, agora, Bernardo Teixeira, o indivíduo que escreveu o livro “Porquê a Mim”. Durante todo o processo apenas acusou Carlos Silvino – que nega até hoje alguma vez ter abusado dele – e Herman José. Porém, depois de ter sido conhecida a sentença, apareceu em vários programas, nomeadamente no “Prós e Contras” da RTP 1, assegurando, a partir de então, que foi abusado por todos os arguidos. Esteve num confronto directo com outra testemunha/vítima, Ilídio Marques no programa “Querida Júlia” e disse que Ilídio se tinha vendido. Quando o confrontei com o porquê de estar a acusar todos os arguidos numa altura em que o julgamento já terminara, Vando/Bernardo Teixeira refugiou-se no silêncio. Mais tarde descobri que este indivíduo é frequentador e está registado em vários sites e grupos sociais de homossexualidade da Internet.
Não deixa de ser curioso que a ex-provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, tenha afirmado acreditar que o alegado sequestro deste indivíduo, que foi encontrado no Feijó, em Almada, em Agosto de 2005, com ferimentos diversos, com o julgamento a decorrer, se inseria numa "estratégia de intimidação" das testemunhas do processo de pedofilia da Casa Pia. A ex- responsável da instituição considerou que o provável rapto de Vando/Bernardo, que já tinha deposto em julgamento por duas vezes, era uma manobra de amedrontamento de todas as vítimas arroladas para prestar depoimentos em tribunal. O alegado sequestro, perpetrado por três homens, terá acontecido no centro de Cascais, quando o rapaz regressava a casa, segundo a suposta vítima relatou, na altura, a elementos da Direcção Central de Combate ao Banditismo (responsável pela investigação). O jovem terá sentido uma pancada na nuca, desmaiado e quando acordou, segundo a sua versão, estava enclausurado no porta-bagagens de um automóvel de cor branca, cuja matrícula já foi identificada pela polícia, uma vez que o jovem conseguiu decorar a mesma. Esta teria sido a segunda vez que Vando/Bernardo foi alvo de violência física, mas, segundo contou, os seus sequestradores não lhe dirigiram palavra, tendo-o somente obrigado a tomar um comprimido, depois de este pontapear violentamente o porta-bagagens onde terá ficado fechado durante pelos menos dois dias.
As investigações da Polícia Judiciária acabaram por descobrir que o sequestro de Vando/Bernardo Teixeira nada teve a ver com os arguidos do processo Casa Pia, mas sim com um ajuste de contas entre homossexuais e dívidas que tinha para com um dos sequestradores.
Retirado da Casa Pia em 2003 (deu entrada no Colégio de Santa Catarina em 1998), Vando, perdão, Bernardo, era uma das testemunhas que acusava o principal arguido do processo Casa Pia, Carlos Silvino, de actos que valeram ao antigo motorista a acusação de cinco crimes de abuso sexual de pessoa internada, alegadamente cometidos quando o rapaz tinha 14 anos. Nos dias 1 e 17 de Junho, no Tribunal de Santa Clara, o jovem reiterou as acusações e, tal como havia feito na fase de inquérito, voltou a acusar Herman José de um acto de abuso sexual numa data (8 de Fevereiro de 2002) em que o humorista provou encontrar-se no Brasil. Face à insistência de Silvino em negar a prática de abusos sexuais contra o jovem, o advogado do ex-funcionário da Casa Pia decidiu requerer o arrolamento de Herman José como testemunha, de forma a provar que o rapaz estava a mentir. Este pedido foi aceite pela juíza Ana Peres, presidente do colectivo que julgou o processo, que considerou que o depoimento do actor poderia contribuir para apurar a verdade, mas foi indeferido o requerimento de uma acareação entre Carlos Silvino e Vando Teixeira. O ex-motorista queria estar cara a cara com aquele que me disse ser “uma donzela”.
Segundo o despacho de pronúncia, e de acordo com o relatório dos exames de perícia sobre a sua personalidade, Vando/Bernardo possui uma eficiência intelectual e cognitiva de nível superior e demonstrou ser consistente e coerente nos relatos dos abusos de que afirmou ter sido vítima. Credível?


Carlos Tomás

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O MENTIROSO COMPULSIVO



Fonte próxima de Francisco guerra dá entrevista ao NSC

NSC - Porque razão diz que Francisco Guerra está mentir no Processo Casa Pia?
J - Custa- me muito de falar sobre o assunto porque sofri muito com as mentiras dele. Quem o criou fui eu e o pôs na casa pia. Ele no livro só diz mentiras sempre foi um mentiroso, eu disse no tribunal á juiza que ele era um mentiroso compulsivo.
Ele passava os fins de semana comigo eu nunca dei por nada. Ele até disse na Judiciária que eu ia com ele e o Carlos Cruz jantar fora e eles acreditaram nele não em mim porque ele antes de estar na casa pia este num colégio Evangélico onde eu o pus, logo ai inventou que um rapaz abusou dele porque ele não queria lá estar disse isso para eu o tirar de lá
NSC - E foi mentira, ele não foi abusado nesse colégio?
J – Foi mentira sim, nunca foi provado nada.
NSC – Francisco Guerra diz ter sido abusado sexualmente no Porto, isso é verdade?
J - Sim ele disse isso, mas foi mentira só mais tarde descobri porque ele disse que tinha inventado tudo!
NSC - Ele próprio lhe disse que tinha inventado?
J - Sim ele próprio mo disse.
NSC - Ele escreveu um livro, o que ele escreve no livro sobre a família é verdade?
J – Não, só e verdade os pais serem alcoólicos por isso eu o trouxe para minha casa e o mais novo foi para casa de outra tia.
NSC - Portanto tudo o resto é mentira?
J - Sim tudo o resto é mentira, por isso eu quis falar mas os meus filhos não me deixaram.
NSC - Quis falar onde e quando?
J - Quis falar para um programa onde ele falou na Sic a falar as mentiras que disse no livro.
Quando esteve na casa pia fui muitas vezes chamada por mentiras que ele inventava.
NSC - Ele foi criado consigo, é-lhe bastante próximo. Alguma vez ele lhe falou sobre os arguidos do Processo?
J - Não nunca falou, ele só falava muito quando vinha para minha casa do Bibi o motorista.
NSC - Portanto do único arguido que falava era do Bibi e que dizia?
J - Quanto ao Bibi ele dizia que era um pai para ele! Dos outros nunca falou.
Uma vez ele foi a casa dessa minha irmã onde estava o irmão com o Bibi
NSC - Pode explicar melhor por favor? O irmão do Francisco estava com o Bibi na casa da sua irmã, a fazer o quê?
J - Não o Francisco É que foi a casa da minha irmã e o Bibi é que o levou lá, essa minha irmã tinha lá com ela o irmão do Francisco, ela é que criou o irmão.
Ele defendia muito esse Bibi quando ele foi a casa da minha irmã eu fui fazer queixa Casa Pia mas nada fizeram.
NSC - Foi fazer queixa porquê, desconfiava de alguma coisa?
J - Fui fazer queixa porque já se falava que o Bibi tinha abusado de miúdos
NSC - E diga-me uma coisa, dos outros arguidos ele nunca falou que os conhecia?
do Carlos Cruz por exemplo, visto ser o mais famoso?

J -Quando o escândalo deu na televisão ele estava na minha casa, quando o Carlos Cruz falou eu procurei-lhe se era verdade ele sorriu e disse: vai haver muitas surpresas!
NSC - E não lhe perguntou mais nada?
J - Eu só o ouvi falar no Carlos Cruz quando ele deu uma entrevista na televisão eu fui logo à Casa Pia e já ele já não quis falar comigo!
NSC – A srª foi à Casa Pia fazer o quê?
J -Fui à Casa Pia saber porque é que ele estava a acusar o Carlos Cruz e eu como tutora dele queria saber a verdade! O meu sobrinho nunca mais falou comigo nem a Casa Pia me deixou mais falar com ele.
NSC - Não a deixaram mais falar com ele porquê?
J - Diziam que era para minha protecção coisa que eu não acreditei
NSC - Para sua protecção, como assim, explicaram-lhe?
J - Disseram que agora a policia estava a tratar do caso e quando lá voltei uns dias depois disseram me que o tinham levado dali para o protegerem
NSC - Para o protegerem de quem, disseram-lhe?
J - disseram que era dos violadores
NSC - Falaram-lhe em nomes?
J – não nunca falaram em nomes, só mais tarde, chamara-me à Judiciária para interrogatórios é que falaram em nomes
NSC - A srª foi ouvida na PJ e lá falaram em que nomes?
J - Falaram no Carlos Cruz Manuel Abrantes e Ferreira Diniz
NSC - Só nesses três?
J – Sim só nesses
NSC – Há pouco falou-me do Francisco haver dito que ia jantar com a srª e o Carlos Cruz, quer explicar-me por favor em que circunstância ele disse isso?
J - Quando mais tarde fui chamada ao Tribunal de Santa Clara estava lá o Carlos Cruz. A juíza perguntou-me se eu conhecia o Carlos Cruz,eu disse que sim, ela perguntou de onde eu disse da televisão. Ela disse o seu sobrinho disse que a senhora tinha jantado com ele e o seu sobrinho foi quando eu disse que ele era um mentiroso compulsivo!
NSC - E quando esteve na PJ o que lhe perguntaram?
J - Perguntaram se eu sabia que o meu sobrinho tinha sido abusado eu disse que não sabia e nem acreditava
NSC – E não acredita porquê?
J - porque ele mentia todas as vezes que falava na televisão. A mim quando vinha a minha casa mentiu muitas vezes em coisas de colegas da Casa Pia e depois eu vinha a saber que era mentiras por isso não acredito no que ele diz, é um mentiroso!
NSC - Portanto tem a certeza que o que ele diz é mentira e que ele não conhecia os arguidos, é isso?
J - Sim, tenho a certeza absoluta, tudo o o que ele diz é mentira. Só começou a falar dessas pessoas quando apareceram nas notícias e para se armar em importante!